“Minha cara”: Nina Camillo e o Repertório de “Nascente”
Como todo bom trabalho de estreia, Nascente reúne em algumas composições tudo aquilo que forma Nina Camillo como artista: Sua estética, história e o que mais pode ser percebido como sua identidade.
Montar o repertório “foi muito natural”, contou ela ao Música Pavê, “são músicas autorais que vieram em uma determinada época com uma cara que considerei muito original minha. Quis abraçar isso”.
Ela cita Hiatus Kaiyote, Erykah Badu e o jazz brasileiro como as principais inspirações estéticas da obra. “Já tinha uma ideia da sonoridade que queria chegar e, com a ajuda de Tiago (Frúgoli)(produtor), pude chamar as pessoas certas para ela”, explica a artista.
Para conhecermos melhor Nascente, Nina Camillo revela um pouco do que está por trás de cada uma das seis faixas do EP.
Vim de Lá: “Faixa inicial do EP cheia de camadas de vozes, pede para os ouvintes escutarem as faixas de peito aberto. Ela é uma música de poucas frases, e meio mântrica nesse sentido. É uma repetição que cresce muito em pouco mais de um minuto e meio”
Flor da Pele: “Primeiro single do EP, talvez seja a mais dançante e leve, e foi a primeira que eu tive vontade de produzir, pois já ouvia o arranjo na minha cabeça. Vê-la pronta foi transformador”
Vem pro Céu: “A mais romântica e uma das minhas favoritas, a bateria dessa música é apaixonante, e sou bem orgulhosa da letra dessa. Vem Pro Céu faz parte de uma leva de composições que me deu uma certa autoestima como compositora”
Só Dá Você: “Talvez a música mais densa, e atualmente a minha favorita. Fala do meu processo enquanto compositora e da minha relação com a música, cheia de medos e questões com o mundo externo, mas me agarrando na única coisa que me enraiza: composição”
Bem Te Vi: “É uma música que pode parecer simples de início, mas fala muito sobre autoestima, sobre se olhar e se gostar, se respeitar. Gravei um clipe inclusive me olhando no espelho, porque era para ser uma conversa comigo mesma. Coisas que eu, inclusive, deveria me lembrar mais (risos)”
Sobre Fugir: “Faixa que fecha o EP, fala, de forma bem ampla, sobre a vida e sobre estar-no-mundo, mesmo com tantos medos. Sobre simplesmente estar no presente e não fugir da realidade”