Passado a Limpo: Glue Trip

Viagem. Quando ouvimos essa palavra em uma conversa sobre música, quase imediatamente pensamos em um colorido imaginário psicodélico, um mundo de sonoridades distorcidas, estruturas etéreas, melodias inusitadas e percepções alteradas.

Mas, além da lisergia, falar em viagem musical também é falar sobre trajetória – artistas que sabem se jogar em um caminho não linear, cheio de possibilidades, atalhos e, muitas vezes, curvas abruptas. E as duas interpretações fazem muito sentido quando falamos sobre Glue Trip.

Formada em João Pessoa-PB por volta de 2012, a banda estreou em 2015 com um disco homônimo que caminha com liberdade entre uma psicodelia solar e timbres tipicamente brasileiros. Rodeados por acordes acústicos, baixos ondulantes e andamentos hipnóticos, somos convidados a deitar na grama e divagar.

Três anos depois, o sol se pôs e o reflexo da lua no mar se tornou o farol do grupo em Sea at Night. Conduzido por sintetizadores cósmicos e sonoridades noturnas, o disco explora uma faceta completamente nova da estética do grupo, mas mantém intacto o fascínio pelo misterioso e pelo desconhecido.

Em seu mais recente disco, Nada Tropical, lançado em 2022, a banda cantou em português pela primeira vez e trouxe a brasilidade – que, é verdade, sempre esteve presente em seu som – para o centro de sua proposta criativa. Marcos Valle, João Donato, Arthur Verocai, Cátia de França: As referências são as melhores possíveis e, filtradas pela atmosfera enevoada de Glue Trip, se transformam em uma experiência imersiva e sinestésica.

Enquanto esperamos por novos lançamentos, aproveite a playlist que o Música Pavê montou para viajar na psicodelia tropical da banda.

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