Rockologia: Retrospectiva anos 2000 (parte 2)
O advento da Internet foi essencial para moldar o Rock da década com uma heterogeneidade ilimitada. Frente a esta ampla variedade de subgêneros, o fácil acesso às músicas “com apenas um clique” fez com que o CD começasse a perder seu espaço quando o assunto era a aquisição das mesmas (principalmente as de origem independente) e isto consequentemente começou a implantar uma atmosfera de medo em torno das grandes gravadoras que se viam ameaçadas com a possibilidade de lucros dos selos independentes. A Internet causou uma verdadeira revolução na forma de se ouvir a música na década de 2000, garantindo popularidade a muitos artistas que nunca sequer assinaram contrato com gravadoras.
O Rock dos anos 2000, ainda que enfrentando os empecilhos musicais existentes na época, como a predominância de outros gêneros na cena musical mundial no começo da década ou da falta de um movimento baseado no mesmo (como o de Woodstock em 1969 ou o Grunge em 1991), soube mais uma vez como se impor e sobreviver na cadeia alimentar do mundo da música. A heterogeneidade alcançada pelo estilo foi imensa e expressiva e graças à indispensável motivação da Internet a divulgação de toda esta grande variação de subgêneros surgidos foi possível, inclusive daqueles desprovidos de aceitação do público em relação às bandas Mainstream.
Todo este alvoroço digital contribuiu para o surgimento de uma ávida cena independente que se tornou um novo paradigma para o futuro do Rock’n Roll. Até mesmo grandes bandas, como os Smashing Pumpkins, aderiram ao formato web de divulgação para manter-se ativos em um mercado cada vez mais competitivo. A banda de Billy Corgan vem lançando gratuitamente em seu site oficial cada uma das canções do álbum Teargarden by Kaleidoscope desde 2009.
Diferente do que afirmam alguns críticos, o estilo musical mais futífero da história da música está longe de ter morrido e vem mostrando evidências, desde 1950, que consegue se reerguer quando for preciso. A década de 2000 foi sem dúvidas um período incrível e histórico na vida do bom e velho Rock’n Roll, indiscutívelmente bom mas que, ainda velho, insiste em não bater as botas tão facilmente.
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