Iconili comenta “Quintais”, seu novo álbum

foto por pedro moura

Somos pessoas muito diversas, mas, quando a gente olha pro horizonte e vê aonde a gente quer chegar, o que a gente quer fazer, a gente olha mais ou menos pra mesma coisa”, contou Lucas Freitas (sax barítono e clarone) sobre o trabalho da banda instrumental Iconili. Seu novo disco, Quintais, chega hoje (17) às plataformas de streaming.

Este trabalho é o primeiro a ser lançado desde que a cantora Josi Lopes integrou a formação da “super banda”, uma adição que deu novas possibilidades criativas ao seu som, mas sem alterar sua identidade. “A gente se considera ainda uma banda instrumental por uma questão prática, porque a gente não faz canção”, explica ele, “a maioria das músicas surge no experimentalismo”.

“Qualquer instrumento que entra na roda sempre traz muita novidade, não só a voz”, continua Lucas, “Josi é uma pessoa tão versátil, acho que o histórico do teatro contribui muito pra isso, então as possibilidades são quase infinitas mesmo. Acho que ela tem muito menos limites do que qualquer instrumento impõe pra gente. Ela consegue atuar em todas as posições nesse time, ela pode fazer tanto papeis percussivos, melódicos, efeitos, bases harmônicas. Acho que ela tá muito aberta a experimentar, tentar, falhar, ver o que dá certo e o que dá errado. Em Quintais, isso é uma coisa que você percebe. Tem hora que ela tá cantando com um naipe de sopros, tem hora que ela conversa com a percussão”.

Sobre como a banda trabalhou o processo criativo desde álbum, ele coenta que foi “juntar todo mundo na sala e ficar tocando. Aí sai tudo, tanto coisas boas quanto ruins (risos), é muito orgânico, vai depender de quem está lá na hora, quem quer puxar, quem quer construir, quem quer subverter… é uma somatória de forças. A gente gosta de fazer música simples, no sentido que a pessoa escuta e vai bater cabeça. A gente não tem a presunção do estranhamento, a nossa onda é fazer com que as pessoas se envolvam com o próprio corpo. Não sempre uma interpretação intelectual, mas algo sentimental, ou corporal”.

Quintais tem muito dessa familiaridade, a começar pelo cenário que o nome evoca. O ouvinte se sente “em casa”, curtindo um som tão original quanto “familiar”. “Acho que a gente conseguiu fazer uma obra que mostra bem quem a gente é: Pessoas de Minas Gerais vivendo em 2019, em seus trinta e poucos anos”, conta Lucas, “são músicas mais maduras sem ser uma mistureba louca de gêneros musicais, o que a gente acredita que é o interessante a ser feito”.

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