Ítallo Quer Falar Com Mais Gente em “Tarde no Walkiria”

foto por nathalia bezerra

O músico alagoano Ítallo lançou no último mês seu terceiro álbum autoral. Intitulado Tarde no Walkiria, o disco conta com onze canções inéditas e participações de peso do cenário da música alternativa brasileira e da nova MPB, como Marina Nemésio, Bruno Berle, Tori e Bruno Di Lullo.

Ao Música Pavê, o artista conta um pouco mais sobre o disco e suas mudanças em relação ao álbum anterior. 

Ítallo afirma que sempre tenta fugir de um tema definido em seu processo de criação, mas sempre acaba imprimindo em seus trabalhos um estado de espírito específico. Ele explica que o grande “guarda-chuva” que abriga os temas das músicas deste novo álbum é a época em que morou em Maceió. A faixa Jangadeiros Alagoanos, por exemplo, faz referência ao nome de uma rua da capital.

O artista reconhece e abraça a inconstância do que é comunicado nas letras do álbum, que foram escritas ao longo de anos. Diz ele sobre a música Dr. Manoel, por exemplo: “Tem muita coisa ali que eu concordo, obviamente, porque sou eu que estou falando, mas tem coisa ali que já não é mais tão cara pra mim. O importante é que eu estou falando, estar se expressando. A arte é para isso”. 

Ele encara Tarde no Walkíria como um disco mais pop e menos experimental que seu antecessor, O Time da Mooca, lançado em 2020. “Embora Tarde no Walkíria não tenha um nome comercial, tem algumas músicas no disco que eu considero muito pop, como Retrato de Maria Lúcia, por exemplo. Em alguns momentos, acho que esse disco é muito mais palatável que o anterior”, conta o artista. 

A ideia de lançar uma obra mais palatável, aliás, esteve por trás do disco desde o começo de sua criação. A esse respeito, Ítallo traça novamente um paralelo entre seus mais dois recentes álbuns, O Time da Mooca e Tarde no Walkíria: O primeiro foi produzido com pouquíssimos recursos e, com sua sonoridade mais “crua”, atraiu a atenção e o gosto da crítica e teve repercussão internacional. Já o último apresenta um resultado técnico mais refinado e traz a pretensão de comunicar o trabalho de Ítallo para um público maior. 

Nas palavras do próprio músico: “Infelizmente não temos como sair de um nicho, mas, se for para estar em um, que seja em um nicho maior do que aquele em que eu estava n’O Time da Mooca. Todos os artistas que eu admiro são artistas populares. Eles têm uma obra densa mas, em algum momento da carreira, comunicaram mais e em maior proporção. E eu queria fazer isso com Tarde no Walkiria“. 

Curta mais de Ítallo e outras entrevistas no Música Pavê

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