Especial 2024: Os Discos do Ano

Fãs de música concordam: Não há experiência melhor do que a do longo formato para apreciar o que artistas e bandas têm para nos oferecer. Escutamos faixas soltas, amamos playlists e não deixamos de ver videoclipes, mas a imersão em um repertório – na ordem proposta – é inigualável.

2024 foi mais um ano no qual muito foi dito sobre o desinteresse das pessoas em álbuns completos. E foi mais um período que nos deu uma discografia excelente, feita por músicos que querem oferecer justamente um mergulho aprofundado em suas mensagens, estéticas e poesias. Das obras lançadas que chegaram ao Música Pavê nesses doze meses, estas foram as que a equipe elegeu como destaques do ano.

Acompanhe o Especial 2024 do Música Pavê

Charli XCX – brat

É comum dizer que um álbum tem personalidade, mas acredito que com Brat presenciamos um disco se tornar, por si só, uma personalidade. O trabalho de Charli XCX tomou vida própria, envolvido em política, moda e virais nas redes sociais. Com tudo que atravessou a campanha de lançamento do disco, pode ficar fácil perder de vista o pilar de sustentação de Brat: A música (e não a cor verde limão). Em parceria com A.G. Cook, Charli moldou toda a originalidade e experimentalismo que já fazia em algo que soa único, novo, mas acessível. (Guilherme Gurgel)

Billie Eilish – HIT ME HARD AND SOFT

Com sonoridades que mesclam o pop, o dream pop e indie pop, Billie não fugiu do esperado e seu terceiro disco apresenta elementos que a cantora já havia experimentado em seus trabalhos anteriores: Vocais suaves e uma lírica bem sentimentalista, mesclando entre beats mais enérgicos e melancólicos. Mesmo sendo mais discreto que os antecessores, o álbum rendeu alguns bons hits, incluindo Birds of a Feather” e Lunch. (Isabela Guiduci)

Melly – Amaríssima

É um álbum com sotaque. Digo isso no sentido de que, quando você ouve, também reconhece que ele vem de um lugar do qual você não pertence. Ele sempre aponta numa direção que te foge: É r&b sem deixar de ser amapiano; É pagodão e também é soul. Tem um charme convidativo, mas com um aviso de “cuidado” que te lembra que sua conta tá em risco. Pequeno paraíso potente no pop brasileiro onde você é um turista. (Vítor Henrique Guimarães)

Papisa – Amor Delírio

Em Amor Delírio, seu segundo disco, Rita Oliveira mergulha no synthpop psicodélico, embalado por harmonias doces e múltiplas camadas de sintetizadores. É um álbum que explora o amor em suas múltiplas fases, com canções que conversam muito bem entre si e convidam o ouvinte para uma viagem letárgica do começo ao fim. Vale a pena mencionar também o capricho na produção, assinada por Felipe Puperi (Tagua Tagua). (Nuno Nunes)

Kali Uchis – ORQUÍDEAS

O ano começou com uma breve obra prima: ORQUÍDEAS chegou ao mundo em 12 de janeiro e trouxe consigo uma coleção de faixas que exploram os melhores lados da artista. Ela é pop psicodélica (Pensamientos Intrusivos), diva à moda antiga (Te Mata) e cantora de reggaeton (Labios Mordidos) na mesma medida, mas é também house, salsa e r&b. Com letras espertas, tiradas bem humoradas e charme de sobra, tem Kali Uchis para todo mundo. (André Felipe de Medeiros)

Tyler, the Creator – CHROMAKOPIA

Ele veio mais Tyler do que nunca. O rapper, tão bom em ser um exagero de si mesmo, brinca com o conceito de vestir diferentes máscaras para explorar diversos lados de sua personalidade e história – o que é feito também em uma variação sonora sempre interessante -, enquanto argumenta que esta é também sua versão mais despida. Ao longo de 14 faixas excelentes, o criador nos relembra por que é um dos grandes desta geração. (André Felipe de Medeiros)

Liniker – Caju

Liniker é uma artista de destaque na cena brasileira há muitos anos, mas seu último disco, Caju, colocou a araraquarense em outro patamar. O álbum passeia entre o soul e o piseiro, o pop e o pagode. Além de trazer excelentes canções – hoje já consideradas hits -, ele também ganha visibilidade pelas participações especiais tanto de artistas renomados, como Lulu Santos, quanto de novos nomes, como Melly. É um discão! (Lili Buarque)

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