Sinta o Pulso: O Bono Sambô?
Inspirada pelo orgulho de ser brasileira, batuquei com as palavras:
Uma roda, um violão e fez-se logo um samba. Uma morena-loira, uma ruiva-mulata, fez-se então um carnaval de cores. É homem que vibra, é mulher que se sacode…Sair? Só se for pra outro samba. Cáta arroz, põe feijão, vira aquela feijoada. Mostra a pele, muita cor, é a vida comemorada. Momento, geração, festa que se faz sozinha com a ajuda de todos. Este mel brasileiro que me faz gritar “saúde”. Corre o sangue, corre quente, pulsa a vida, faz um filho. Chora cavaco, chuta Pelé, anda Gisele, pula Daiane. Vermelho, baita cor brasileira. Cor de rosto corado, suado, dançante, miscigenado. Orgulhosa, sorrio brasileira e digo almática: Deus é brasileiro, só pode ser.
O grupo Sambô transforma tudo em samba. Desde manjadas faixas da MPB até músicas gringas de bandas renomadas e bem aceitas como U2 e Maroon 5. Confesso que não me animei muito com as releituras brasileiras, já que pra mim soaram como texto repetido. Surpreendeu foi a versão sambalelé de Sunday Bloody Sunday do U2, que me fez ouvir até o fim uma música que geralmente trocaria nos primeiros 30 segundos. O ouvido amaciou contente quando vi que, aos 40 segundos do vídeo, a banda desacelera os batuques e o vocalista sobe a voz com um sotaque mais brasileiro impossível: “tchuuunaaaaiit”. Seguiram então, cheios de pandeiros, com a versão sotaqueada de uma música de branquelos (gente mais sem ginga, impossível). Gosto muito de música estrangeira (muito mesmo), mas para dançar, desculpe, é preciso nascer brasileiro. Acredito, de fato, que Bono Vox ficaria orgulhoso de ver sua música refeita em samba no Brasil, com sorriso e negritude.
Vídeo rico em coisas brasileirinhas. Vai desde o ambiente suado de uma quinta-feira à noite, passa pelo bigode fino do vocalista, esbarra nas risadas e molejos de cada um dos integrantes e termina no melhor: as frases soltas no meio da músicas “vamo que rrrâmo”, “TiriquitiTaracatá TiriquitiTaracatá” e “ónegovéio ónegovéio ónegovéio”. Só no Brasil.
Enfatizo a falta de ginga branquela mostrando este vídeo de Reese Whiterspoon tentando abrasileirar sua dança enquanto assistia o Sambô tocar um som carnavalesco. Bater palma? Durante o samba não. No Brasil, é só no final.
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Demais ponto.
Boa tarde!! Não sei se meu comentário chegará até você. Mas vamos lá.
Tenho visto dezenas e dezenas de comentários a respeito do grupo Sambô.
É uma pena que num país onde vivemos com preconceito de todos os estilos, não poderia , é claro , os preconceituosos musicais,deixar de falarem do grupo.
Amo o som que fizeram. Independente de gosto musical, eu desejaria muito que os que tem criticado tão violentamente,refletissem na criatividade e inteligência dos meninos. Nem todos são capazes de transformar um rock em samba com tamanha competência. E de forma nenhuma vejo como ofensa aos autores das músicas.
É muito ruim ouvir(ler)comentários que denigrem a imagem deles,tachando-os como plajeadores,burros entre outros adjetivos.
Mas enfim,só gostaria de deixar registrado meu carinho pela banda. E se pudesse diria a todos que são muito inteligentes,carismáticos,e o gordinho, samba como ninguém, rsrsrs!!!Abraços!!!
Este post é completamente alienado.
Esta música tem um significado muito forte.
Basta ler a letra e ler sobre o “Bloody Sunday”.
É absurdo ver esta banda cantando e rindo sobre isso.
só pode ser piada! nem o Sambo nem a pessoa que postou este texto deve ter a minima noção do que significa a letra dessa música! tem que ter muito estomago pra ouvir isso!