MP Seleciona: Dez Videoclipes de 2019

São doze meses comentando videoclipes e reunindo os melhores deles mensalmente, para, quando dezembro chegar, o processo de selecionar os destaques do ano ser mais fácil. A intenção é essa, mas montar a lista final segue sendo uma das maiores dificuldades que o Música Pavê enfrenta todo ano.

Mas, como sempre, quando a equipe vota e a seleção está feita, vem a satisfação de ter montado uma lista que compreende tanto os valores com que são feitas as avaliações de vídeos, quanto um resumo do que foi a produção audiovisual na música naquele período.

Eis então a lista de dez videoclipes de 2019, montada e comentada pela equipe Música Pavê.

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Duda Beat + Mateus Carrilho + Jaloo – Chega

Duda Beat é um dos grandes nomes da música brasileira de hoje. Além de se expressar por meio de suas construções musicais, a cantora aposta em uma estética visual divertida, colorida e espalhafatosa. No clipe de Chega, o que chama atenção logo de cara são as cores e as roupas. Ao lado de Mateus Carrilho e Jaloo, ela joga com enquadramentos, molduras e colagens como quem demonstra que já entrou no jogo da sedução, e, aqui, a cartela de cores contribui na criação de diferentes cenários. (Letícia Miranda)

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Tyler, the Creator – A Boy Is a Gun

A música tem uma elegância à moda antiga, brincando com suas referências vintage para trazer metáforas violentas que simbolizam a força de se apaixonar por alguém. Seu videoclipe sabe carregar as mesmíssimas características e criar uma obra cheia de carisma, que intriga o espectador ao não responder as perguntas que propõe e misturar tantos recursos visuais ao mesmo tempo, tudo devidamente orquestrado pelas mãos do próprio Tyler, The Creator. Cinco estrelas merecidíssimas. (André Felipe de Medeiros)

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Rincon Sapiência – Meu Ritmo

Vulgo Manicongo estourou nesse clipe. O artista, sempre muito inventivo, comemora sua ancestralidade africana, se empodera da sua dança e mostra para a galera qual é o seu ritmo. Bem produzido, o vídeo lembra a atmosfera dos filmes do cineasta americano John Hughes (muito conhecido por ter suas obras destacadas na Sessão da Tarde), como se fosse um Curtindo a Vida Adoidado do afrobeat. Vê-lo mais de uma vez para sacar todos os detalhes é uma atividade sempre muito prazerosa. Mas, saiba: É impossível ver e não dançar. Que vibe! (Rômulo Mendes)

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Rubel + Anavitória – Partilhar

A canção aqui é trilha para um reencontro ocasional de afetos, delicadamente marcado por pequenas e significativas interações entre Marina Ruy Barbosa e Rubel. O compositor surpreende positivamente tanto como ator e diretor, ao capturar a atenção através das sutilezas, assim como faz através de sua música. A produção é tão cativante e relacionável que a sessão de comentários no YouTube virou uma espécie de confessionário, onde os usuários partilham suas histórias de amor. (João Barreira)

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Emicida + Majur + Pabllo Vittar – AmarElo

O que a gente precisava mesmo em 2019 era de Belchior. Em um exemplar uso do sample de Sujeito de Sorte, do seminal álbum Alucinação (1976), Emicida se une a Majur e Pabllo Vittar em uma canção que já nasce forte – por reviver Bel, pela mensagem de superação. Mas o clipe elevou AmarElo a outro patamar. O vídeo gravado no Morro do Alemão, no Rio, reúne o trio e uma série de histórias de pessoas que desafiam as expectativas e as estatísticas. Em comum, elas trazem uma dose inegável de emoção digna de embargar a voz até dos mais durões. Tudo para entregar um convite a seguir em frente, mesmo diante de todos os obstáculos. Foi um excelente prefácio para o que Emicida entregaria no álbum de mesmo nome. (Nathália Pandeló)

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Luiza Lian – Iarinhas

Luiza Lian segue evidenciando a importância do audiovisual em sua carreia. A produção de Iarinhas traz aspectos lúdicos e oníricos ao se reportar a curiosidade infantil que busca por aquilo que paira no ar (ou embaixo do asfalto). A canção é parte do álbum Azul Moderno e não se afasta da estética escolhida pela artista para apresentar seu segundo disco cheio, o aspecto esfumaçado e fora de foco a coloca próxima dos sonhos e dos desejos. (Letícia Miranda)

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Billie Eilish – bury a friend

bad guy recebeu não só toda a devida atenção em 2019, mas também um ótimo clipe. Foi bury a friend, no entanto, que anunciou em janeiro que o ano seria de Billie Eilish. Trazendo à tona a vibe “pesadelo” que acompanha a obra da cantora, a produção é agressiva, sombria e tensa em seu dinamismo (novamente, como grande parte do que ela faz). Pode não ser o vídeo que vai te fazer virar fã da artista, mas é um lançamento que, tempos depois, segue esbanjando força e personalidade, mesmo sem o apelo de um grande hit. (André Felipe de Medeiros)

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Foals – Exits

Seis minutos de vídeo e você não consegue tirar os olhos da tela. Como na letra da canção, o clipe de Exits é cheio de metáforas para a situação em que a sociedade, tecnologia e o meio ambiente se encontram. A produção é visualmente rica e nos emerge em uma história não linear, mas impactante. 2019 foi um ano repleto de debates urgentes sobre nossa sociedade, e não é à toa que encontramos Exits em nossos favoritos. (Carolina Reis)

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BaianaSystem + Tropkillaz – O Saci (Remix)

A força incontrolável da batida na música de BaianaSystem, capaz de atrair uma multidão em catarse num estado febril, é a mensagem que fica do clipe da versão remix de Saci. Em alguns momentos, lembra Thriller, de Micheal Jackson, com suas coreografias ensaiadas e, de certa forma, estranhas. A força da comunidade negra junta traz um simbolismo muito grande ao dizer que a sua cultura também importa e também é bonita e também se faz presente. Trabalho divertido, sem deixar de ser político. (William Nunes)

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Rosalía – Aute Cuture

Mais do que amparar visualmente uma das músicas mais legais do ano, o clipe de Aute Cuture se presta a construir toda uma mitologia ao redor da personagem vivida por Rosalía naquela narrativa. Em menos de três minutos, o espectador é imerso em um universo que brinca com referências múltiplas, misturando manicures e mafiosos em uma linguagem pop por excelência. Pode confiar: É um vídeo que envelhecerá muito bem, e que teremos o maior prazer de revê-lo no futuro. (André Felipe de Medeiros)

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