Fabio Brazza É Rap Popular Brasileiro em “A Roda, A Rima, O Riso e a Reza”

Em A Roda, A Rima, O Riso e a Reza, Fabio Brazza entrega uma obra que transcende rótulos e confirma sua maturidade artística ao unir rap, samba e outros ritmos brasileiros com lirismo, crítica social e espiritualidade. O disco, produzido por Xuxa Levy e Paiva Prod, conta com catorze faixas e participações de peso, como Criolo, Ferrugem, Xande de Pilares e Mestrinho, formando um mosaico sonoro profundamente brasileiro. Mais do que uma fusão de gêneros, o trabalho é uma síntese da caminhada de Brazza entre a palavra e a melodia, entre a roda de samba e a roda de rima, refletindo sua história pessoal e cultural com autenticidade.
A musicalidade do álbum é viva e plural, com passagens por pagode, baião, ijexá e embolada, sem perder o pulso urbano do rap que o consagrou. Faixas como Sonhos (com Criolo) e Cê Já Se Perguntou (com Ferrugem) revelam a busca por identidade e sentido em tempos tecnológicos e contraditórios. Já músicas como Luiz Carroceiro (minha preferida) e Brasil em Chamas reforçam o olhar crítico e afetivo sobre o país e suas realidades. Com esse lançamento, Brazza transforma a roda, símbolo de encontro, fé e cultura, em linguagem, poesia e resistência, reafirmando a força da música como espaço de pertencimento e transformação.
Para falar mais sobre o processo criativo, suas influências e o significado desse lançamento, o artista bateu um papo maneiríssimo com o Música Pavê.
Música Pavê: No novo álbum, você trouxe um trabalho potente, com identidade, com essa mensagem tão legal e que reflete tanto o seu estilo. Antes de tudo, quero entender o que te motivou a criar esse novo projeto, que tem um título que parece um mantra – A Roda a Rima O Riso e a Reza, um mantra de coletividade, de propósitos, de encontros. Qual foi a sua motivação?
Fábio Brazza: Eu acho que é uma motivação que vem crescendo desde que eu comecei na música, porque meu primeiro álbum de música autoral – que foi só um registro, mas que eu nunca lancei, com 17 anos – foi um disco só de sambas autorais. Então, os meus dois primeiros álbuns gravados no estúdio do Luiz Antônio Sopreto, meu amigo músico que também tocou neste, foi de samba. A princípio, eu queria ser jogador de futebol, e através do futebol, desses encontros, da roda – como eu digo, da roda de altinha, da roda de bobinho -, encontrei a roda de samba. Fazíamos samba no futebol, aprendia tocando um pandeiro e, com ele, aprendi tentando imitar Caju e Castanha no improviso, primeiramente, que eu ouvia. Depois, conheci o rap, tentei ir para o improviso de rap, mas tudo era uma brincadeira, porque queria ser jogador de futebol. Quando paro o futebol, vou direto tentar o samba, só que o rap foi ganhando muita força. Quando fui gravar pela primeira vez no estúdio, o cara falou: “Meu, não é pra você fazer samba, você no meio do Cacique de Ramos, não toca nenhum instrumento profissionalmente, vai para o rap”. E ele foi tomando a frente, deixei o samba no lado B. Inclusive, a música Samba de Rap é uma resposta a esse produtor que falou que não era para eu fazer samba: “Não me critique se eu não sou lá do cacique, se eu não sei tocar repique nem viola, nem tantã […]”. Então o samba já estava ali, já era a minha raiz também, não só por causa do futebol, [também] por causa do meu avô, o poeta concreto Ronaldo Azeredo, que me apresentou Noel Rosa, era da Vila Isabel e me apresentou ao universo do samba, do qual eu nunca mais quis sair. Conforme o rap foi crescendo, o samba ficou [apenas] nas misturas, mas um pouco tímido ainda. E aí, depois de 2019, quando tive depressão, essa vontade de trazer o riso para o meu trabalho era grande. Falei “nossa, minha rima e meu rap são muito sisudo”. Às vezes, eu gostaria de rir mais, mas enão consigo sorrir no rap. Entendi que eu signifiquei o rap em um lugar de luta, coloco uma armadura e imponho uma espada e um escudo. Mas, no samba é onde eu consigo sorrir, onde eu consigo trazer esse novo… Esse novo Brazza não, esse Brazza que sou eu como ser humano no dia a dia, mas que, no meu trabalho artístico, ficava nas sombras. Então, a minha vontade era muito grande, só que eu sabia que, para gravar samba, precisava de mais investimento, precisava de arranjo, então eu e Paiva fomos atrás de músicos amigos, como Xuxa Levy, que somou em ajudar a arranjar, e esse projeto foi ganhando força. E mais do que um álbum só de samba ou só de rap, ele acabou virando um que compõe a minha trajetória, porque ele tem a música nordestina ali com Mestrinho e com Caju e Castanha, que também foram referências minhas, principalmente no Cordel, na poesia, né? O nordeste me influenciou. Antes de começar a fazer rap, eu brincava no improviso ouvindo eles, então, todo álbum acho que compõe as influências e as referências que forjaram a minha trajetória. Saiu essa miscelânea de brasilidades, mas com o samba e o rap como os expoentes maiores, porque não tinha como ser diferente, são as duas partes mais fortes que me compõem. E o samba, dessa vez sendo protagonista. Talvez, o primeiro álbum meu onde o samba é o protagonista, até mais do que o rap nesse aí.
MP: Falando sobre esse protagonismo do samba, como foi para você esse processo de se permitir dividir espaço agora, dando esse protagonismo para o samba, tanto emocionalmente quanto artisticamente? Porque não é todo mundo que conhece a sua obra que sabe que você teve essa trajetória do samba antes, né?
Brazza: É, eu digo que foi uma caminhada em que fui me encorajando, conforme ia lançando meus sambas com cavaquinho no Reels, no Instagram, por aí, e as músicas foram viralizando. Em 2018, 2019, eu ganhei dois sambas enredos pela Dragões da Real, desfilamos. Em 2020, Diogo Nogueira grava um samba meu com Serginho Madureira. Fui também tomando coragem para falar: “Pô, meu samba tem força”. Porque, até então, acreditei no que ouvi lá do produtor lá atrás, que meu samba não era tão bom igual meu rap. Fui ganhando coragem e maturidade, porque talvez naquela época eu ainda não era um bom instrumentista, fui evoluindo, fui ganhando força na minha melodia, né? Sempre fui um letrista, assim, afiado, mas fazer samba é mais do que a letra. Tem outras coisas que envolvem o ritmo, a melodia. Fui ganhando força, amadurecendo o meu samba e tomando essa coragem e, ao mesmo tempo, fui educando o meu público ao ouvir esse samba. Então, chegou o momento que meu público começou a pedir: “Pô, você não vai postar [samba]?”. Era o caminho certo a se fazer. O samba foi pedindo passagem na minha alma, e a minha alma de artista implorou para que eu escutasse essa intuição e trouxesse o samba de vez.
MP: No geral, você começa suas músicas pela letra, pela ideia, pelo beat? Tem um processo pré-estabelecido ou depende muito? Tem criações que você trouxe muito no freestyle para esse álbum?
Brazza: Ah, com certeza. Acho que cada música tem sua particularidade. Normalmente, gosto de começar o rap pela ideia, pela rima. No samba, não. Às vezes, a melodia nasce primeiro, ou compomos o samba em grupo – nos juntamos e alguém está tocando violão, vai imaginando uma melodia, eu venho com uma frase. Então, cada música tem sua particularidade. Luiz Carroceiro, por exemplo, eu morava com Daniel Tatit – meu amigo, com quem tenho várias músicas, inclusive nesse álbum – e falamos: “Vamos compor uma música? Vamos”. Estava pensando o tema, Luiz me ligou de videochamada. Assim que desligamos, Daniel falou: “Luiz é o tema, vamos fazer a música para ele”. E foi muito fácil, só rimei os ensinamentos [que escutei do meu amigo]. Então, tudo que escrevemos já está escrito dentro de nós. Tudo que escrevi já estava escrito dentro de mim. É muito mais fácil escrever uma letra em que você já sentiu, já viveu tudo aquilo que está falando. Tem outras em que é preciso pesquisar mais, mergulhar mais, e vai saindo com mais esforço. Mas essa, por exemplo, foi bem freestyle, nasceu em uma hora e meia, já estávamos cantarolando e parece que eu já sabia a força que ela teria, porque expressa um sentimento muito verdadeiro meu, mas, ao mesmo tempo, uma particularidade de muitos brasileiros. Todo mundo conhece algum Luiz por aí, né? E aí, quando Xande de Pilares escuta as minhas músicas e fala “gostei da do Luiz”, falei: “Então fechou, vou te chamar para cantar”, e ela ficou mais especial ainda.
MP: Ela é demais. Aproveitando que você falou do Xande, ao reunir esses nomes de peso – Criolo, Ferrugem, Xande, Mestrinho -, você traz diálogos muito plurais para a música, né? O que isso representa sobre a identidade da música brasileira?
Brazza: Primeiro, acho a música brasileira uma das mais ricas do mundo, e, às vezes, nós que fazemos rap temos o mau hábito de ter referência só dos gringos, e é nossa obrigação transformar o nosso rap em rap popular brasileiro. Eu acredito, ainda mais carregando o nome Brazza e as influências que trago. Sempre tive essa vontade, desde o álbum Tupi Or Not Tupi (2016), no qual trago até moda de viola. Já era uma semente dessa minha ideia que foi crescendo até esse. Finalmente mais maduro e mais pronto para fazê-lo, e com mais também networking para fazê-lo, além de recursos também financeiros, pude realizar esse sonho. E eu pensei obviamente em trazer mais gente do samba, gente que tem essa ligação ou com o samba ou com a música brasileira que admiro, que sou fã. Então, todos ali que escolhi são pessoas de quem sou fã, e eles terem topado estar ali dividindo o mic comigo torna esse sonho ainda mais grandioso. Quando escuto o álbum pronto, falei: “Nossa, realizei meu sonho com as pessoas que eu sonhei estar junto numa faixa. Caramba, Criolo tá cantando, não acredito, Xande de Pilares”. Então, isso fez as músicas ganharem força e trouxe mais verdade pro álbum, né? Como falar de um Brasil sem incluir todas essas figuras e esses gêneros musicais que representam o país?
E eu digo não só de Xande e Criolo, mas também digo de Thaline Karajá, que é uma indígena que canta comigo Brasil em Chamas. É como com Leonardo Matumona. que canta Pra Quem Tem Fé, que é um congolês, né? Um imigrante africano aqui no Brasil. De alguma maneira, acho que conseguimos trazer um pouquinho desse Brasil, pelo menos um pouco desse país fragmentado, mas que se encontra nessas rodas, nesses grupos sociais, mas não se encontra, infelizmente, em outros ambientes sociais que deveria estar, não tem atenção devida politicamente. Essa diversidade não está sendo representada na Câmara dos Deputados, ou nas universidades brasileiras, mas acontece na nossa cultura, na nossa música. Se o Brasil fosse uma roda de samba, seria um país bem melhor. Então, era esse o desafio, trazer essa roda que se mistura, que se aceita, esse país democrático, esse Brasil que deu certo, tentar compor e trazer as pessoas e os gêneros musicais que acho que representam esse Brasil. É claro que ficou faltando um monte de coisa, porque o Brasil e a nossa música são muito grandes, mas, pelo menos, aquelas que me influenciaram e que eu acho que eu tive a obrigação e a autoridade de trazer, eu tentei fazer.
MP: Ainda sobre essas colaborações, como foram feitas essas escolhas? Com Xande, você disse que mandou as faixas e ele escolheu uma que ele se identificou. Mas você já pensou “essa aqui combina com fulano, essa aqui eu pensei no ciclano”?
Brazza: Fui sonhando, né? “Nossa, imagina Ferrugem nesse refrão. Mas será que ele toparia?”. E fui muito privilegiado, porque, de todas as pessoas que eu convidei para o álbum, a única que não conseguiu participar por agenda foi Marcelo D2 – que era, acho, nome óbvio, né? Pô, rap com samba, seria lindo D2 estar em uma faixa. Foi o único que não pôde, ele estava lançando álbum, mais trabalho com Planet Hemp na época, então não deu. Mas, todos os outros que eu sonhei e convidei estão ali no álbum.
MP: Uma música que me marcou bastante é Sonhos, com Criolo, e queria entender, além de como surgiu essa colaboração com ele, como foi o processo. Você fala muito sobre domar a vontade na era digital, enfim, fala de algoritmo, fala de máquinas. Você sente que as redes sociais influenciam o seu processo criativo ou elas te distraem dele?
Brazza: Ah, os dois. Acho que a rede social pode ser uma ferramenta boa ou ruim. Acho que, às vezes, perdemos muito tempo nela e eu me cobro, é tempo que eu poderia estar lendo um livro, escrevendo uma letra e estou aqui vendo vídeo bobo que está me distraindo, ou vendo a vida dos outros e tendo ansiedade, ou [outras] coisas que a rede social traz de ruim. Temos que ter esse olhar para dentro e tentar entender para além do algoritmo, que foi a mensagem dessa música, o que é nosso, o que é um sonho meu, autêntico, o que é um sonho fabricado pelo algoritmo, pela sociedade de consumo. Acho que ela pode atrapalhar, mas pode ajudar. Querendo ou não eu sou um artista da era digital, fiquei conhecido na Internet, na rede social, foi onde divulguei meu trabalho, eu não posso cuspir no prato que eu comi. Acho que ela sim pode nos ajudar e bastante.
Mas essa música específica com Criolo é uma distopia de uma sociedade na qual nossos sonhos são grampeados e proibidos, e eles fabricam novos sonhos. Essa música era mais comprida e aí Criolo, no dia que fomos compor, falou: “A música está boa, mas está muito longa, né? Olha, menino, quando você achar o poder da síntese, você vai longe”. Aí, cortei um pedaço da música, deixei mais curta. Mas tinha uma parte que falava: “Por isso que ele não se encaixa nesse modelo, pois sonhos são gratuitos, até os mais pobres podem tê-los”. Parece que os sonhos hoje precisam ter valor, precisam ser coisas que compramos. Inclusive a felicidade, a espiritualidade e o autoconhecimento viraram produtos em uma prateleira do capitalismo, temos que comprar e consumir ou ser igual a alguém, ou estar sempre em uma jornada de ser melhor, de performar, de produzir. E é isso que traz ansiedade e depressão, quando não nos sentimos suficientes e caímos nessa roda louca, né? A corrida dos ratos. Acho que foi esse o questionamento, né? Perdi meu sonho por aí, no meio dessa sociedade que me cobra isso ou aquilo, ou que fabrica sonhos comerciais e propaganda a cada tantos segundos de vídeo, ou a vida dos outros, quando você abre rede social, que tem que ser assim, ou que eu quero ser aquilo. Em que parte do caminho o seu sonho esqueceu de quem você é e saiu correndo? Um busão cheio é um cemitério de sonhos. Será que eu deixei cair saindo do trem? Será que eu esqueci no coração de alguém? Será que ele ainda está aqui? Então, esse é o desafio, né? Existe um algoritmo, existe uma inteligência artificial hoje, mas, se não existir uma mente pensante, um ser humano que sente e que pensa o que ele quer, se não pensarmos por nós mesmos, vamos deixar a máquina, o sistema, escolher por nós. Então, é o desafio nessa era de tantas distrações e de tantos condicionamentos.
MP: O que que esse álbum te ensinou, artisticamente e pessoalmente? Porque você fala sobre muitas camadas, né? Você traz essa memória ao samba, você traz artistas para representar a música brasileira, mas, dentro de toda essa mensagem que você passa, qual foi o seu aprendizado, o seu grande aprendizado?
Brazza: Acho que o primeiro aprendizado desse álbum é que nada na vida se faz sozinho. Foi preciso tantas mãos e tantas pessoas para eu realizar esse sonho. Começar ali por Ayala Records, que foi acreditar no sonho, aí Paiva, o produtor, ele chamou Xuxa Levy para ajudar, e ele trouxe uma gangue de músicos que se, eu for citar os nomes de todos os que participaram, eu não vou saber de cabeça agora. Foi tanta gente que ajudou, que cantou. É um álbum feito a muitas mãos. É a roda, esse lugar de muitas pessoas juntas tocando a mesma música, batendo palma, cantando um coro. Acho que esse álbum foi feito desse jeito, uma roda de pessoas cantando a mesma música, ajudando e fazendo acontecer. Então, a primeira lição que eu aprendi é isso: Para você realizar algo, você precisa da ajuda de muitas pessoas preparadas. Eu mesmo toco e faço samba, mas não saberia fazer um arranjo igual Xuxa Levy, não saberia fazer o beat igual Paiva, não saberia tocar o cavaco igual Juninho. Então, precisei das pessoas que fazem parte dessa cultura, que são dessa cultura, para me guiar. É um aprendizado, né? Eu estar gravando com todos esses mestres, o quanto de vivência e de bagagem que trago. Dividir o estúdio com Criolo, cada história que ele conta, cada papo que ele dá, as dicas que ele deu. Saí de lá maior do que entrei naquele estúdio. Dividir com Xande, falar sobre samba, escutar ele cantar e dar dicas. Com Xuxa e Paiva todo dia, com Mestrinho, com Caju e Castanha. Todos os músicos que tocaram – Ana Karina, no baixo, Walmir Borges, ajudando a arranjar com toda a maestria… Você imagina a vivência e o aprendizado só de observá-los gravando, falando de música. Saio desse álbum transformado. Eu tinha até falado: “Pô, esse álbum é meu sonho, mas`, se ele não der certo em questão de visualização, ou de devolver o dinheiro que gastei nele em shows, já me sinto realizado”. Porque a jornada para realizá-lo já me fez alguém melhor, já foi algo que, para quem ama música e que sonhou tanto com esse álbum, a jornada para realizá-lo foi já o elixir. Se eu morresse amanhã, o que eu gostaria de ter vivido era isso aí mesmo.Daqui para frente é lucro, já realizei meu sonho.
MP: Que lindo. Mas, com certeza, vai impactar muitas pessoas. Se todo mundo sentir o que eu senti ouvindo, seu trabalho está mais que entregue. E queria entender isso: Como está a recepção do público? O que você já está ouvindo sobre as impressões das pessoas?
Brazza: Ah, eu acabei de lançar, né? Então, ainda está cedo. Mas, assim, são feedbacks bem positivos no sentido de que é um álbum que atravessa tantas emoções diferentes. O pessoal fala: “Nossa, eu dei risada pra caramba e depois me emocionei, depois refleti, fiquei tenso, aí voltei a rir”. Essa jornada que consegui fazer as pessoas atravessarem quando escutam o álbum é o que me deixa realizado. Porque era o que eu queria fazer, trazer Brazza por inteiro. E eu sou essa pessoa, né? Eu sou o Brazza rebelde, reflexivo, mas também sou o cara engraçado no meu dia a dia. Acho que eu queria não deixar nada na sombra dessa vez, trazer luz pra toda essa potência que vive em mim. E, como ser humano, como artista, acho que eu consegui. É o meu álbum mais maduro, musicalmente falando, e também mais maduro em questão de ideias, porque, com 35 anos, fui afiando minhas ideias, afiando a lâmina da minha arte para chegar a um lugar onde eu tenho segurança do que eu quero e de quem eu sou. Então, é um álbum que demorei a vida toda para fazer. Talvez, ele estava esperando essa semente finalmente germinar e eu ter a coragem e a maturidade de realizá-lo. Mas é isso, me sinto feliz por ter trazido o Fábio por inteiro. E, talvez, as pessoas estão sentindo isso.
Curta mais entrevistas exclusivas no Música Pavê