Rooftime: “Não existe um nicho certo quando sua música é boa”

foto por lucas martson

Se despedindo pra poder voltar, o trio Rooftime concluiu recentemente a série Highs and Lows, com vídeos documentais que registram sua ainda breve carreira. Com clima de conclusão, o lançamento encerra esta fase de sua carreira para que o grupo de Itatiba (SP) possa iniciar de alma lavada um próximo momento musical. “Esse é o motivo que a gente acorda todos os dias: Estar disposto a criar algo novo nessa página em branco”, explica Gabriel Souza.

Ele, seu irmão Rodrigo e Lisandro Carvalho conversaram com o Música Pavê sobre o que viveram até agora em um período relativamente curto, ainda mais pela rápida aceleração do seu alcance – I Will Find, seu primeiro single, é de 2018 e já ultrapassou os 100 milhões de plays só no Spotify. A parceria com Vintage Culture foi “o início perfeito para a gente começar tendo uma visibilidade diferente e saindo da curva de outros projetos que estavam começando”, conta Lisandro, “a gente está sendo os caras que olha para quem está querendo trazer mais significado à música eletrônica e dizendo ‘é possível sim e a gente está aqui para fazer isso’”.

Os três citam colaborações como essa para a rápida escalada de sua popularidade: “Rooftime veio com uma bandeira nova para esse mercado e Alok e Vintage Culture foram os primeiro porta bandeiras dessa grande missão nossa”, conta Gabriel, “é muito difícil você comunicar uma mensagem se você não tem um alto falante para todo mundo ouvir. Eles têm o Brasil na ponta dos Stories, né? Foram de fundamental importância para a gente reverberar essa mensagem de que a música pode ser livre, pode ser solta, não precisa ter estribeira… a única coisa que ela precisa ser é verdadeira”.

Essa tal missão é explicada pelo trio como “se mostrar através da música, das histórias que a gente pode contar, as sensações que a gente pode entregar dentro da eletrônica – que é um cenário que a gente entendia que estava muito no marasmo, tinha muito mais para entregar do que estava entregando, com um potencial gigante de explorar o que a gente sonhava, que é o sentimento, a história, a poesia por trás da música”, como explica Gabriel.

“A gente aprendeu que, apesar de ter esse raciocínio de que a gente faz algo diferente, e busca preencher essa lacuna, não pode ser nada forçado”, conta Rodrigo, “a gente não está fazendo pensado, a gente faz se divertindo, porque a gente gosta. Só é verdadeiro quando é natural”.

Lisandro comenta que Rooftime percebe que

A gente percebe que “muita gente vem para o nosso som porque misturamos a música eletrônica com elementos orgânicos. Tem a voz e os instrumentos misturados à eletrônica, e isso faz as pessoas (o grande público) se identificarem mais”. “[Nossa música] Se escuta como qualquer outra que você gosta, com o coração e com a alma”, continua Gabriel, “a música é um veículo para você sustentar uma mensagem, uma emoção”. Não existe um nicho certo quando sua música é boa, quando ela agrada quem quer ouvir. A gente faz eventos de costume da eletrônica, como clubs fechados, mas, hoje, graças também a outros expoentes da música eletrônica, como Alok, a gente consegue figurar em alguns eventos populares em que a gente divide palco com dupla sertaneja e artistas que são de outros nichos, mas a galera consegue entender nosso show porque é a música que importa”.

“Acho que quem escuta uma MPB, um pop, pode esperar a mesma intenção artística com o nosso som, ao invés do preconceito de ‘é só batida, é a mesma coisa’”, continua Rodrigo, “como Gabriel falou, a gente faz música, não algo nichado. Acho que é justamente esse ponto que a gente quer provar: Que Roofitime não se prende a um só gênero ou estilo, e a gente batalha para que os fãs olhem para Rooftime como algo único. Cada música para a gente é uma história diferente. A gente não se prende ao BPM nem a nada”.

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