Para MARO, Brasil “já é casa, que nem Lisboa”
A cantora portuguesa MARO fará seu primeiro show solo no Brasil neste domingo, dia 12, na Sala São Paulo. A data é repleta de ares de novidade, mas não pelo seu ineditismo na cidade – não mesmo -, e sim por ser uma apresentação especial pelo repertório, convidados e por sua inserção nas comemorações do Dia de Portugal.
Nosso país, para ela, “já é casa, que nem Lisboa”. Foi o que ela contou em entrevista ao Música Pavê dias antes do show na capital paulista, onde ela já se apresentou duas vezes como parte da banda de Jacob Collier. “A turnê passava por São Paulo, Buenos Aires e terminava em Santiago”, diz MARO, “perguntei a um amigo se ele não queria fazer uma viagenzona pelo Brasil. Aí voltei para SP e pegamos um carro por cinco semanas pelo país”. Os dois passaram por Rio e Minas, até Brasília e a Chapada dos Veadeiros: “Há deu para ver um pouquinho, mas, comparando com o tamanho do Brasil, não é muito”.
Naquela época, MARO já estava com seu novo álbum todo produzido, prestes a ser anunciado, quando veio o covid-19 e a quarentena – que fez também com que a musicista passasse um bom tempo isolada com seus amigos brasileiros no interior de São Paulo. “Estou em casa”, conta ela, “Já tenho meus pais brasileiros aqui (risos)”.
A pandemia deixou o disco suspenso até este meio do ano, e agora ele deve sair em breve. Suas músicas, inclusive, farão parte deste show em São Paulo. “Para mim, essas músicas já não são novas. Eram até uns seis meses atrás, mas já passou esse tempo”, diz MARO, “mas estou animada para tocá-las ao vivo, porque aí o show vai ser novo. Estou animada para ver esse projeto no mundo, mas sinto que eu já tenho outra coisa para fazer e lançar”.
Sobre a apresentação no dia 12, a artista adianta também que “vai ser muito incrível, porque a sala é linda de morrer e vários amigos estarão comigo”. Pedro Altério e seu irmão Gabriel são dois deles, respectivamente guitarra/baixo e bateria em sua banda para esta performance. “É um show mais de partilha com amigos do Brasil, mais do que só das músicas novas”, continua ela, “isso torna a experiência mais especial”.
MARO se anima ao comentar sobre poder fazer música acompanhada: “Para mim é essencial, música não existe sem troca. Tem coisa que eu poderia fazer sozinha – produzir, gravar, fazer show -, mas, se eu só fizesse isso, acho que não ia chegar nem perto do que eu sinto quando há essa partilha com gente que você admira. Aí, pode escrever junto, tocar… todas as músicas podem ser suas, mas alguém que já coloque pouquinho de sua voz… sabe? Onde a magia acontece, é na partilha”.
Ela estava também acompanhada ao tocar no gigantesco Eurovision – uma tradicional competição musical televisionada para toda a Europa, com representantes de cada país na disputa pelo prêmio -, em que MARO se apresentou neste ano e levou, para aquele ambiente gigantesco, o intimismo de suas músicas. “É engraçado, porque é realmente diferente, mas eu fui com cinco amigas e cantamos em círculo no palco”, explica ela, “então, ao mesmo tempo, deu a sensação de que estávamos em uma sala, só nós”.
“Foi muito incrível, porque você sente não só que você tem espaço para fazer o que você quer, que foi o que aconteceu comigo, como também que as pessoas vendo de fora entendem. Senti muito isso. Tem também aqueles que olham e dizem ‘não vejo graça nenhuma’ (risos) – esse é o problema de tocar para 160 milhões, você talvez não consiga agradar talvez nem a metade. Mas, se dez milhões já entenderam e sentiram de um jeito bonito, para mim já conta”.
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