Especial 2024: As Músicas do Ano
O que faz uma música se destacar mais do que as outras? Quais são as qualidades que saltam aos ouvidos quando nos deparamos com uma canção preciosa em um disco, playlist ou videoclipe? Por que nós, coletivamente, somos mais atraídos a uma faixa do que a outra?
Por mais difícil que seja expressar essas respostas em palavras, há algumas concordâncias que acontecem em um plano não-verbal e muito subjetivo. Uma delas é a de que, em um ano cheio de músicas excelentes, estas aqui foram aquelas que mais chamaram atenção – ao menos para a equipe Música Pavê.
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Kali Uchis + Peso Pluma – Igual que un Ángel
Uma letra bilíngue, bem humorada na medida certa e romântica no melhor dos sentidos é grande parte do poder que Igual que un Ángel exerce sobre nós. O dueto entre Kali Uchis e Peso Pluma, e seus vocais tão carismáticos, também tem seu papel. Mas fica a impressão de que seu maior valor está na confluência de todos esses fatores para formar uma canção pop por excelência, de refrãozão e produção perfeitinha. Muitos acertos em uma grande faixa. (André Felipe de Medeiros)
Melly – Cacau
Poderíamos trazer diversas músicas do álbum Amaríssima para esta lista, mas Cacau foi escolhida por se tratar de um pop-samba-reggae contemporâneo da melhor qualidade. A canção destaca as raízes afro-baianas de Melly e as conecta com o amapiano, um ritmo sul-africano que se caracteriza pela presença de batidas eletrônicas, ritmos dançantes e o som destacado do piano. Ela traz ainda uma curiosidade: Na Bahia, “cair cacau” significa chover. (Lili Buarque)
Liniker – Caju
Não tem como ficar incólume à frase “você já decorou quantas tatuagens eu tenho”, ou então “… quem me chamará de amor, de gostosa, de bandida?”. Abrir um álbum com uma música dessas – e um álbum tão consistente – é arrebatador. E tem um êxtase a mais que é fazer você imaginar como seria cantá-lo no show com algumas milhares de vozes apaixonadas e empolgadas ao lado, porque é uma música gostosa de se cantar. Talento. (Vítor Henrique Guimarães)
Clairo – Juna
O romance está em seu ápice em uma das faixas de destaque de Charm, álbum lançado por Clairo neste ano. O vocal sussurrado característico da cantora combina perfeitamente com o instrumental mais clássico, criando uma canção suave e acolhedora. Enquanto o minimalismo sempre foi a marca da artista, nesta faixa ela encontra o equilíbrio ideal entre a sutileza e a presença marcante de sentimentos fáceis de compreender. (Guilherme Gurgel)
Charli XCX – Von Dutch
A megalomania do hyperpop em sua melhor forma: Von Dutch te cutuca atrás da orelha e não sossega enquanto você não dançar. Não é um convite, é uma intimação. Charli XCX esbanja carisma em uma letra baseada na repetição “I’m your number one” – e nós, daqui, só podemos concordar. É divertida, é muito bem feita, é brat. (André Felipe de Medeiros)
Billie Eilish – CHIHIRO
Uma música que se desenvolve da forma exata que a capa do álbum sugere: Um tipo de sonho, daqueles sonhos em que você está caindo numa imensidão, só que, ao invés de ser empurrado pela gravidade, você desafia o empuxo da água enquanto encara aquilo que você mais queria – a saída. É também a ideia da música. E talvez aí esteja a beleza da faixa em sintetizar uma magia imagética do todo. (Vítor Henrique Guimarães)
Olivia Rodrigo – obsessed
Ah, a obsessão, esse grande motor por trás de tantas músicas, ou até álbuns, memoráveis ao longo da história humana, com as paixões, os afetos e até os pensamentos intrusivos que ela nos traz. Na voz de Olivia Rodrigo, obsessed narra essa dinâmica a partir da perspectiva não do objeto romântico, mas da insegurança de quem se sente ameaçada pela ex-namorada do outro. Com refrãozão sob medida para ser repetido a todos pulmões, é das faixas mais divertidas da década. (André Felipe de Medeiros)
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