Luísa e os Alquimistas: “A gente tá bem atento ao que tá rolando”

foto por luana tayze

Luísa e os Alquimistas “se construiu fazendo todo tipo de mistura”. Quem tão bem definiu o trabalho do grupo potiguar foi a própria Luísa Nascim, em conversa com o Música Pavê por telefone. “Isso faz parte da identidade da banda”, conta ela, “e até gera estranhamento das pessoas quando ouvem uma ou outra música só. Para entender, tem que ouvir várias”.

A boa notícia é que há uma bela desculpa para escutarmos onze faixas do grupo de uma só vez nesta sexta, 27 de setembro. É que saiu seu terceiro álbum, Jaguatirica Print, contendo o single Furtacor no repertório.

No disco, os músicos exploram vertentes do que eles chamaram de “música popular nordestina”, em uma brincadeira com o termo “MPB” que faz muito sentido assim que você dá play. “A gente quis manter essa nossa vontade de misturar várias influências, mas havia ainda uma vontade maior de explorar os batidões que estão rolando no nordeste, comenta Luísa, “é uma coisa muito rica que tá rolando lá e que eu tenho ouvido muito. Sinto que ainda tem poucas bandas fazendo essa mistura com um som mais alternativo”.

“A gente tá bem atento a tudo o que tá rolando, a gente sabe que essa coisa do brega wave tá muito forte no pop nacional – com Pabllo Vittar, Duda Beat e outros”, explica a cantora e compositora, “a gente vem de um processo mais do underground do nordeste, os artistas que a gente tem acompanhado não estão tanto no mainstream. A ideia [no álbum] não era imitar ninguém, nem que parecesse que a gente está se apropriando de algo, a gente quis trazer tudo isso ao nosso universo, misturando com todas as nossas outras coisas”.

Ela conta também que, dos três títulos que compõem sua discografia até agora, Jaguatirica Print foi o trabalho “mais coletivo. Muita gente botando a mão e metendo o bedelho mesmo. Pra mim, não teria graça se não fosse assim. Se é para as pessoas, quanto mais histórias ele tiver, mais rico o trabalho fica”.

Para Luísa, Jaguatirica Print possui uma identidade muito própria em relação aos discos anteriores. “O nosso segundo disco é uma ego trip, ele é mais down, fala um pouco da diva do terceiro mundo que tenta fazer as coisas, mas tá lá cheia de noia”, conta ela, “eu precisava desse desabafo. E sabia que o próximo seria mais solar”.

E mesmo uma audição desatenta já mostraria que o novo álbum é cheio dos sorrisos em suas entrelinhas. “Ele é também fruto da circulação da banda e dos festivais onde a gente tocou”, comenta Luísa, “a gente sentia falta de batidas, de um show mais pra cima. Esse disco veio também nessa vivência de estar circulando e estar em contato com o público, na intenção de fazer um show mais pauleira”.

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