Passado a Limpo: Minnie Riperton

Minnie Riperton é uma exploradora. Consegue chegar a níveis elevados da sua capacidade vocal, e com elas, traçar aparentes impossíveis caminhos sonoros, conquistar espaços da emoção em si mesma, e abrir os ouvidos alheios para a possibilidade da liberdade no território ilimitado do amor.
Ela faz tudo isso por meio de um experimentalismo na música que fez parte da sua história como artista, desde seus estudos de canto em ópera quando bem nova, sua participação na banda só de mulheres cantoras The Gems, com uma sonoridade pop do início dos anos 1960, até sua imersão psicodélica que durou seis discos com o grupo Rotary Connection, no qual sua voz foi importante ingrediente na mistura cheia de camadas de um soul que adentrava as viagens musicais do rock do período.
A vida própria musical criada pela voz de Ripperton é o que caracteriza realmente sua sonoridade tão diversa e que não se deixa limitar ao gênero soul. Deixando-se libertar em meio às orquestrações de Charles Stepney do primeiro disco de sua carreira solo, Come To My Garden, assim como sob a produção de Stevie Wonder no segundo álbum, Perfect Angel, o canto da artista adentra o ambiente das músicas guiando um soar sem regras, por uma voz que curte, ama o passeio.
As letras de Minnie, compostas em parceria com o marido Richard Rudolph, explicam esse lugar onde a artista está que, mesmo encerrado em apenas seis discos (um deles póstumo) da sua breve carreira atingida pela doença aos 31 anos, alcançam uma ideia de alegria infinita, que surge do passeio pelo que chamamos de amor, que é a música, seus filhos e a vida que conheceu.
Para embarcar na experiência de Minnie Riperton, o Musica Pavê selecionou uma playlist para guiar o começo de um passeio por sua obra.
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