MP Seleciona: Músicas que Salvaram 2020

Coube à música nos dar ótimas lembranças de um ano que muitos fazem questão de se esquecer.

Algumas delas entraram para a história como grandes hits dançantes que devem reverberar pela cultura pop nesta geração e na próxima. Outras, acertaram no conteúdo introspectivo e reflexivo para ecoar forte dentro do ouvinte.

Dentre as centenas de faixas incríveis que passaram pelo Música Pavê em 2020, estas foram aquelas que a equipe apontou como as que conseguiram salvar este ano, ou ao menos parte dele.

(Lista sem ordem específica)

The Weeknd – Blinding Lights

A faixa mais tocada do ano no Spotify é também a música do ano para grande parte de público e crítica. Aqui não cabe o mérito de ser “a melhor”. O que é unânime é o poder de The Weeknd renovar a pista de dança com uma sonoridade que nos transporta de volta para melhor do pop anos 80, aproveitando todos os elementos que nos já conhecemos na medida certa. Pegajosa do começo ao fim. PS.: por favor, alguém coloque Blinding Lights na próxima temporada de Stranger Things. (William Nunes)

HAIM – The Steps

“Você entende que não me entende?” pergunta o eu-lírico dentro de um relacionamento com “o mato crescendo pelas laterais” na voz de Danielle Haim. The Steps é uma pequena gema dentro da obra sempre consistente do trio, uma faixa que utiliza sua melancolia para abastecer o pop riquíssimo herdado de nomes como Fleetwood Mac. Tem cara de algo que você já ouviu antes, só que melhor ainda. (André Felipe de Medeiros)

Miley Cyrus – Midnight Sky

Midnight Sky não é só uma música que facilmente vai passar meses no repeat por ser um pop extraordinário, capaz de animar o mais desanimado. Ela compreende na letra uma autonomia feminina importante e inspiradora para se ouvir. O bem estar consigo própria cantado sem precisar de nenhum tipo de convenção amorosa. (Rômulo Mendes)

Wado + FLORA – Faz Comigo

A parceria entre Wado e FLORA ganha um contorno singular, aponta para uma leveza, para o desejo. De forma singela e envolvente, vemos dois artistas construírem uma sonoridade juntos. Esse encontro, mediado pelo violão, nos coloca em contato com o afeto, com a vontade, com o amor. São essas instâncias que nos ajudam a respirar e a caminhar. Faz Comigo, certamente, é um afago. (Letícia Miranda)

Hayley Williams – Simmer

Durante a escuta, você consegue sentir o quanto essa música pode ter sido terapêutica para a artista escrever. Com pequenos suspiros, a raiva em seus versos e uma luta interna entre a ira e o perdão, Hayley entregou uma canção com camadas bem intensas e que pode servir de catarse para aqueles que se identificam. (Carolina Reis)

Dua Lipa – Break My Heart

Este foi mais um sucesso #1 da cantora inglesa nas paradas da Billboard, se tornando um dos destaques da fase Future Nostalgia ao mesclar um clipe visualmente estonteante, uma letra cadenciada sobre um amor avassalador e até sample de INXS. (Nathália Pandeló)

Moses Sumney – Bless Me

græ se encerra com uma faixa que apresenta uma nova perspectiva para aquele velho amor romântico. Pessimista, Bless Me apresenta o pedido de um eu-lírico descrente na longevidade do romance, vítima da ansiedade de querer viver anos de um relacionamento em um breve período. Grandiosa, ainda que um tanto cansada, é uma música que – assim como o trabalho de Moses – exala excelência e sensibilidade. (André Felipe de Medeiros)

Lianne La Havas – Bittersweet

Sabe aquele momento em que a ficha cai? Quando se cruza a linha tênue que simboliza o fim, mas que também significa recomeço. Lianne La Havas mergulha de cabeça neste sentimento em Bittersweet, faixa que nos presenteia com uma performance cheia de vontade, de coração, de alma. Se a letra é direta, a música como um todo toma o seu tempo até chegar em uma explosão e, enfim, cessar. Tudo se encaixando perfeitamente como em um quebra-cabeça. (William Nunes)

Acompanhe o especial 2020 do Música Pavê