Marina Kaye É Hoje Mais ‘Artista’ do que ‘Cantora’

Marina Kaye tem uma história muito particular no que diz respeito à sua carreira, quando comparada aos demais músicos que acompanhamos. Isso porque quem ouve o pop autoral caprichadíssimo de clima dark que a artista francesa de 22 anos faz hoje nem imagina que em 2011 ela venceu o reality show France’s Got Talent – isso mesmo, faça as contas, quando ela tinha apenas 13 anos.

Falando ao Música Pavê sobre como tem sido encontrar a sua própria estética o longo dessa década, Marina conta que “foi uma longa jornada, e acho que ainda estou nela. É um processo que está sempre mudando. Seja o seu som, como você compõe, a forma com que você fala da sua música – tudo está sempre evoluindo e fica melhor a cada álbum. Mas acho que esse processo foi também natural, de colaborar com pessoas diferentes e aprender sobre como eu gosto de trabalhar”.

De imediato, impressiona a maturidade que Marina revela ao falar de sua carreira – o que faz sentido, já que ela já possui quase dez anos de experiência na música. Ao ser perguntada sobre como tem sido saber sobre o que quer cantar em suas composições, ela diz que “isso é o mais importante, por isso eu não quis lançar o meu primeiro álbum assim que eu ganhei o programa aos 13 anos. Todos me perguntavam por que eu não lançava nada, por que eu não estava assinando contratos com gravadoras, mas eu tinha 13 anos! Eu não tinha nada o que dizer sobre minha vida. E, das coisas que eu falaria, quem ouviria o que uma menina daquela idade está dizendo? (risos)”.

Ela comenta que lançou seu primeiro disco, Fearless (2015), “na hora certa”. Sobre a experiência de escutá-lo hoje, ela conta que “sinceramente, gosto muito. Tenho muito carinho por quem eu era, com minha voz de bebê (risos). Eu mudei muito, mas a música já estava lá, então tenho muito orgulho do que fiz. Eu tinha 14 anos quando escrevi minha primeira música, e agora tenho 22. É muito fofo ouvir hoje sobre o meu primeiro amor quando tinha aquela idade (risos)”,

É interessante observar as maneiras com que Marina mudou como artista ao longo dos anos, ao passo em que também atravessou momentos de vida muito distintos. Prova disso é seu novo disco, o recém-lançado Twisted, que trabalha várias qualidades do pop mescladas com características que nem sempre vemos no mainstream.

“Pop, urban, jazz, nada mais existe a esta altura, só existe música”, comenta ela ao ser perguntada sobre o estilo que trabalha, “e isso é o que eu mais gosto da nossa época. As pessoas tentam colocar um rótulo em tudo, mas o que eu mais gosto na minha geração é que nós não somos forçados a fazer uma coisa só. Nós podemos misturar o rap com o jazz, por exemplo, e experimentar com a música. Isso é algo do qual me orgulho muito”.

“Eu faço o que eu quero fazer com a minha música. Eu busco qualidade. Só isso me importa, o que é bom aos meus ouvidos”, diz Marina – que cita ANTI (Rihanna), Star Boy (The Weeknd) e Born to Die (Lana Del Rey) como seus discos favoritos. Em sua posição de ser mais “artista que faz música pop” do que de “cantora pop”, ela comenta: “Eu às vezes olho para minha vida e penso ‘por que eu? Por que eu fui ter essa voz, por que eu tenho a oportunidade de viajar e fazer o que amo?’. Eu me sinto muito privilegiada, sei que estou vivendo o sonho de muitas pessoas e sou grata por isso. Sou uma pessoa de sorte”.

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