Quando Lucas Caram se Assumiu Compositor

foto por marina novaes

“Música para mim era uma coisa de família, a gente se e eu tocava violão” – meses após um papo com Bruna Caram no site, seu irmão Lucas Caram reforçou aquilo que a cantora nos contou: A música sempre foi presente na casa onde cresceram. Na ocasião, ele falava sobre a trajetória que o levou a lançar seu primeiro disco, o belíssimo Alguém Me Ouve – ou, em suas palavras, sobre o processo de se assumir compositor.

A história começa quando Lucas estava morando em Portugal e veio passar alguns meses no Brasil. “Comecei a compor com a Bruna e com meu primo Paulo Novaes, o que gerou o projeto Primo”, explica Lucas, “foi a minha primeira experiência me assumindo como cantor e compositor. Isso é tudo muito recente. Fiz muitas outras músicas, mas achava que ainda não tinha um disco”.

Fiz uns primeiros shows sozinho, em lugares muito pequenos e para poucas pessoas, mas deu para testar como essas músicas se portavam com outras pessoas ouvindo, gente que ainda não me conhecia. E a minha composição foi mudando muito, até por ter saudades do Brasil e vontades de voltar”.

Lucas comenta que o repertório de Alguém Me Ouve nasceu naturalmente à medida em que ele trabalhava nas músicas. Com exceção da faixa-título, que também faz as vezes de abertura, o disco traz as composições em ordem cronológica, à medida em que elas foram escritas. “Ele acabou tendo dois lados, A e B”, conta o músico, “as primeiras músicas são mais pop, até mesmo mais simples, e as outras são mais complexas, até tristes. As duas últimas, de quando eu já tinha voltado pro Brasil, são sobre a solidão de perceber que os dias não eram aqueles que eu idealizei antes de voltar”.

Toda a produção do álbum aconteceu ao longo de uma semana, após um show no qual Lucas testou as músicas e dois dias intensos de gravações, acompanhado de outros músicos fundamentais para o resultado. “Foi um trabalho muito coletivo, acho que todo mundo contribuiu de um jeito muito generoso”, comenta ele, “vejo muito dos meninos que tocaram comigo nas músicas – o violão do Daniel, o baixo do Igor, a bateria do Gabriel, mesmo a participação do Gabriel Setubal tem tudo a ver com ele, com o Pitanga em Pé de Amora, com aqueles caminhos melódicos e os contrapontos”.

“Antes de me assumir como compositor, eu já era amigo deles todos. Acompanhei o Daniel no Pitanga em Pé de Amora desde o primeiro show, quando ainda era com a Bruna cantando. Eu ia aos ensaios, a gente ficava cantando sobre música. Pedro Altério e Gabriel também, nossos pais sempre frequentavam festivais de música, então desde pequenininho a gente é amigo. Eu vi 5 a Seco sendo formado, sabe? Eu já estava naquele meio vivendo com eles e conversando sobre música, mas eu não me assumia. Mostrava umas coisas para o Pedro Viáfora, mas sempre meio tímido. Essa chave virou porque a Bruna e o Paulinho, quando eu estava na dúvida, me encorajaram a gravar. Fui me sentindo mais à vontade. E a unidade e a identidade do disco vêm das pessoas que me rodeiam, quem eu quero que toque comigo”.

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