Entrevista: Thiago Pethit

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Thiago Pethit, a cada ano que passa, se torna uma referência maior no Brasil para os artistas que sabem compor sua persona e imagem perante público e crítica de uma maneira que não só dialoga com sua música, mas que faz parte de sua arte como um todo.

Essa é uma das razões para ele ser uma das principais atrações da edição 2015 do Music Video Festival, com exibição dos seus clipes (RomeoMoonNightwalker) no telão do MIS e debate com o artista e outros profissionais que levaram sua música para outros meios – isso no domingo, dia 7, às 18h.

Foi nesse contexto que batemos um papo com Pethit sobre seu processo criativo nas músicas e nos clipes.

Música Pavê: A concepção dos seus clipes surge em algum momento junto da composição da música ou a parte visual só chega depois que a parte musical está pronta?

Thiago Pethit: Olha, são processos meio que concomitantes. Tanto as melodias, quanto as letras e as imagens vão sempre vindo aos poucos, intuitivamente, mas quase que ao mesmo tempo, estimulando um ao outro. Depois, quando as músicas estão prontas, muitas vezes elas acabam ganhando mais significados e, com o tempo, as imagens vão crescendo e se tornando outras coisas também. Vai parecer papo de doido mas, pra mim, é como se fosse tudo o mesma coisa: imagem e música. Tanto é que eu nunca sei ao certo se estou compondo uma música para uma imagem ou se estou criando a imagem para traduzir isso em trilha. E os clipes sempre carregam esse mood ou uma espécie de story board intuitivo que eu imaginei enquanto estava compondo.

MP: Como começou sua parceria com Vera Egito e Heitor Dhalia? Você destacaria algo da filmografia deles que pra você se reflete muito bem nos seus clipes que eles dirigiram?

Pethit: Eu sempre tive admiração por eles, mas nossa parceria começou primeiro como amizade. E acho que isso diz muito sobre os trabalhos que fizemos juntos. Eles me conhecem bastante, sabem da minha vida, das coisas que eu acredito e do porque eu faço música. É importante saber onde eu pretendo chegar com tudo isso na hora de dividir esse trabalho. Eu adoro À Deriva, filme do Heitor que tem roteiro da Vera. Sinto que o que temos em comum os três é a necessidade de profundidade ao pensar no ser humano e nas facetas complexas de cada um. Existe também uma coragem de tocar em assuntos que nos interessam, sejam eles quais forem e o desejo de extrair beleza de situações que podem até parecer feias ou sujas.

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MP: O processo de compor a trilha pro filme SP é uma Festa é diferente do seu processo de composição habitual? Quais são as trilhas que te inspiram?

Pethit: Na verdade as minhas trilhas que estão em  SP é uma Festa são músicas já existentes da minha carreira. Mas já me aconteceu de precisar fazer uma trilha para algo específico, que esteja a serviço da obra de outra pessoa. Como recentemente num filme do Alex Gabassi para a Axe – que estreia em breve – e sinto que o processo não é muito diferente do meu autoral. É um pouco mais difícil, mas só por uma questão de tempo de entrega e inspiração. Mas, espremendo um pouco, a gente sempre extrai algo pessoal que possa se relacionar com a obra do outro e que passe pelo meu ponto de vista.

MP: Existe algum artista que tenha uma videografia em que você goste de todos os clipes sem exceção?

Pethit: Talvez Arcade Fire e Lykke Li. Acho praticamente todos os clipes no mínimo muito interessantes e potentes.

MP: Se você pudesse transformar qualquer filme em um clipe seu, qual filme seria?

Pethit: Seriam muitos. Mas atualmente eu transformaria Kids do Larry Clark num videoclipe para 1992.

Curta mais de Thiago Pethit e outras entrevistas exclusivas no Música Pavê

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