Semana de Arte Moderna de 2012
Acontecia há 90 anos a semana que marcou para sempre a história da Arte no Brasil: A Semana de Arte Moderna de 1922, na qual artistas de diversas linguagens se reuniram para expor suas obras feitas sob o olhar influenciado pelas vanguardas europeias e consolidando uma nova fase para a produção artística brasileira.
Muito mudou no país desde então em praticamente todos os âmbitos. Mas, assim como naquele ano os artistas puderam traçar um panorama do pensamento criativo da época, nós hoje podemos refletir não só sobre o tempo que passou desde a Semana de 22, mas sobre o cenário musical hoje, apontando direções que estamos seguindo em forma e conteúdo, como se pudéssemos inventar uma Semana de Arte Moderna de 2012.
O exercício é imaginar como seria um evento desse porte hoje, que provavelmente não aconteceria no Teatro Municipal de São Paulo e teria transmissão ao vivo pela Web, em alguns dias que marcariam para sempre o período que vivemos na música. Veja se você concorda com este “faz-de-conta” contemporâneo.
Identificação com o Passado: O Modernismo, querendo ou não, tinha um pé nos ideais do Romantismo, o movimento artístico europeu que ajudou países como França e Alemanha a se firmarem como nação sob os mesmos princípios que influenciaram Oswald de Andrade e sua turma a propor um “redescobrimento” do Brasil. Da mesma forma, 2012 se identificaria com o Tropicalismo (que, por sua vez, é uma consequência do Modernismo) como uma revolução que impeliria a arte em direção à dentro de sua História. Nomes como Novos Baianos e Os Mutantes seriam referências certas.
Contemporâneo e Inovador – O que a Semana de 22 fez também foi criar uma identidade muito própria para a estética daquela primeira fase do Modernismo – e suas próximas fases também teriam características marcantes que marcariam bem seu período. Para a nossa Semana de 2012, convocaríamos artistas que apontamos como aqueles que fazem um som diferente do se fazia antes e que no futuro provavelmente serão referências para nossa década, como Silva.
Verde-Amarelismo – Mário de Andrade e sua trupe agitaram sua época revirando o Brasil para encontrar referências para uma produção artística que teria uma verdadeira cara do nosso país. Creio que aprendemos a lição e nossa MPB de fato conta com estilos bem próprios que não encontramos em nenhum outro lugar do mundo. Nosso evento afirmaria isso ainda mais e encorajaria os novos artistas a darem continuidade a essa característica de nossa cultura.
Antropofagia – A ideia tão divulgada em 1922 de pegar o que há de melhor nas tendências internacionais e digeri-las para resultar em uma arte propriamente nossa foi tão aceita que a influência estrangeira já é parte integral da nossa produção musical, ainda que o resultado seja percebido como puramente brasileiro (vide o parágrafo anterior). Ainda mais hoje, em um mundo tão globalizado e com tanta tecnologia, nossa nova Semana de Arte provavelmente seria uma boa oportunidade para os artistas “trocarem figurinhas” de suas referências vindas do mundo inteiro.
Regionalismo – O Brasil só cresceu nos últimos 90 anos, seja em economia ou na produção cultural (o que era um objetivo dos Modernistas), e o extenso território faz com que cada região tenha sua própria “cara” na música. A Semana de 2012 serviria como vitrine da riqueza cultural encontrada em todos os cantos do país, como o eletrobrega vindo do Norte e Nordeste, o rap paulistano, o rock do Centro-Oeste e a MPB madura do Rio de Janeiro.
Anti-Parnasianismo – Um dos motivos da Semana de Arte Moderna ter feito tanto barulho na época foi a ruptura declarada com os estilos em voga no cenário artístico, principalmente com os parnasianos e sua produção “quadrada”. O mesmo a gente observa hoje com os artistas que tanto vão contra o Pop Rock promovido pela Indústria Fonográfica, principalmente os identificados como “indie”, influenciados principalmente por Los Hermanos, que certamente estariam presente na nossa Semana de Arte Moderna de 2012.
O que mais caracterizaria uma nova Semana de Arte no Brasil? Deixe sua opinião nos comentários abaixo.
Para comemorar os 90 anos da Semana de Arte Moderna de 1922, o Música Pavê vai ter alguns dias voltados para a produção cultural no Brasil, assim como muito conteúdo novo de Artes Visuais, além de super sorteios de presente para nossos leitores.
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sempre gostei de musicsss ….,. \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ \o/ ou melhor somos hoje isto que estamos vendo !
esse treco é muito chato é insuportavel
So tenho q fazer uma pesquisa mas eu achei bem interressante mais um pouco cansativo
Que site mas uóó’ medooooo’
É sério que eu li que esse Silva seria referencia no futuro ?? não sei em que Mundo eu estou,de gente cinica e fingida,ou de gente realmente burra … o som do cara não passa de uma imitação escancarada da banda Beirute,que ja é até um pouco antiga,incentivado por essa onda pseudo MPB pós Los hermanos ( esses sim,os hermanos,souberam muito bem misturar o atual,no caso o Indie,com nossas raízes culturais,sambas,chico buarque,bossa nova,etc .. ) ,ou seja,de vanguarda não tem absolutamente NADA !
Silva,Cícero e derivados,não passam de caricatura do que os Los hermanos fizeram, de criativos não tem nada,são totalmente caricatos e clichê…
Sinceramente,o funk do morro soa mais sincero á meus ouvidos do que esses pseudo artistas caricatos,fruto de receitas esteriotipadas.. saudades Marcelo Camelo ,Rodrigo Amarante,Rodrigo Barba e Bruno Medina …