O Sentimental Phillip Long
“Sou músico de corpo e alma! Não sei fazer outra coisa” foi uma das primeiras coisas que Phillip Long me falou quando nos conhecemos em julho do ano passado, respondendo minha pergunta sobre ele trabalhar com música em tempo integral ou se tinha outro ofício. Seu disco de estreia, Man on a Tightrope tinha acabado de sair e amantes do folk por todo o país estavam sendo cativados pelo álbum – e eu era um deles.
Phillip, nascido Felipe Ferreira, vive em Araras, no interior de São Paulo. Filho de artista plástico (o mesmo que faz as artes de seus álbuns), ele conta que cresceu em uma casa “cercada por tintas e esculturas em que Bob Dylan e esses grandes do folk sempre tiveram uma grande importância”, o que o educou esteticamente desde muito cedo. “Eu observava meu pai pintando a madrugada inteira, era uma verdadeira aula de arte”, relembra o cantor.
Man on a Tightrope
Para escrever, ele diz se inspirar em “artes de qualquer vertente”, mas – é claro – também coloca em seus versos as experiências que viveu e a vida que observa ao seu redor (e música folk é assim mesmo, né?). Enquanto o primeiro disco cantava sobre paixões, Caiçara, o novo álbum, explora novos temas nas letras.
“Eu realmente acordei para uma nova vida depois do Man on a Tightrope, daí eu fui compondo muito e compulsivamente e acabou virando um disco. É mais maduro, há questões mais pesadas sobre mim e como vejo a vida”. Serão dez faixas e uma bonus track, a bela Green House. Aliás, colocar adjetivos em suas músicas é um trabalho repetitivo, já que, até agora, todas as canções que ele lançou recebem o mesmo carimbo de “linda música” desde a primeira audição.
Caiçara
Phillip está participando também da coletânea Re-Trato com uma versão de Sentimental, o que virou um novo desafio para ele. “Foi uma experiência bem diferente gravar algo que não de minha autoria e em português”. No fim das contas, alguém precisava ter contado pra ele que sua voz combina muito com sua língua natal, além do folk rock ter caído como uma luva na composição de Rodrigo Amarante, sem perder a pessoalidade do cantor (repare no verso: “Então fica bem se eu sofro um pouquinho mais”. É a cara de Phillip sem descaracterizar a música).
Sentimental
Para fechar com boas notícias, saiba que Caiçara sai já dia 16 de março, mesmo dia em que Man on a Tightrope será relançado em uma versão física. Além disso, a Sentimental de Phillip Long já está disponível para download gratuito na Musicoteca, num EP com mais três músicas que estarão na versão final de Re-Trato em abril.
Foram dois discos lançados em um intervalo de oito meses, além da participação na coletânea. Veremos o ritmo em que ele vai conseguir trabalhar daqui pra frente, já que sua agenda está cada vez mais disputada. Felizmente, talento e competência não lhe faltam – assim como nossa vontade em ouvir mais e mais boa música como a dele.
Nobody’s Happy
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