Luvbites Trabalha a Despretensão à Moda Antiga

foto por stephanie massarelli

“Tenho um carinho grande por essas composições – introdução, estrofe, refrão, um solinho… e não vejo tantas bandas fazendo isso hoje” –  mesmo uma audição superficial do som que Luvbites faz já deixa claro que a banda paranaense trabalha uma música enraizada em uma época quando, como bem lembramos, o rock era sinônimo de juventude. E isso explica grande parte de Loud Fast Soul, seu segundo álbum, lançado hoje (10 de abril).

O disco começa logo com Youthquake, faixa que celebra o movimento juvenil do qual o rock foi símbolo há tantos anos. “Ela é agitadinha, mais contagiante, tem uma introdução que combina com início de disco”, comenta Igor Diniz, membro fundador da banda. “Tem a ver com o que a gente estava falando no momento [da produção do álbum], sobre A Brevidade da Vida (de Sêneca), e era a última vez que eu podia cantar ‘we are young’ perto dos meninos”, brinca ele ao comentar que, por ter 33 anos, “daqui pra frente não fica mais tão legal cantar isso”.

“Nossas referências são principalmente antigas, mas é tudo muito misturado”, comenta ele, “nós escutamos mais bandas de hoje em dia, mas essas coisas ficam enraizadas. No fim, tem vários elementos de bandas mais novas, mesmo quando fazemos um Powerpop como de antigamente”.

É interessante notar como Loud Fast Soul surge pouco tempo após seu disco de estreia, Hot Days Long Nights, Here Comes Luvbites (2019). Igor conta que o novo álbum começou a nascer no show de lançamento do anterior em São Paulo, no Estúdio Lamparina – que virou a incubadora da obra.

“A gente gravou emendando as viagens para shows”, conta ele, “a gente chegava em SP correndo para fazer dois shows seguidos, começava a gravar de manhã e ia até à noite, quando tocava. Ia dormir, acordava e gravava de novo”. “Essa urgência incentivou que lançássemos algo mais compacto”, comenta Igor sobre o tamanho enxuto do disco (são sete músicas ao longo de 23 minutos).

“Luvbites é uma banda bem pequena, então a gente quer trabalhar bem os discos também no audiovisual. Se eu gravar um de 15 faixas, eu não consigo trabalhar nem duas direito. Queríamos lançar umas músicas legais e bem feitas. Nos preocupamos mais com as execuções, e com as composições em si. Mas não tem muita pretensão. A gente gosta de fazer música e espera que ela chegue nas pessoas”.

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