Entrevista: Manchester Orchestra
Formada em 2004, a banda americana Manchester Orchestra já era conhecida pelos amantes do rock alternativo, indie rock e southern rock por músicas como Shake It Out e I’ve Got Friends, belos exemplos do som misto e cheio de alma (como manda a tradição no sul dos Estados Unidos). Mas foi em 2011, com o videoclipe Simple Math, que o quinteto liderado por Andy Hull ficou conhecido de uma vez por todas pelo grande público. Eleito pelos leitores do Música Pavê como o melhor do primeiro semestre (e sem muitos concorrentes a altura para chamarmos de “Melhor do Ano”), o vídeo eleva a experiência “videoclíptica” em muitos graus ao narrar a experiência da “pré-morte”. Com indicações ao VMAs e coroada a grande vencedora do UK MVAs, a banda é nossa convidada de honra na comemoração do nosso primeiro ano de vida. Confira o que o baixista Jonathan Corley nos contou por email (durante uma turnê louca com média de cinco shows por semana) sobre essa produção e a carreira, logo após relembrar o videoclipe.
Simple Math
Música Pavê: Parabéns pelo ótimo trabalho em Simple Math! Vocês trabalharam juntos aos diretores (a dupla The Daniels) na nada simples concepção do clipe?
Jonathan Corley, do Manchester Orchestra: Nós tivemos o prazer de trabalhar com os The Daniels, uns caras incrivelmente criativos e muito divertidos para trabalhar. Eles tiveram as ideias iniciais e nós demos sinal verde para fazerem tudo acontecer da maneira que quisessem. Fizeram uma edição muito inteligente e muitos efeitos especiais dos quais estamos muito orgulhosos. Ganhar os prêmios nos pegou de surpresa e a resposta que estamos tendo superou todas as nossas expectativas.
MP: Qual é a importância que gravar clipes tem para vocês?
Manchester Orchestra: Acho que os videoclipes são uma forma de arte que ainda não tem o espaço merecido, eles poderiam ter muito mais destaque. A criatividade que os The Daniels colocaram no clipe é inegável. Nós sempre tentamos reconhecer essa importância que os vídeos tem, tanto é que fizemos um para cada música de nosso trabalho anterior, Mean Everything to Nothing.
MP: Quanto ao disco Simple Math, ele foi batizado com o nome da música ou ela foi escrita para “amarrar” o conceito do álbum?
Manchester Orchestra: Ela foi escrita antes de se tornar a faixa-título, mas ela parece conter toda a temática do álbum.
MP: E sobre o clipe de Virgin, existe a história de que ofereceram o vídeo já pronto para vocês. Como foi isso?
Manchester Orchestra: Nós estávamos tocando em Rochester (NY), aí depois do show um estudante de Cinema veio falar com a gente sobre um trabalho que ele tinha feito na faculdade, que parecia casar perfeitamente com a música. Nós ficamos felizes de ouvir que ele estava animado com o projeto, mas ficamos pasmos quando vimos o vídeo que ele tinha feito. Depois de idas e vindas à edição, lançamos o trabalho dele como videoclipe oficial.
Virgin
MP: Vocês vão aproveitar esta turnê para gravar algum videoclipe ao vivo?
Manchester Orchestra: Vamos fazer algumas gravações ao vivo que serão lançadas como podcasts no YouTube.
MP: Falando em turnê, como é a experiência de tocar com outros artistas?
Manchester Orchestra: Realizar uma longa turnê com qualquer banda vai acabar influenciando, de alguma forma, o nosso som. Por sorte, tivemos a chance de tocar com bandas incríveis no passado e agora estamos viajando com o White Denim, de Austin, e o The Deer Hunter, da Califórnia. Ambas são ótimas de trabalhar junto.
MP: Ouvindo suas músicas, principalmente no novo disco, é impossível não pensar no quanto elas parecem pessoais. Qual é a sensação de ver outras pessoas não apenas cantando sobre coisas íntimas suas, mas também se identificando com elas?
Manchester Orchestra: Eu fiquei chocado com o quão íntima Simple Math é liricamente. Em certas canções, o Andy mostra uma cena bem específica nas letras e é sempre surpreendente com as diferentes maneiras que os ouvintes se relacionam com uma mesma música.
Shake it Out
MP: Vocês estão promovendo uma hashtag no Instagram para os fãs postarem fotos de seus shows. É importante para vocês como banda se manterem conectados com seus fãs?
Manchester Orchestra: O Instagram é uma maneira muito original de se conectar aos nossos fãs mais fiéis. Ele permite que o público documente visualmente a experiência que teve nos shows. Hoje em dia há muitas maneiras de se manter conectado com os fãs pela Internet (Twitter, Facebook, Instagram, YouTube…) e é sempre ótimo ver as respostas que temos nessas redes.
MP: E os seus fãs brasileiros, quando é que vocês vem tocar pra eles?
Manchester Orchestra: Eu nunca tive a oportunidade de ir ao Brasil, mas não vejo a hora de ter a chance de visitá-los. Espero que uma viagem ao Brasil seja uma surpresa que o futuro está guardando para a Manchester Orchestra.
I’ve Got Friends
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Parabens, galerida!
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