Entrevista: Naked Girls and Aeroplanes

naked girls and aeroplanes

Tem gente que não consegue parar de fazer arte. Eis aqui um grupo de músicos que, como se não bastassem tocar em algumas das bandas mais legais do país (mais especificamente do Paraná), se juntaram para arrumar mais sarna pra se coçar – e, como manda o clichê, todo mundo saiu ganhando: Rodrigo Lemos (da Lemoskine e A Banda Mais Bonita da Cidade), Artur Roman e Wonder Bettin (ambos da Sabonetes) arrumaram mais uma desculpa para fazer boa música sob o nome Naked Girls and Aeroplanes e nós, como público, ganhamos a chance de escutá-las.

Com uma veia caipira e uma alma muito criativa, o trio se reuniu naturalmente, fruto da amizade e da cumplicidade produtiva dos três, e o projeto é encarado com muito carinho como algo paralelo às suas carreiras, com apenas um EP, lançado em 2012, e pouquíssimas e disputadas apresentações ao vivo. Uma delas acontece sexta agora, 25 de janeiro, em São Paulo. Aproveitando a ocasião, batemos um papinho com dois terços da banda para conhecer mais das cabeças por trás das músicas. E convidamos todos que estiverem em Sampa agora para comparecer ao evento (mais informações ao final do artigo) – afinal, show da Naked Girls (ou apenas Naked, como eles falam) é artigo de colecionador.

Música Pavê: Como é ter uma alternativa ao trabalho que vocês tem com as bandas tendo outra banda (ou seja, mais trabalho)?

Rodrigo Lemos: A gente não enxerga o projeto como mais trabalho (nem pode). É evidente que demanda tempo, dedicação; mas o impulso de escrever essas músicas durante o tempo que temos em comum veio de forma bem natural, sem pressões.

MP: O exercício criativo de compor e cantar em inglês tem influenciado seus outros trabalhos?

Lemos: Eu nunca tinha produzido nada que não fosse em português. Mas, de alguma forma, sinto que não estamos nos afastando tanto da realidade do Brasil. Falamos muito em inglês, pegamos muitas referências de filmes, canções… O teor das canções do Naked é popular e utiliza inglês “fácil”.

MP: Para vocês, a estética folk fica melhor na língua inglesa?

Artur Roman: Acredito na beleza da canção. Não importa muito a estética ou o idioma em que é cantada. O foco do Naked Girls é esse. Nunca optamos objetivamente pelo inglês. Assim como não descartamos a possibilidade de, no futuro, escrevermos músicas em português ou em qualquer outro idioma.

Naked-Girls-and-Aeroplanes-1-(foto-Diego-Cagnato)

MP: Como foi a experiência de gravar e lançar o EP?

Artur: O EP foi a reunião de todas as músicas que gravamos e disponibilizamos na Internet desde o começo do projeto, em 2010. O processo era basicamente se reunir em casa, escrever a música e gravar no mesmo dia. Tivemos várias participações de amigos, o que deixou o EP mais rico e bonito.

MP: Quanto de suas outras bandas vocês conseguem enxergar nas músicas desse disco?

Artur: A dinâmica que temos no Naked Girls é bem diferente dos nossos outros projetos e acho saudável haver um distanciamento entre eles. É um exercício criativo muito bom. Mas é inevitável que nossas bandas influenciem o Naked Girls, assim como o Naked Girls tem influenciado nossas bandas.

MP: O que podemos esperar da Naked Girls and Aeroplanes pra 2013?

Lemos: Continuamos sem saber o que estamos fazendo… Por se tratar de um projeto, é fundamental dar vazão às ideias que surgem de repente, em vez de planejar as coisas cautelosamente. Já chegamos a conversar sobre novas formas de lançamento, novas parcerias… 2013 pode contê-las.

Naked-Girls-and-Aeroplanes-(foto-Diego-Cagnato)

Serviço:
Naked Girls and Aeroplanes
25 de janeiro, 21h
Galpão do Folias – Rua Ana Cintra, 213 – Santa Cecília (a uma quadra do metrô)
R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)
Compras e reservas: (11) 3361-2223 e no local

Compartilhe!

Shares

Shuffle

Curtiu? Comente!

One Comment on “Entrevista: Naked Girls and Aeroplanes

  1. Pingback: Os Mais Lidos e Vistos de Janeiro/2013 : Música Pavê

Sobre o site

Feito para quem não se contenta apenas em ouvir a música, mas quer também vê-la, aqui você vai encontrar análises sem preconceitos e com olhar crítico sobre o relacionamento das artes visuais com o mercado fonográfico. Aprenda, informe-se e, principalmente, divirta-se – é pra isso que o Música Pavê existe.