Faixa a Faixa: Mallu Magalhães – “Vem”
Já são quase seis anos que separam Pitanga de Vem, o novo álbum de Mallu Magalhães. No meio tempo, ela se mudou para Portugal, virou mãe e gravou o projeto Banda do Mar – passos que rumavam em direção ao amadurecimento da artista, como fica claro em cada verso, timbre e entrelinha do disco.
Com produção de Marcelo Camelo, a obra tem sido apontada como um “clássico instantâneo” da música brasileira contemporânea, e uma audição mesmo não lá muito atenta já confirma que estamos sim diante de um grande disco. De todas as coisas a serem ditas sobre ele e suas músicas, eis o que o Música Pavê pensou ao ouvi-lo.
Você Não Presta
“A faixa de abertura de Vem já deixa claro logo de cara que vamos escutar um trabalho diferente dos que Mallu Magalhães já fez. Você Não Presta é um samba daqueles de verdade, escapando de soar muito forçado, fake ou inadequado para a voz da cantora. Pelo contrário, é um encaixe praticamente perfeito. Uma bela amostra do que vamos ouvir em seguida” (William Nunes)
Culpa do Amor
“Afinal, o que não é culpa do amor? Nesta faixa, Mallu entrega o que sempre entrega: constatações de tão explícitas e cotidianas, geniais” (Anna Rinaldi)
Casa Pronta
“Casa Pronta é mais MPB do que as duas anteriores. Começa com uma leveza e aos poucos vai ganhando elementos que fazem a música crescer na medida certa. Enquanto isso, a voz de Mallu passeia absoluta e com aquela suavidade bem característica que nós já conhecemos” (William Nunes)
Vai e Vem
“O nome da própria canção retrata com clareza sua malemolência e doçura. Vai e Vem é o retrato de que tudo na vida se renova constantemente, e que isso é algo natural e constante. Afinal, se os microssegundos de felicidade cantados por Mallu fossem eternos, qual seria a graça dos nosso dias?” (Matheus Pinheiro)
Será Que Um Dia
“Talvez seja a presença natural do produtor do disco, Marcelo Camelo, mas Será Que Um Dia tem um quê de Los Hermanos. O arranjo de metais bem trabalhado somado a um vocal mais arrastado e prolongado também trazem essa referência à tona. Uma das faixas mais pop do álbum, com um refrão que vai fazer muito fã cantar alto nos shows” (William Nunes)
Pelo Telefone
“Mais do que uma bela música, é, para mim, aquela que melhor define o disco inteiro. Sequência perfeita para Será Que Um Dia, ela traz uma malemolência e uma interpretação segura que mostra o crescimento da artista como vocalista mesmo, isso por cima de uma linha de baixo pesada que contrasta com os timbres doces e a melancolia sorridente da composição e arranjo” (André Felipe de Medeiros)
Navegador
“Essa a gente já conhecia antes do disco sair, e ela veio para mostrar que ele teria esse quê de ‘canção romântica’, essa aura nostálgica, radiofônica e até mesmo grandiosa que várias de suas músicas possuem. Destaque para a métrica inusitada em alguns momentos” (André Felipe de Medeiros)
Guanabara
“Uma música de contrastes. De um lado, a singeleza e a poética da voz, da bossa, da sombra das amendoeiras em um dia praiano no Rio de Janeiro. Do outro, a melancolia de quem segue à espera de uma visita desejada. Guanabara é solar, leve, fluida como o mar” (Nathália Pandeló)
São Paulo
“São Paulo não é sobre São Paulo, mas sobre Mallu. Do auge dos seus 24, cada vez mais afirmação. Como em um sobrevôo desatento, Mallu se vale da grandeza da cidade pra falar de si mesma. Tão ‘de bandeja’ quanto bolo e café a R$ 2,30″ (Anna Rinaldi)
Gigi
“Talvez foi a maternidade, talvez apenas por ter sido muito amada, mas chegou a hora da cantora fazer uma declaração de amor à sua mãe, e ela veio como uma canção de poesia simples, beleza grande e sorrisos iminentes” (André Felipe de Medeiros)
I Love You
“Eis um aceno aos momentos anteriores da carreira da artista, quando o cantar em inglês parecia mais natural do que na língua nativa. Não é só o idioma que resgata aquela Mallu de quase dez anos atrás, mas o jeito de cantar e toda a levada da música. Fará os velhos fãs sentirem-se abraçados, mas é visivelmente inferior ao que ouvimos até aqui no disco” (André Felipe de Medeiros)
Linha Verde
“Linha Verde fecha o disco de maneira bem mais intimista do que ele começa, mas, ao mesmo tempo, mantém a presença e a voz de Mallu Magalhães à frente de tudo o que acontece na música. É uma típica faixa de encerramento de álbum e, embora o alto astral das primeiras músicas sejam muito mais interessantes, ela acaba cumprindo o seu papel ao mostrar que Mallu ainda tem muita lenha para queimar” (William Nunes)
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