Papo Rápido com Letrux

foto por antonio brasiliano

Letícia Novaes é parte poesia, parte intensidade em cada linha melódica e entrelinha dos diálogos. Tocando nos mais diversos palcos do Brasil com seu projeto Letrux, ela deixou sua marca na música brasileira recente com seu disco Noite de Climão (2017) e os muitos clipes que saíram dele.

Em meio a uma agenda muito disputada (a última vez que nos trombamos foi no sábado, 04 de maio, durante o #501Day, festival maravilhoso – e gratuito – que a marca Levi’s promoveu em SP), Letícia trocou algumas palavras por email com o Música Pavê. Um papo rápido, mas cheio de conteúdo.

Música Pavê: Depois de tantos shows, clipes e conversas, o que as músicas de Noite de Climão te contam hoje que não te contavam em 2017?

Letícia Novaes, Letrux: Acho que a repetição do enigma é a solução do enigma. Quanto mais eu canto, mais faz sentido e mais eu me aprofundo no significado. Em 2017 era tudo fresco e a flor da pele, agora acho que entrou mais ainda no corpo.

MP: O que você observa que mais atrai as pessoas às suas músicas?

Letrux: É sempre um mistério, cada um cisma com uma parte da letra, cada um chora com um trecho. Há situações mais coletivas, mas, ainda assim, sempre me surpreendo com interpretações particulares e loucuras de cada um. Adoro ouvir e ler o que a galera acha de cada música. Mesmo não concordando, é divertido, sem dúvida.

MP: Que legal ver tantos clipes saindo para o disco. Qual o seu envolvimento com a produção dos seus vídeos?

Letrux: Vamos lançar o clipe de Vai Render em breve e estamos muito felizes em poder criar de fato um álbum visual mesmo. Me cerquei de pessoas que admiro e confio, então tô bem feliz com os resultados de todos os clipes. Sou bem livre nesse aspecto, embarco na ideia que as pessoas me trazem, comento e tudo mais, mas não sou diretora.

MP: O que você mais gosta na produção de clipes?

Letrux: É divertido trabalhar com equipes de audiovisual apaixonadas pelo seu trabalho, e também é bacana encarnar novas personas, enfim.

MP: Após dividir o palco com tanta gente pelo país, como você tem avaliado a nossa música de hoje?

Letrux: Tem muita coisa bacana sendo feito hoje em dia, muita. Gente investigando música, composição, harmonia, letra, brincando lindamente. É um momento fértil, sem dúvida. Apesar de todo o caos político e falta de incentivo à cultura, tem muita gente ainda com força de produzir música. Que alívio.

MP: O quanto você aprende dialogando com outros artistas nas parcerias que realiza?

Letrux: Ah, estamos vivendo na mesma época, crescendo, evoluindo juntxs. Então, quando é possível fazer parcerias assim, é sempre um aprendizado.

MP: Os shows de Noite de Climão influenciaram a maneira com que você pensa em um próximo trabalho?

Letrux: Então, enquanto faço esse disco e me apresento, sou focada, não penso no próximo trabalho. Só fora do palco que começo a vislumbrar no próximo disco. Vai vir, não sei como, mas vai vir.

Curta mais de Letrux e mais entrevistas no Música Pavê

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