Mais Cinco Músicas que Poderiam Ser Discos
Pode parecer que foi ontem, mas já faz mais de dois anos que publicamos nossa lista de Cinco Músicas que Poderiam ser Discos. Ou seja, já deu tempo de pensarmos em mais uma lista dessas, que traga faixas lançadas nesse meio tempo que poderiam ter sido lançadas sozinhas e já renderiam ótimos EPs.
Tem a ver com a duração em muitos casos, mas é mais uma questão do quanto elas vem completas, com diversos momentos que, por si só, são mini-músicas ali dentro de suas variações. Ouça e comprove.
>>Baleia – Despertador
A faixa que encerra o disco e os shows da turnê de Quebra Azul possui os dez minutos e meio mais rápidos do seu dia. Mesmo sem pressa de se resolver (pelo contrário, as coisas aqui acontecem em um timing muito específico), a música parece habitar em uma linha do tempo própria, paralela à nossa – o que deixa tudo mais interessante ainda, já que seu título remete a “relógio”. Ela renderia um bom disco porque parece já conter todo Quebra Azul dentro dela (e a arte do álbum deixa isso claro, como ela sendo o outro lado de um prisma que reflete suas companheiras). Sensível e de uma beleza muito própria, é o tipo de faixa que sabe te arrepiar de vez em quando, mesmo se você ouvi-la sempre.
>>Onagra Claudique – Sagração
Com oito guitarras simultâneas em dois momentos da música, a música central de Lira Auriverde é uma narrativa com começo, meio, fim e um novo começo dentro de si mesma, usando a figura das estações do ano para revelar seus quase nove minutos. Com um crescimento constante desde o início, Sagração é uma experiência única dentro do álbum. “Tudo é tão triste, tão belo, tão revelador”. Sim, realmente.
>>The Staves – Blood I Bled
Esta música de fato ganhou um EP com seu nome, mas ele veio acompanhado de mais duas faixas (vale ouvi-lo, por sinal, e muito). Sozinha, porém, Blood I Bled já causa impressão o suficiente. São muitas as variações, harmonias e timbres, cortesia do casamento da música das irmãs com a produção de Justin Vernon (Bon Iver). São quatro minutos que parecem muito maiores, de tanto que acontece nesse meio tempo.
>>O Terno – Desaparecido
A banda paulistana não precisou nem de cinco minutos para contar uma história que ressoa por ainda muitos minutos depois de ouvi-la. Deve ser por isso que ela vem só no finzinho de O Terno, quase como uma faixa bônus, já que ela roubaria a atenção de qualquer outra escutada antes. E ela vem super interessante no trio piano, baixo e bateria, amparada por uma interpretação madura de Tim Bernardes e alguns elementos de surpresa na segunda metade. Impecável e pra lá de marcante.
>>Charlie e os Marretas – Quimpassi
Quem já viu ao vivo sabe que a festa que Charlie e os Marretas arrasa em qualquer apresentação. Para fechar seu disco de estreia, entretanto, a música escolhida não poderia ser mais diferente de Marretón. Instrumental, a faixa passeia pelos momentos mais diversos sem tentar fincar raízes em um, dois ou três estilos como referência, mas deixa claro que o mais interessante é mesmo a jornada, não o destino. Com quase sete minutos de duração, ela faz o fôlego do ouvinte dar uma vacilada algumas vezes. “Impressionante” é pouco.
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