Sargaço Nightclub Diz Ser “Muito Gratificante” Fazer um Álbum
“Acreditamos que um álbum seja a porta de entrada para uma banda poder mostrar sua versatilidade musical e repertório intelectual com temas e letras” – em uma troca de emails com o Música Pavê, a banda pernambucana Sargaço Nightclub comentou suas intenções com a produção de Istmo, o álbum que estreia sua discografia, lançado hoje (11).
O assunto começou justamente pelo texto que apresenta o trabalho à imprensa comentar como a banda pernambucana percebeu que era o momento de investir seu tempo e recursos em um formato de longa duração. Marcelo Rêgo conta que, primeiramente, existia a vontade de passar por esse processo: “Na estrada desde 2016, lançamos até hoje EPs e singles. Queríamos saber como é reunir um repertório dentro de uma lógica maior, um conceito. A dinâmica da audição de um disco se aproxima à de um repertório de show. Cremos que os lançamentos isolados ou resumidos cumprem um objetivo, mas tem um alcance limitado, e nós sentimos necessidade de criar um produto mais robusto para dar nossa cara, neste momento de nossa carreira”.
Tudo começou durante as gravações de seu quinto single, Hibakusha, quando o grupo “que estava ali um produto diferente do que já havíamos produzido, com um potencial maior a ser explorado”, comenta Marcelo. Foi então o momento de reunir dez composições e se dedicar à gestação desse primogênito.
Para isso, Sargaço Nightclub voltou às suas origens, ao propósito de sua criação: “Se explorar temas diversos, de nos experimentar musicalmente, de tocar músicas não só nossas como de parceiros ou mesmo dos nossos ídolos, transformando tudo com a nossa cara”, nas palavras de Marcelo, “do folk político ao rock dark, da psicodelia de cinco minutos à balada de dois, estamos sempre querendo testar coisas novas, e isto é possível perceber também nas nossas gravações anteriores, quando até com a música eletrônica nós já ‘conversamos’. Causar diferentes sensações, explorar a diversidade dos sentimentos da alma humana, talvez resida aí a nossa incansável exploração rítmica e estética por meio da música”.
O resultado é um disco bastante plural esteticamente, que demonstra essas várias “faces sonoras” que a banda possui desde sua natureza. “Uma das coisas mais valiosas que aprendemos durante a produção do disco foi que mesmo que o núcleo da banda seja o duo formado por mim e Sofia França, podemos nos unir a tanta gente mais, e produzir algo com riqueza inimaginável, muitas vezes até com altos níveis de complexidade, mas, ainda assim, tendo aquela unidade”, explica o músico.
Outro valioso aprendizado foi o de que “é preciso sempre persistir e trabalhar com nível máximo de dedicação e paixão para um trabalho sair bem feito e com a nossa cara”, explica Marcelo, que garante que a experiência do formato LP valeu a pena: “O trabalho é muito maior, em absolutamente todos os sentidos, mas é muito gratificante”.
Curta mais entrevistas no Música Pavê