Quinze Bandas que Resumem 2015

Florence-the-machine-2015

Discos lançados, clipes marcantes, músicas que ouviremos por muitos anos ainda, presença na mídia e espaço garantido no Música Pavê: Estas são as bandas que lembraremos quando o assunto for 2015.

###Florence + The Machine

“Depois de um segundo disco com alguns tropeços dignos de uma artista que começa grande demais, Florence Welch e sua máquina entregaram em 2015 um disco impecável que não descansa em fórmulas confortáveis e passa longe de perder a identidade sonora do grupo. O álbum que funciona maravilhosamente bem sozinho, ainda veio acompanhado de uma coleção de clipes interconectados e de uma qualidade rara e admirável. O fato de Ship to Wreck estar concorrendo ao Grammy de Melhor Canção Pop e What Kind of Man de Melhor Canção Rock diz muito sobre como Florence quebra barreiras do que se espera de uma artista de alcance mundial. Que continue grande e cada vez melhor!” (Luis Gustavo Coutinho)

###Emicida

“Com Sobre Crianças Quadris Pesadelos e Lições de Casa, Emicida mostrou não só a realidade da música brasileira como também as mazelas das minorias. Músicas como Boa Esperança vieram para falar de igualdade e respeito. Os ritmos africanos revelam traços de nossa brasilidade. Em todos os sentidos, um trabalho que aponta a uma ‘boa esperança’ de fato” (Guiherme Canedo)

###Boogarins

“Há uma nova Boogarins: uma que surgiu em 2015 e fez o ano, musicalmente falando, valer a pena. O lançamento de Manual, marcado por uma atmosfera delineada e pensada em contexto, evidencia uma preocupação da banda em criar um conceito para reger seu trabalho daqui pra frente. A repercussão que o grupo ganhou no Brasil e no mundo reforça sua relevância para a cena musical autoral e certifica que eles conquistaram um espaço, antes oco, e já fazem dele um cantinho de transformar a experiência de escutar música em algo mais complexo (e gostoso) de se fazer” (Gabriel Peixoto)

###Elza Soares

“Um grito bom no meio de tanta coisa ruim que aconteceu esse ano, relacionado aos desdobramentos civis. A cantora rodeada de tradições lançou um novo álbum e não só trouxe um refresco ao tédio, no quesito novidade, como se tornou fundamental, pois seu novo trabalho dialoga com questões cotidianos em nossas vidas. Reunida com uma galera boa da nova música brasileira (entre eles Romulo Fróes e Rodrigo Campos), a cantora empresta sua voz para canções certeiras que tratam de questões das mulheres, mundo, velhice e tudo mais aquilo que possa suar a flor da pele. Já que a atmosfera ouvida é preenchida com a alma, à flor da pele mesmo. Ouvir o novo álbum dela é conversar com o contemporâneo e ter a certeza que a Elza dominou 2015, por majestade, genialidade, ousadia e belas canções. Eternidade para grandes cantoras” (Rômulo Mendes)

###Kendrick Lamar

“Kendrick Lamar encerra 2015 como uma das vozes mais importantes do ano. Não só porque esteve na boca dos manifestantes que clamavam pelo fim da violência policial em um país dividido pelas suas feridas, algumas delas expostas após Ferguson. E certamente não é apenas pelo fato de ter saído do underground para o pop de Taylor Swift, em Bad Blood. Os méritos de To Pimp a Butterfly vão muito além das ruas e passa pela reinvenção de um gênero que não tem poucos heróis. Ele convoca um deles, Tupac, para encerrar o disco em um tom tão grandioso quanto os acordes em tons de funk, jazz e rock que o embalam. É o suficiente para colocar Kendrick entre os nomes mais marcantes do hip hop” (Nathália Pandeló)

###Adele

“Adele é o tipo de artista constante. Diferente da maioria, que se empenha em surpreender pelo diferente, ela aposta em superar o mesmo estilo, desde sempre muito bom. Suas letras e melodias até podem ultrapassar os limites da melancolia, mas é inegável a veracidade dos sentimentos retratados ali, tão humanos, que englobam todo mundo. Em 2015, a música Hello, com sua volta ao passado e melodia intensa, tem exatamente essa proposta e te obrigada a viver com ela aquela ligação” (Anna Rinaldi)

###Tame Impala

“Como uma espécie de Midas da psicodelia, o que Kevin Parker toca vira uma espécie de metal precioso musical. Depois do sucesso do álbum Lonerism, em 2012, Tame Impala deixou sua marca nesse ano que se passou. Com o lançamento de Currents, Parker e sua trupe parecem se superar cada vez mais quando o assunto é mostrar ao mundo que o trono do Rock Psicodélico atual já tem sua majestade, e claro, com uma coroa feita sob medida” (Matheus Pinheiro)

###Taylor Swift

“Em 2015, vivemos à sombra da repercussão monstruosa de 1989, álbum lançado por Taylor Swift no fim do ano passado. Se por um lado pareceu legal essa sua busca (bem sucedida em diversos níveis) pelo “pop definitivo”, por outro as tentativas de Taylor de ser adorada por absolutamente todo mundo beiraram o totalitarismo. E essa foi uma sensação que cresceu ao longo do ano e acabou ajudando ainda mais a manter Taylor no topo de assuntos mais comentados. O megalomaníaco vídeo de Bad Blood – música abertamente sobre sua rixa com Katy Perry – foi um ótimo exemplo do efeito ‘Taylor Squad’: juntar várias mulheres incríveis e de forte discurso feminista num clipe sobre derrotar uma outra mulher gerou bastante antipatia. E se alguém não quiser gostar, ser amigo, ou figurar entre as mil participações especiais em seus shows, ela pode querer apenas eliminar essa pessoa numa explosão e escrever mil músicas doloridas a respeito? Até o SNL fez uma esquete sobre essa possibilidade de futuro apocalíptico em que Taylor vai longe demais na sua missão de ser amada por todos” (Luis Gustavo Coutinho)

###Justin Bieber

“Se a música pop fosse um reality show, Bieber seria aquele cara que causa desde o primeiro dia e, por algum motivo, fica até o fim como um dos favoritos – talvez porque tantos amem odiá-lo. 2015 viu o lançamento de seu álbum Purpose, no qual reuniu uma equipe de (muito) peso na produção (Diplo, Skrillex e Benny Blanco são apenas alguns deles) para entregar um trabalho contemporâneo, divertido e de alta qualidade. Seu personagem criança-mimada-que-virou-macho-alfa continua tão desinteressante quanto lucrativo, mas acompanhado de ótimas músicas, para compensar” (André Felipe de Medeiros)

###Noel Gallagher

“Noel não nasceu para ser figurante, disso temos certeza. Seu talento é tão evidente quanto a sua fama de polêmico e marrento. O mais velho dos irmãos Gallagher é um hitmaker e com seu último trabalho, Chasing Yesterday, voltou a ocupar um lugar de destaque em festivais e turnês mundo afora. Tanto é que a produção do Lollapalloza Brasil o escalou como uma das atrações que devem chamar um bom público no festival de 2016″ (William Nunes)

###Scalene

“O Música Pavê acompanha Scalene há algum tempo e somos prova do trabalho consistente que vem sendo feito. Este deve ter sido um ano intenso para a banda, com shows no SXSW, Lollapalooza Brasil e toda a grande exposição na mídia. Contudo, o que nos fez colocar o grupo nesta lista é a constante produção de material – 2015 teve álbum novo, clipes e single com Far From Alaska. Nos dias de hoje, produzir um material de qualidade e lançá-lo, frequentemente, é primordial” (William Nunes)

###Tiago Iorc

“Em 2015, Iorc se tornou mais acessível ao grande público. Seu trabalho manteve a qualidade de sempre, mas veio mais “mastigadinho” e, assim, todo mundo pôde ter um gostinho. O clipe de Amei de Ver retrata bem esse momento, ao usar uma das atrizes mais queridas do Brasil e falar de igual pra igual com o público através de sua linguagem mais ‘caseira’. Bem-vindo entre nós, Tiago” (Anna Rinaldi)

###Ventre

“Um dos grupos mais relevantes dos últimos anos dentro da ‘cena’ independente brasileira, que ajuda o rock brasileiro saiu da mesmice e encontrou um som mais integrado à contemporaneidade em músicas como Quente – uma das músicas de estúdio a ganhar um clipe. São canções poderosas, com muita explosão e energia. Tem uma das melhores pegadas do ano” (Guilherme Canedo)

###Years & Years

“Melodias simples e, ao mesmo tempo, irresistíveis. Foi assim que Years & Years chegou em 2015. Os singles lançados antes contribuíram para aumentar a expectativa para Communion, que chegou sem deixar de surpreender. Das radiofônicas Shine e King às reflexivas Foundation e Eyes Shut, o trio britânico constrói boas bases eletrônicas sob a influência do bom e velho pop anos 90. Tudo isso na doce voz de Olly Alexander, mais um fator que faz de Years & Years um dos mais contagiantes fenômenos dançantes de 2015″ (Nathália Pandeló)

###Sufjan Stevens

“O norte-americano lançou seu trabalho mais introspectivo até agora – o maravilhoso Carrie & Lowell – para registrar o luto após o falecimento da mãe e suas memórias ao lado do padrasto (respectivamente, os dois nomes do título). Em um ano marcado pelas altas vozes, ruídos e batidas pesadas, Sufjan escancara sua alma de maneira sussurrada, reflexiva e sempre muito bonita. Não se impressione quando adjetivos como “gênio” forem associados à sua pessoa, ele segue fazendo por merecer” (André Felipe de Medeiros)

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