Faixa a Faixa: Years & Years – “Communion”
2015 tem se mostrado um ano interessantíssimo para quem gosta de música pop (e quem não curte?). Prova disso é o álbum de estreia do trio britânico Years & Years, brilhou nas páginas do Música Pavê ao longo do último ano e meio e finalmente entrega uma grande coleção com suas canções.
São faixas pra lá de divertidas, que resgatam aquelas qualidades da música pop que crescemos ouvindo (boy bands etc.), só que feita em formato de banda, com grande amparo eletrônico, muito alinhada com estilos contemporâneos dentro do gênero.
Alguns pavezeiros ficaram na missão de ouvir o disco e comentar se valeu a pena esperar tanto tempo para escutar o álbum. Conte depois o que você achou também e se conseguiu escutar mais de um minuto sem sair dançando pela casa (nós por aqui não conseguimos).
1. Foundation
A abertura do disco foi uma escolha ousada. Muito mais sensorial do que o pop contagiante que o trio faz, Foundation não recebeu esse nome à toa. Ela está ali para criar a base sobre a qual vão surgir todas as outras canções. Se a faixa aproveita muito bem o momento de meninos de voz doce cantando sentimentalidades – Sam Smith, estamos falando com você -, ela não para por aí. Coloca a voz de Olly Alexander em destaque e dá o clima para o crescente que marca o álbum todo. (Nathália Pandeló)
2. Real
Com uma letra simples e um ritmo contagiante, ela é aquela canção chiclete. Fica na sua cabeça o dia todo, mas você nem se importa. O ritmo foi o que me conquistou. (Carolina Reis)
3. Shine
Se Years & Years parece não ter a menor vergonha de ser pop – e isso é ótimo -, Shine tem a maior cara de ser o single pra arrebanhar a galera mais indie e que normalmente torceria o nariz para um hit mainstream. Na verdade, o tom modernoso que lembra algumas bandas de indie pop é pura enganação. A música tem todos os elementos de um pop mais roots, aquele pop moleque, de várzea, com direito a “ooohs” e um refrão que cresce tanto e tão bem que é bem difícil não cantar junto. (Nathália Pandeló)
4. Take Shelter
É uma canção pop que flerta muito bem com o experimentalismo. Talvez, ela resuma bem o que é o álbum todo – serenidade com um pouco de inovação sonora. Ouça uma única vez e não saberás viver sem Take Shelter. Viciante. (Guilherme Canedo)
5. Worship
Colocar seu objeto de afeição em um pedestal é uma das características mais frequentes da voz masculina na arte, em qualquer linguagem (e a música pop nunca foi, e nunca será, exceção). Aqui, o eu-lírico dá continuidade à tadição ao explicar a devoção pela amada através de metáforas retiradas principalmente dos jargões bíblicos. Se isso foi um pouco longe demais, vou decidir depois de terminar de dançar. (André Felipe de Medeiros)
6. Eyes Shut
Com uma linha de vocal muito criativa, a música cresce aos poucos com aquela pegada meio fim de balada. Dá vontade de dançar estralando os dedos e, antes de terminar o tema, ainda surpreende com mais elementos que completam a música. (Marcel Marques)
7. Ties
Diferentemente das anteriores, essa é uma música com uma levada mais alternativa. Ela é profunda e muito bem desenhada. Ties é uma das minhas canções favoritas de Communion porque é harmônica e agradável ao ouvido. É linda. (Guilherme Canedo)
8. King
Essa canção pode até ter muito a ver com Shine – refrão explosivo, “oohs” -, mas King bebe descaradamente das referências do house e eletrônica que permeiam todo o disco. E aí você percebe que esse foi apenas o quarto single de Communion, o que diz muito sobre a qualidade elevada de várias das músicas. (Nathália Pandeló)
9. Desire
A faixa que dá continuidade a King entra com ela e Shine no trio de hits inevitáveis da banda. Aceite: Você já gosta dessa música, mesmo se ainda não escutou nada dela. Seja pelo timbre do teclado que remete a algo mais caribenho ou ao build up que leva ao refrão, tudo está no lugar certo pra você curtir seus três minutos e pouco como se não houvesse amanhã. De quebra, vem um dos melhores refrões que Years & Years já lançou: “Is it desire or is it love that I’m feeling for you? I want desire, cause your love only gets me abused”. Jogada de mestre. (André Felipe de Medeiros)
10. Gold
A canção que mais me chamou atenção no álbum. A letra me chamou bastante atenção – “Am i defined by the way they look at me?” é uma frase que marca muito. Uma música que pode ser facilmente ouvida dentro de uma balada, mas com um significado grande. (Carolina Reis)
11. Without
Backstreet Boys, N*Sync e companhia fizeram escola em nossa geração. Você ouve Without e é quase levado quinze anos atrás no tempo, não fosse pelo aspecto super contemporâneo que a faixa tem. É o tipo de faixa que explica muito como nós em 2015 ouvimos uma balada pop de pegada eletrônica. (André Felipe de Medeiros)
12. Border
A penúltima faixa do álbum é empolgante, com aquela pegada que não deixa ninguém quieto. Apesar de ser uma música mais linear, o trio surpreende com um refrão com uma percussão mais latina, que tem feito sucesso no pop. (Marcel Marques)
13. Memo
Além de possuir um impressionante domínio vocal, Olly Alexander é detentor de um timbre vocal interessantíssimo. Antes do disco acabar, era preciso que uma faixa colocasse sua voz em primeiríssimo plano e fosse toda construída ao redor dela. Valeu a pena. (André Felipe de Medeiros)
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