Rock Potiguar Mostra Potência no Palco

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Vivemos pensando por muito tempo que o rock no Brasil está restrito, principalmente, ao eixo Rio-São Paulo e com uma ou outra banda de Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba, ou Brasília. Há um tempo, vemos artistas baianos mostrarem que estamos enganados: Pitty, Vivendo do Ócio e Maglore são apenas alguns deles que comprovam, em diferentes gerações, que a Bahia também sabe tocar guitarra desde os tempos de Raul Seixas.

Pois bem, o Nordeste em geral não respira apenas música popular brasileira. Ou, ao menos, tem considerado o rock como mais um gênero com características nacionais. Só nesse ponto, eles já estariam corretos.

A cidade de Natal teve o seu peso roqueiro representado no último dia 15 de maio, no importante palco do Sesc Pompéia, em São Paulo, por duas bandas que não tem medo de plugar a guitarra no amplificador: O quinteto stoner Far From Alaska e o rock instrumental da Camarones Orquestra Guitarrística. E os dois grupos não param por aí. Vale lembrar também que no mês de abril, uma ação do Festival Do Sol promoveu uma semana inteira de shows com bandas de Natal no Itaú Cultural, em São Paulo.

##Far from Alaska

Far From Alaska é um dos headliners, assim podemos chamá-la, da nova cena criada em torno do rock feito com influências modernas que finalmente começa a despontar para um público maior no Brasil. A banda é uma das muitas que estão criando um forte laço entre artistas e público nesse novo cenário. E não é à toa.

Desde o lançamento do álbum de estreia, ModeHuman, os cinco são presença certa em todas as listas que surgem em sites de música – daquelas do tipo “as cinco promessas do rock”, “os melhores discos de estreia”, “os shows imperdíveis do Lollapalooza”, etc. e etc.

No show realizado no Sesc Pompéia, eles subiram ao palco para confirmar, mais uma vez, porque tantos apostam na qualidade do quinteto. Ver a banda em um local pequeno é tão contagiante – ou mais, pela proximidade e potência sonora que possuem – quanto assisti-la no palco de um grande festival, como foi no Lolla 2015.

A forma como Far From Alaska se comporta no palco demonstra uma banda totalmente segura do seu potencial e, principalmente, do poder vocal de Emmily Barreto. O trio que forma a base do grupo – Rafael Brasil (guitarra), Edu Filgueira (baixo e backing vocal) e Lauro Kirsch (bateria) – é responsável por toda esta explosão. De certa maneira, eles abrem espaço para que as duas vozes femininas brilhem como devem brilhar.

A performance de Emmily é algo surpreendente, mesmo quando já conhecemos a banda e a sua voz – surpreende pela enorme qualidade. Já a voz suave de Cris Botarelli – adicione aí sintetizador e lap steel pontuais – é o contraste que a banda precisa para garantir sua bela sonoridade.

##Camarones Orquestra Guitarrística

A banda instrumental fez um show de abertura tão pulsante quanto o dos seus conterrâneos. O quarteto exibe tamanha disposição e qualidade com um ritmo alucinante no palco – o que justifica o nome do álbum mais recente, Rytmus Alucynantis -, que consegue abrir espaço em um cenário que ainda é muito ligado a bandas com vocalistas.

Por isso mesmo, desde que surgiu, em 2007, Camarones – que tem sua base formada na dupla Ana Morena e Anderson Foca – é um dos grupos mais respeitados do rock potiguar. Não só pelo som, mas também pela movimentação que o grupo gera em todo cenário independente.

Atualmente, está em turnê do seu novo álbum. Na semana seguinte ao show do SESC, a banda seguiu para a Europa, para realizar nada menos do que 17 shows na Inglaterra, Espanha e Portugal.

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