“Portas e Janelas”: especial de Marisa Monte fala sobre trajetória e disco

Marisa Monte nos presenteou em julho com o álbum Portas, repleto de músicas inéditas que conversam com o seu universo e funcionam como escape do caos no qual continuamos inseridos atualmente, de pandemia e enclausuramento. Mas a experiência intimista com a cantora não parou por aí. No dia 22 de outubro, o Globoplay disponibilizou o especial Portas e Janelas, que conta detalhes sobre o disco e o processo criativo da artista.

Produzido pela equipe do programa Conversa com Bial, o projeto faz parte do Conversa.doc – núcleo de documentários do programa de Pedro Bial, que já falou de nomes como Arnaldo Antunes (Arnaldo, Sessenta) e Erasmo Carlos (Erasmo 80) – e tem o conceito pensado pelo diretor Gian Carlo Bellotti.

Portas e Janelas mergulha o telespectador na realidade de Marisa por cerca de uma hora e vinte minutos. Ela canta sozinha, às vezes acompanhada apenas por seu violão ou piano, e relembra artistas e referências que marcaram sua trajetória, redescobrindo memórias afetivas e musicais. A locação do documentário, um palacete abandonado no bairro Alto da Boa Vista, no Rio de Janeiro, deixa tudo mais sentimental e lúdico. O ambiente foi decorado com vegetação extensa – metáfora para mostrar que a vida resiste ao enclausuramento – e pinturas da artista plástica Marcela Cantuária (idealizadora do conceito visual de Portas).

Marisa, que se define como “cantautora” (cantora e compositora), conta de que forma nomes como Rita Lee e Dona Ivone Lara, grandes mulheres da música, tiveram importância no seu desenvolvimento artístico –  Menino Bonito, por exemplo, foi uma das primeiras melodias que desafiou no violão. Ela também menciona a soul music de Tim Maia, as composições de Cassiano, a harmonia de Moraes Moreira e os Novos Baianos e até mesmo o ritmo da Portela como pontos que não ficam de fora das suas criações e se fazem presente em muitos dos hits tocados em sua carreira, tanto solo e como com o grupo Tribalistas.

Ao cantar Calma, Pra Melhorar, Quanto Tempo e Portas, faixas do novo disco, a artista está ao lado de nomes como Pretinho da Serrinha, Dadi Carvalho e Davi Moraes. O filme também traz momentos de entrevistas anteriormente concedidas por Marisa para Pedro Bial e Ricardo Calil, e cenas da gravação do CD em estúdio.

Cada momento do documentário é ideal para entender a construção da carreira de Marisa e a trilha traçada até o Portas, que, apesar do momento em que foi lançado, acaba sendo muito mais sobre esperanças de um novo futuro do que sobre o hoje e o passado. Ela finaliza com Totalmente Seu no piano, nos trazendo a certeza de que, a cada novo lançamento, segue nos apresentando poesia pura e sendo uma das maiores cantoras e compositoras do Brasil.

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