Spoilers: Sarah Abdala Comenta “Pueblo”, seu Próximo Disco
Sarah Abdala tem revelado seu próximo álbum pouco a pouco através de singles lançados nos últimos meses. Quem acompanhou Migrante, Seio Azul e Oração para as Américas notou uma poesia de cunho pessoal sempre filtrada pelo mundo que cerca o eu-lírico. E é assim que o disco Pueblo começa a ser desvendado.
“São poemas de amor e desamor, mas com pensamento político e social sobre a América Latina”, contou Sarah ao Música Pavê, “as pessoas me perguntam ‘como é que você vai falar de algo tão complexo em três linhas?’ (risos), mas é como eu sei fazer”.
A cantora, compositora e produtora goiana, radicada no Rio de Janeiro, comenta que o novo disco é um “primo” de seu antecessor, Oeste (2017), já que ambos tratam de suas raízes. “Bem, eu sou latino-americana (risos), mas eu tenho uma relação mais passional com o continente que eu nem sempre enxergo nos brasileiros à minha volta – muitos deles nem se consideram latinos”, conta ela, “morei um tempo no México, então tenho vários amigos mexicanos e uma relação com diversos artistas hispanohablantes desde os meus 17 anos”.
A inspiração em olhar para o continente fez com que ela fosse de fato estudar história dos países que nos cercam. “O que tá acontecendo no Brasil há um ano e meio me dói do mesmo jeito de quando eu estava lendo o que aconteceu no Peru em 1860″, conta Sarah, “tudo isso culminou nesse lugar, foi super espontâneo e natural, de certa maneira”.
A produção de Pueblo tem sido “um processo muito solitário”, explica ela, “tem algumas participações, mas ele está sendo feito quase inteiro só por mim. A criação, para mim, é muito instintiva. Por mais que eu estipule uma meta, aparece algo que eu não sabia que estaria ali“. A liberdade de não prestar contas a mais ninguém tem deixado Sarah trabalhar as músicas dessa maneira mais espontânea já mencionada. “Estou experimentando um timbre de um synth e vejo que a música toda foi pra outro lugar”, comenta a produtora.
“Você sozinho é o seu gosto, as ruas referências. Pra mim, é muito simples, eu sei claramente o que eu quero e agilizo a produção de uma música. Quando estou com outra artista, eu preciso me lembrar que estou dentro do universo dele. Quando vou trabalhar só com as minhas coisas, eu vou, mas sei onde estou. É de uma liberdade que me deixa muito realizada”.
E o que mais podemos saber sobre Pueblo a essa altura, meses antes de seu lançamento? “O centro desse disco é a viola”, conta Sarah, “fiz muitas canções nela, ou os arranjos foram construídos com ela. Pueblo é viola, sintetizador e guitarra. Vamos soltar alguns vídeos ainda, estou super ansiosa”.
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