Mariana Volker Quer Somar
“Eu picho no seu muro/mais amor sem favor” – a partir de uma frase que estampa camisetas, posts de Instagram e (é claro) muros, Mariana Volker apresentou +Amor, o primeiro single de seu próximo álbum – que, mesmo sem data de lançamento anunciada, é prometido para breve.
Em entrevista ao Música Pavê, a cantora comentou como via importante trabalhar o conceito de adição em seu trabalho. “Mesmo que não seja na nossa pele, a gente se incomoda com o que afeto nossos amigos, amores e afetos”, conta ela, “e +Amor fala sobre liberdade. Me incomodam a homofobia, o racismo e o machismo, e a gente precisa falar disso tudo. Se isso não te afeta em algum lugar, você tem que refletir. Por mais que não seja meu lugar falar de racismo, por exemplo, me incomoda e quero apoiar essa bandeira”.
“O clipe fala sobre a gente poder ser livre, poder se amar e se expressar como quiser, e desejar um pouco mais de amor. As pessoas estão muito raivosas, estão bélicas. Vamos exercitar a escuta, vamos trocar, vamos somar”.
Com direção de Letícia Pires, a obra traz influência dos vídeos do início dos anos 1990 e mostra os figurantes “dançando com seus corpos livres, dos tamanhos, cores e formatos que são”, conta Mariana, “eu não sou dançarina, mas tô ali dançando com as pessoas, e elas estão dançando como elas querem”.
Retomando os lançamentos após ter passado por um período em depressão, a cantora define o momento que vive como “um recomeço” na carreira. “GIGANTESCA veio nesse momento, quando eu estava em um processo de mergulho interno muito grande. Quando voltei a compor, precisei entender não só por que eu queria cantar, mas o que eu queria comunicar. E a sensação que eu tenho é que com +Amor, mais do que com GIGANTESCA, eu encontrei o lugar da minha voz como um todo”.
“Eu me afeto com as coisas. Eu acho que o presidente fala coisas absurdas e isso me afeta. Não adianta ficar aqui de braços cruzados fingindo que nada está acontecendo. Isso passa pelo meu trabalho e o disco vai ser muito sobre isso, sobre sentir as coisas mesmo. Vamos conversar, chega de ódio, tá chato. As pessoas estão grosseiras – Deus me livre. Neste momento, tenho certeza do que eu quero dizer, com quem eu quero estar e como eu quero que seja o meu som. Eu precisei entender o que eu queria fazer para poder levantar essa bandeira do que é a Mariana. Eu posso botar a cabeça no travesseiro e dormir tranquila, porque sei que o que eu faço é genuíno”.
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