Estrela Leminski e Téo Ruiz Cantam (e Falam) Sobre Carnaval

Você Não Segurou o Samba é um lançamento bastante particular dentro da discografia do duo Estrela Leminski e Téo Ruiz. Desta vez, os curitibanos optaram por um frevo produzido para a 35º edição do tradicional Festival de Marchinhas de São Luiz do Paraitinga, e lançado hoje, bem a tempo do carnaval.

Falando ao Música Pavê, a dupla contou um pouco sobre o processo criativo por trás da faixa. “Tínhamos esse refrão, surgido da letra, que pelo texto era algo entre o samba, a marchinha e o frevo”, explica Estrela, “mas no processo de terminar a canção, nos deparamos com o desafio de construir uma marchinha que se aproximasse do nosso trabalho”. Téo define a experiência como “um aprendizado enorme” que “só acrescenta à nossa história”.

“A gente está muito ligado à letra, sempre”, continua ele, “muito mais do que a gêneros ou a um estilo musical único. Sempre fomos assim, justamente por não pertencermos a nenhuma ‘tribo’. Transitamos por vários, de acordo com o que achamos que a letra pede. Essa tinha a proposta de compor uma música sobre carnaval e resistência. Logo, resgatamos esse frevo e costuramos com as referências de outras músicas de carnaval clássicas”.

“O Carnaval é um símbolo atrelado aos contrastes brasileiros”, acrescenta Estrela, “é profano, é sagrado. É quando as pessoas vão pra rua e, pela alegria, o povo se nivela e se enxerga. Mais do que nunca, precisamos do carnaval como mecanismo de resistência”. Téo comenta que, “ainda mais em 2020”, é necessário aproveitar o caráter democrático da festa “para refletir sobre coisas importantes como liberdade de expressão e diversidade”.

É simbólico também como Você Não Segurou o Samba chega para marcar um momento em que o carnaval em Curitiba demonstra crescimento em público e número de atrações. “Nos últimos anos, o pré-carnaval tem crescido muito, e temos participado com o Bloco Brasilidades e Juana Profunda”, conta Téo. Ao serem perguntados sobre como observam a cena autoral na cidade (da qual fazem parte), ele comenta que “Curitiba teve um boom de produção nos últimos anos, principalmente depois da Banda Mais Bonita da Cidade. Os artistas começaram a dialogar mais e melhor internamente, o que ajudou a projetar mais a cena do ponto de vista nacional. Como todo lugar, enfrentamos questões de circulação, mas a cena tem buscado diversas alternativas”.

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