Natascha Falcão: “A música popular tem uma força emocionante”
Sai hoje, 17 de maio, o EP Kitsch Completo, o trabalho de estreia da pernambucana Natascha Falcão. Puxado pelo single Menino Bonito do Metrô, o disco flerta com várias vertentes que compõe a música popular brasileira em um formato pop e eletrônico.
“A música popular tem uma força emocionante porque ela é feita pelo povo e para o povo”, disse a cantora e atriz ao Música Pavê, “fala do que a gente vivencia e do que a gente deseja e sonha. É nossa identidade. Como artista, é impossível negar isso. Impossível não falar disso. Impossível não transpirar a nossa verdade”.
Natascha conta que sua ideia inicial era fazer um álbum com 13 músicas, mas questões orçamentárias definiram o formato de EP de quatro faixas – uma narrativa bastante frequente no meio independente. A solução foi condensar muito do que poderia ser estendido por uma longa duração em uma mescla de estilos e sonoridades que constroem a identidade de seu trabalho.
Sobre Menino Bonito do Metrô, ela conta que ele “reúne a influência da música amazônica na minha vida junto com minha raiz rítmica, nesse mix de carimbó+maracatu”. Reginaldo, que vem em seguida, “é um bolero que me emociona e inspira. Sou louca pelo arranjo de sopros que meus parceiros Gabriel e Marcelo criaram”.
Depois vem Milkshake, “uma música que canto desde sempre nos meus shows, e que o meu público sempre pediu que eu gravasse”. Por fim, Egotrip (Meu Tesão É Meu Ser) “é um deboche que flerta com o eletrônico oitentista. Me lembra a vibe do novo disco da Gal. É o momento pista do EP. Lembrei agora que meu melhor amigo me pediu uma música pra ele dançar na boate. Acho que vai ser essa (risos).
Tendo você crescido em Pernambuco, no Pará ou mais ao sul do país, é uma mistura musical que é sempre familiar para o brasileiro. Enquanto uma boa parcela dos músicos (e da população, no geral) olha para o estrangeiro para guiar suas escolhas, Natascha Falcão opta por mirar as raízes sem se estagnar no tempo – além do aspecto eletrônico, ela canta sobre Snapchat na última faixa.
“Pra mim, fazer arte é, também, um ato político”, conta ela, “não dá pra separar as coisas. E essa – continuar realizando, persistindo e resistindo – é a melhor resposta pra esse desmonte que a cultura vem sofrendo nos últimos anos”.
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