Gabrielle Aplin, sobre “Phosphorescent”: “Uma celebração de pessoas e união”

foto por matthew sterling

2022 tem sido um ano de fins e recomeços para Gabrielle Aplin. Quando se despedia do álbum Dear Happy (2020), em março deste ano, cumprindo a agenda de shows que foram cancelados devido à pandemia de covid-19, o sucessor já havia sido gravado. Quarto disco de sua carreira, Phosphorescent chega apenas no começo de 2023, mas as quatro faixas divulgadas até agora refletem a mudança de rumos criativos da artista britânica.

As novas canções foram escritas durante o isolamento social – na maior parte das vezes, num processo solitário, em outros momentos, durante chamadas de vídeo no Zoom na companhia de amigos. Assim, quando pôde gravar as faixas no estúdio, Gabrielle notou que essa etapa, bem como a própria mensagem das músicas, ganharam um significado diferente. “Eu queria que parecesse uma celebração de pessoas e união, depois de um período tão longo de isolamento”, conta ao Música Pavê.

Inspirada por outras cantoras e compositoras, sobretudo dos anos 1960 e 1970, como Joni Mitchell e Karen Carpenter, Gabrielle quis levar alguns elementos das obras dessas artistas para Phosphorescent. No caso da integrante de The Carpenters, a influência teve um papel de destaque: “Sou uma grande fã, a ponto de copiar completamente toda a cadeia vocal dela. Me certifiquei de que tivéssemos um microfone da mesma época, os mesmos cabos, os mesmos pré-amplificadores, tudo precisava ser exatamente do mesmo jeito da Karen”, revela.

Ainda que esse elo com o retrô apareça, Gabrielle se preocupou em criar uma sonoridade moderna em todas as faixas, das mais lentas às mais dançantes. Em comparação ao seu álbum anterior, Phosphorescent é menos pop, e ainda passeia por gêneros como o soul e a dance music. A artista se empolga com essas vertentes: “A última faixa do álbum e também o meu último single, Never Be the Same, não vejo a hora de ouvi-los remixados por DJs”.

A natureza, por sua vez, também marca presença na nova fase da trajetória da cantora. Assinada pela artista Nat Michelle, a capa de Phosphorescent, toda em azul, é o resultado de uma impressão em cianotipia, que depende da luz do sol para ser revelada. Da mesma forma, o álbum foi todo produzido com energia renovável, no estúdio do produtor Mike Spencer, que transformou o local que costumava ser uma fazenda.

Nos planos de Gabrielle, está o retorno ao Brasil, onde ela fez muito sucesso com a música Home. Agora, ela gostaria de apresentar seu trabalho em cidades ao redor do país que não teve a oportunidade de visitar em 2016. Aprendendo português no Duolingo, a artista confessa que adoraria fazer versões de suas músicas para os fãs brasileiros. 

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