Sinta o Pulso: John Mayer canta Jimi Hendrix

Amor? Não gosto. Melequento e falho. Malmequer. Não quero, não gosto, não me serve de nada. O conceito de sempre, medíocre e de palavras fracas. Não dá. Especial? Ora, também não quero. Não assim, no gosto do povo, na mesmice tão normal quanto o comum. Não vou, pois nada me significa.

Já dizia o John Mayer (ou era minha avó? Não me recordo – não que minha avó se pareça com o John Mayer. Seria ótimo, mas enfim) quando cantou Bold As Love (de Jimi Hendrix): “Sou audaz como o amor”. Mencionar algo assim já arrepia de tanta atitude. Acha que não? Deixe-me dar-lhe a noção do contexto de quando J.Mayer canta essa música em seu show: ele pára no meio e faz um discurso longo. Fala sobre já ter visto de tudo, experenciado muitas coisas legais, construído a vida pra si com atitude e vivido todos os tipos de aproximação, exceto por um: o AMOR. Só que ele aleija toda a platéia quando diz que não se refere aos amores estratosféricos e cheios de fogos de artifício emocionais, quase hollywoodianos. Esquisito vindo de alguém boa-vida como quase qualquer artista. De John Mayer, em especial. Mas trata de um amor que denomina “I got your back”-love. Seria um “tô contigo” no seu sentido mais amplo, “para o que vier”. Forte. Na realidade, é o único que existe. Não há outro. E continua, dizendo que temos à nossa volta muitos daqueles que gostamos e que até nos retribuem o sentimento. Mas não são eles a SEREM conosco. E conclui: “então, vou experimentar essa coisa do amor. Dar amor. Sentir amor. Sei que é brega, mas é a última coisa que eu tenho que fazer antes de morrer”.

Gostei, me serviu. Digo já descartando completamente qualquer coisa que não seja semelhante ao descrito acima: o amor é estritamente isso, ponto. E, realista que sou, andei percebendo que não amo o que pensava amar. Mas hoje, depois de trombar com essa música, guardei pra mim um objetivo (pré-datado pra “uma hora qualquer”) de sentir o “cai tranqüilo, que eu te seguro”. Sem breguisse, que também não gosto. Estou apenas trazendo à luz o real significado de algo que está por aí, completamente superficial.

Veja o discurso completo de John Mayer em BOLD AS LOVE – o texto na íntegra logo abaixo dos vídeos:

E a música original by Jimi Hendrix

John Mayer on Real Love

So check it out right, I’ve tried every approach to living. I’ve tried it all. I haven’t tried every thing, but I’ve tried every approach. Sometimes you have to try everything to get the approach the same, but whatever. I’ve tried it all. I’ve bought a buncha stuff. I went “ehh, I don’t like that.” I kinda came in and out of that a coupla times.

I thought I would shut myself off. I thought maybe that’s cool. Maybe that’s what you have to do to become a genius is you have to be mad. So if you can get mad before the word genius, then maybe you can make genius appear. Right? That doesn’t work either.

And I’m in a good place. I’ve paced myself pretty well. I’m 30, I’ve seen some cool stuff. I made a lot of stuff happen for myself. I made a lot of stuff happen for myself. That’s a really cool sentence when you’re in your 20s, right? “I made it happen for myself.” But all that means is that I’ve just somehow or another found a way to synthesize love. Or synthesize soothing. You can’t get that, and what I’m saying is I’ve messed with all the approaches except for one, and it’s gonna sound really corny, but that’s just love. That’s just love.

I’ve done everything in my life that I’ve wanted to do except just give and feel love for my living. And I don’t mean like, uh, Roman candle, fireworks, Hollywood hot pink love. I mean, like, “I got your back”-love. I don’t need to hear “I love ya.” You guys love me. I love you. We got that down. But some of the people who would tell you they love ya were the last people to just have your back. So I’m gonna experiment with this love thing. Giving love. Feeling love. I know it’s corny but it’s the last thing I’ve got to check out before I check out.

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