Primavera Sound ’13: Dia 1

Paula Rúpolo/Música Pavê

## Primeiras Impressões
Primeira vez em Primaveras Sound, primeiros “tudos”. Cheguei cedo (por volta das 17h15) e não tive maiores complicações para retirar o passe de imprensa. Conseguimos um photo-pass nesse ano também, um adesivo que você cola na roupa, basicamente, e te dá acesso ao fosso em frente de cada palco, e que deve ser retirado a cada dia no balcão de imprensa. O Parc del Fórum, onde está sendo realizado novamente o festival, é uma espécie de área aberta dividida entre locais para montagem de palcos, gramado, bancos e zona de alimentação/banheiros. A área reservada para jornalistas fica na beira do mar, com lounge e Internet aberta (obviamente) para o pessoal poder trabalhar, é agradável. Para chegar ao palco principal, patrocinado pela Heineken, são de 10 a 15 minutos de caminhada. No geral, tudo bastante organizado.

## Shows
Fiz um pequeno resumo do dia, a partir das apresentações principais:

## Wild Nothing
Paula Rúpolo/Música Pavê

A banda teve o privilégio de estrear o palco principal. Para mim, deixou a desejar. Quase não se escutavam as melodias envolventes criadas com as guitarras, a voz de Jack Tatum estava demasiado melosa… faltou um pouco mais de postura no palco. Vem sendo de minhas bandas favoritas ultimamente, talvez em lugares menores suas apresentações tenham mais impacto. Prova disso é ter passado ao menos duas músicas tentando lembrar quem o baterista (Jeremiah Johnson) me lembrava – logo me dei conta que era a versão indie e com bigode, obviamente, do Shia LaBeoufÁlbum ou ao vivo? Álbum, ao menos em festivais perde-se muito do encanto-melódico-dreampop.

## Tame Impala
Paula Rúpolo/Música Pavê

A queridinha dos indies desde o ano passado juntou bastante gente também (coisa do tipo de 10 à 30.000 pessoas em 20 minutos) e claramente agitou o dia. A versão indie psicodélica influenciada por Lennon/McCartney conseguiu manter a atenção e energia durante seus 50 minutos de apresentação, ao contrário do que eu esperava após os hits Elephant e Feels Like We Only Go BackwardsÁlbum ou ao vivo? Ao vivo.

## The Postal Service
Dani Cantó/Divulgação

Uma década depois de seu último álbum (e tudo que aconteceu na música nesse meio tempo), a banda foi a segunda que mais atraiu público ao palco Heineken, atrás somente do último show da noite. O carisma de Ben Gibbard (o mesmo de Death Cab for Cutie, acima na foto de Dani Cantó/divulgação) é contagiante e a voz inconfundível. Indie eletrônico não é tanto minha praia e pessoalmente eu não tinha muitas expectativas para essa apresentação, especificamente. Assim que considero a “surpresa” da noite (podem chiar à vontade hehe). Álbum ou ao vivo? Ao vivo!

## Grizzly Bear
Paula Rúpolo/Música Pavê

Para mim, o show mais aguardado do dia. Alguns problemas técnicos ao princípio, superados pela abertura com Speak in Rounds. Destaques para Cheerleader e Ready, Able, que permitiram à voz pungente e quase trêmula de Ed Droste ganhar o merecido protagonismo, em contraste com a de Daniel Rossen (que eu gosto de chamar de “voz de consciência”). Álbum ou ao vivo? Difícil, mas diria que ao vivo. Tirando a parte técnica de grandes apresentações, imagino que em salas menores sejam impecáveis.

## Phoenix
Paula Rúpolo/Música Pavê

O show mais aguardado (e cheio) da noite. Foi impossível não se contagiar com a abertura ao som de Entertainment, seguida do combo Lasso e Liztomania. A banda misturou bem canções dos álbuns anteriores com as do mais recente Bankrupt! (2013). Mas Thomas Mars acabou de conquistar o (já rendido) público ao descer do palco e se sentar na grade de proteção para cantar Countdown, acompanhado somente pela guitarra de Christian Mazzalai. Realmente, a meu ver, a apresentação mais completa da noite, digna de grande festival.  Álbum ou ao vivo? Ao vivo: som muito potente, boa vibração, impossível não se contagiar.

## Animal Collective

A banda ocupa uma posição mediana atualmente na minha escalade preferência musical, basicamente pela ótimas “My Girls” e “Applesauce”, assim que achei coerente assistir à sua apresentação apesar do horário (e toda a gente mais-pra-lá-que-pra-cá ao redor). Pontos altos e baixos, muitos momentos de demasiado ruído gratuito (isso ou o som do palco – o mesmo de Grizzly Bear, inclusive – estava realmente ruim). Haviam maneiras melhores de me haver despedido deste primeiro dia de Primavera, coisas que a gente aprende. Álbum ou ao vivo? Álbum, definitivamente. A menos que você já esteja bem bêbado ou tenha perdido a audição.

## Shows aguardados de hoje (24.05):
19h30 Daniel Johnston
20h25 Django Django
21h30 The Breeders / Solange
22h45 Local Natives
23h50 Daughter
0h15 James Blake
1h00 How to Dress Well

A programação completa por dias pode ser vista aqui.

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