Fauves É Sempre a Soma de Múltiplas Partes

“Indie Funk” foi a maneira com que a banda escocesa Fauves disse ao Música Pavê que tem se entendido nesses três anos desde sua gênese. E se “indie” e “funk” são duas palavras que nem sempre ouvimos juntas assim, a escolha do termo ajuda a entender como o grupo tem trabalhado a junção de elementos e seus contrastes para a formação de sua identidade.

Prova disso é seu mais recente single, com Wither Away no lado A e Bathe como lado B. A primeira é curtinha, animada, com uma intensidade crescente. Já a outra se estende por mais de sete minutos sem pressa de acabar, incorporando timbres e desenvolvendo sua narrativa sempre aos poucos. Se você as ouvisse individualmente, talvez nem imaginaria que elas formariam juntas um mesmo lançamento.

Três de seus cinco membros estavam presentes na ligação com o site, e todos concordaram na hora de explicar como Wither Away e Bathe foram pareadas: “Originalmente, elas seriam parte de um EP com outras duas faixas. Elas estão juntas porque sentimos que elas são nossas músicas que soam mais orgânicas. Não têm muitos sintetizadores, e vários instrumentos orgânicos estão presentes ali. Ambas ficaram com cara de banda mesmo, não de uma super produção. Tem jeitão de ao vivo, não de experimentações no estúdio”.

O que essas duas músicas têm em comum é, em primeiro lugar, uma evidente liberdade que Fauves encontra em suas produções. Há uma gama muito ampla de possibilidades no que podemos fazer, e liberdade tem um papel fundamental nisso”, contam eles, “nunca colocamos regras para o que podemos fazer. O que achamos que ficaria bom em uma música vai para aquela música. Nós não temos obrigação de parecer com ninguém a não ser com nós mesmos naquele dia, ou semana (risos)”.

O que elas também mostram é esse campo referencial que a banda trabalha, o tal do indie funk. “Resgatamos muito do que ouvíamos quando éramos mais novos, nos inspiramos e criamos um amálgama”, contam os três, “como as inspirações são de antigamente, nosso som sempre traga algo de velho. Acho que a música que tem algo do funk e da psicodelia sempre vai ter essa cara de algo mais throwback“.

É na soma desses muitos elementos que a banda se apresenta ao mundo, com um cuidado que vai para além da música. Prova disso é a capa de seus singles, que seguem todos uma estética muito específica. “O nome Fauves vem de fauvismo, que é um movimento artístico, e a inspiração para as capas vêm daí”, explica o grupo, “como uma só designer fez todas elas, virou um trabalho bastante conciso”.

Ao serem perguntados se um primeiro álbum seguiria a mesma proposta, todos riem. “Não podemos dizer muito ainda sobre isso”, explicam, “mas adiantamos que tem muita coisa para sair ainda. Quem curte Fauves ficará muito animado”.

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