MP Seleciona: Dez Discos que Marcaram 2017
Impacto na cultura pop, vendas, número de plays nas plataformas de streaming, relevância da sua mensagem ou mesmo qualidade de produção – são muitos os fatores que podem fazer um álbum se destacar em relação aos demais. Na hora de votar nos dez discos que marcaram 2017, a equipe Música Pavê olhou para os últimos doze meses e, com as mais diversas questões em mente, apontou os lançamentos que definiram o ano na música.
Cada um por um motivo, esses álbuns dialogaram com público, com a crítica e com o seu tempo. No futuro, quando quisermos matar as saudades de 2017, são eles que vamos ouvir do começo ao fim para puxar o papo: “Lembra daquela época?”.
Eles são apresentados aqui sem ordem específica, como sempre. Para acessar mais conteúdo sobre o artista ou banda, clique no título.
Ed Sheeran – ÷ (Divide)
Em seu último álbum, Ed se divide mesmo e mostra suas várias facetas. É claro que quem já viu seus vídeos em estúdio notou que ele é um gênio do pop, mas aqui ele dá um passo a mais, mostrando que pode abraçar o mundo e explorar o que ele quiser no universo musical, porque fará bem feito. Não abandona elementos passados, como o rap, cujo estilo abre o disco com uma letra de desabafo sobre como ele tem levado a vida. Baladas de amor e sua genialidade em manusear instrumentos também se fazem presente, como sempre, o levando novamente ao topo das paradas. Afinal, quem não ouviu Shape of You? (Lucas Gabriel Bosso)
Ibeyi – Ash
Elas são franco-cubanas, gêmeas e mergulham sem medo no jazz, hip hop, música latina e africana. Se já não bastasse, nesse disco têm um coro de arrepiar (Deathless), Kamasi Washington no sax e um feat que utiliza um discurso de Michelle Obama. Ash é intenso e impactante, o que não é novidade para Lisa e Naomi. (Nathália Pandeló Corrrêa)
St. Vincent – MASSEDUCTION
Annie Clark chegou em 2017 com uma missão muito bem-vinda: Produzir um disco que ficasse, no melhor do sentido, em cima de vários muros. Ele é refinado, mas acessível, é pop, mas é ácido, é original, mas um tanto familiar também. MASSEDUCTION virou um compilado de boas ideias muito bem orquestradas, colocando seus dedos nas feridas da sociedade norte-americana com bom humor e, principalmente, boa música. (André Felipe de Medeiros)
Far from Alaska – Unlikely
Mais diversificado do que o seu antecessor, Unlikely apresenta toda a capacidade que a banda tem para explorar elementos mais pesados com outros que remetem a música pop. O disco soube aproveitar muito bem o potencial das melodias vocais do grupo, sempre com uma base instrumental muito forte. Em todo o seu conceito – não só nas músicas –, Unlikely traz um Far From Alaska livre e sem se importar com rótulos. (William Nunes)
Tim Bernardes – Recomeçar
Para seu primeiro lançamento solo, o músico deixou de lado várias das características que deram destaque à sua banda (O Terno), sobretudo aquele rock mais psicodélico de levada bem humorada, e investiu naquilo que já enxergávamos nele como o principal compositor da banda: A sensibilidade ao tratar temas muito pertinentes para quem tem vinte e poucos anos. Assim como em Melhor do que Parece, virou um disco que a grande maioria das pessoas dessa idade que você conhece vão ouvir e se identificar, das linhas melódicas às entrelinhas nos versos. (André Felipe de Medeiros)
Mallu Magalhães – Vem
Apesar do eterno jeito de menina, em seu novo álbum, Mallu entregou ao público um som mais maduro. Vem nos deu a oportunidade de ver uma Mallu mais crescida, que, mesmo em meio às polêmicas geradas por Você Não Presta, manteve a leveza de quem passou os últimos anos crescendo e revelando sua personalidade através da boa música. (Anna Rinaldi)
Paramore – After Laughter
Depois de quatro anos em silêncio, Paramore finalmente voltou, e não só isso, mas entregou um dos melhores álbuns do ano. A banda vem sofrendo várias mudanças e Hayley sempre levou a culpa nas costas. After Laughter é claramente o diário da vocalista, que nos leva numa verdadeira jornada de autoconhecimento e aceitação. As melodias animadas, inspiradas pelos anos 80, não escondem as letras ásperas e sinceras. A banda colocou a alma inteira no disco, e podemos sentir que foi algo terapêutico para todos os envolvidos. (Carolina Reis)
Harry Styles – Harry Styles
Já vimos muitos artistas saírem de boy bands e se lançarem em carreira solo, nenhuma novidade até aí. No entanto, Harry Styles arriscou seguir um caminho totalmente oposto do que fazia com One Direction – e até mesmo em relação ao mercado – e deu muito certo. Seu disco de estreia nos remete a sonoridades de grandes bandas dos anos 70, com canções grandiosas e lindas baladas. (William Nunes)
Kendrick Lamar – DAMN
Para onde você vai depois de lançar um To Pimp a Butterfly, um disco que marcou época e virou quase um manifesto para o que o hip hop e o rap, para além da Califórnia, seria a partir dele? A resposta que Kendrick encontrou não foi meramente estética, mas seguir uma direção mais intimista na forma com que trata temas de alcance muito mais amplos. Tenso, grave e de extrema relevância, mais um acerto louvável do rapper. (André Felipe de Medeiros)
Lorde – Melodrama
Realmente, uma obra de arte. Seu conteúdo é filosófico, introspectivo e sobre boa parte de uma geração, sabendo tocar em temas profundos sobre nós mesmos. Lorde consegue misturar a genialidade compositora com as batidas pop, o que a fez ganhar todas as rádios do mundo. A vida agitada de um jovem, o amor em um estágio nascente, rejeições, amizades, a sensação pós-noitada, solidão e mais um mar de sentimentos formam o enredo desse álbum. Com todas essas questões sérias, Melodrama não deixa de fazer sentido com um pop divertido – ao contrário, esse contraste é o que embeleza a obra. (Lucas Gabriel Bosso)
Acompanhe mais do especial #Destaque2017 no Música Pavê