Silva surpreende com sua música cotidiana

Apertar o play na canção 12 de Maio é assinar um compromisso consigo mesmo de ouvir o EP de estréia de Silva até o fim pelo menos uma vez. Ele canta “e a hora passa sempre devagar pra quem vê o bom lado da vida e dança”, acompanhado de uma melodia gostosa e bateria carregada de brasilidade,  e já estamos cativados pelo trabalho desse capixaba, lançado há alguns dias na Web.

A segunda faixa, Imergir, reforça o mergulho no som feito por Lúcio da Silva Souza, seu nome completo, que voltou ao Brasil após uma temporada tocando em Dublin – lugar onde ele escreveu A Visita, ponto central do disco. Mais curta que as outras canções, ela sintetiza o melhor do trabalho do músico em vocal sincero, lírica bonita sem tantos floreios e um instrumental crescente que coloca um sorriso no rosto do ouvinte de coração mais frio. Pronto, agora não tem mais como não ouvir até o fim.

Cansei, a próxima faixa, é a roupagem de Silva para uma música de seu irmão e parceiro de composições, Lucas. Assim como Imergir, ela amarra as pontas do EP em uma vibe meio chillwave, sempre permeada pelo violino – instrumento que ele estudava antes de ir à Irlanda. Acidental encerra de propósito o disco mais eletrônica e grandiosa que suas antecessoras, e nesse ponto você aperta começa a ouvir desde o início novamente para mais um passeio pelas cinco faixas.

A  roupagem tão indie quanto mpb, orgânica e eletrônica ao mesmo tempo, garante um caráter cotidiano a essas canções. Silva não é um EP para se apreciar uma vez no tempo livre, mas para o play ser contínuo durante a semana. São 20 minutinhos com letras e melodias acessíveis a diversos públicos e com apelo sincero pra quem compartilha de um olhar sensível sobre a vida.

Ouça abaixo as cinco faixas de Silva. Se em seu primeiro trabalho ele nos entregou uma obra tão bonita, o que fica é a ansiedade para ver seus próximos passos.