Entrevista: Leo Middea

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Leo Middea é garoto, porém não confunda isso com imaturidade. Ele está pronto para desafiar a própria música e a si mesmo com seu primeiro álbum, intitulado gentilmente de Dois. O jovem cantor, de apenas 19 anos, saiu de sua casa quando percebeu que a estrada que mais queria estar não estava entre sua humilde casa e o próximo bar.

Leo foi a Buenos Aires, porém nunca desvencilhou de sua malandragem. Aliás, juntou-a com o tango e as demais músicas latinas que conheceu nos países que passou – o que lhe trouxe um resultado sonoro incrível. Com um álbum mágico nas mãos, voltou ao Rio de Janeiro para nos apresentar o teor da sua experiência, da sua vivência e das suas saudades.

O Música Pavê trocou uma ideia com Leo para saber mais sobre sua história e sua música.

Música Pavê: O que você trouxe de mais importante para a sua música dos países que você passou?

Leo Middea: Um pouco de cada. Adoro entender a estética das músicas de cada cidade e de cada país. Cada canto tem sua energia musical e, estando nesse círculo, é possível entender como funciona. Com certeza, num próximo CD, vai acontecer uma mescla de estilos ainda maior, uma mistura de tudo que vivi por aí.

MP: Ouvindo Dois, nota-se que a malandragem carioca está totalmente inserida ali. O que te fez abandonar o “quintal de casa” e se arriscar em culturas diferentes?

Leo: Com o passar do tempo, me senti em uma prisão, como um leão em uma jaula. Precisava sair e ir pra vida, conhecer tudo o que acontece em cada canto. O Rio é um grande amor que tenho, mas cada lugar que eu vou se torna um novo encanto. Gosto de conhecer pessoas com uma cultura totalmente diferente da qual eu nasci. Abandonei duas faculdades pra poder me sentir em movimento. Estar em um só ambiente é muito sufocante pra mim. Preciso realizar diversas coisas e conhecer diversas coisas, isso se tornou uma necessidade. Ficar preso em uma cadeira olhando para um quadro negro é inviável para minha consciência mundana. Na minha cabeça, enquanto eu estou ali o mundo tá acontecendo e a vida tá passando.

MP: Aliás, por que Dois?

Leo: Por conta de duas meninas que fui loucamente apaixonado no ensino médio em momentos diferentes. Na época em que eu fiz as músicas do CD, eu estava saindo do ensino médio e queria uma lembrança daquilo, daquelas histórias intensas que vivi e, a partir daí, tive a ideia de juntar as duas histórias em uma. O álbum tem essa notação de uma ligação de uma música com a outra e é isso. Consegui atingir o objetivo: Eternizei duas histórias em um compacto.

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MP: Como você avalia o cenário independente hoje?

Leo: Encantador. Cada vez que procuro algum artista novo nesse cenário, eu me surpreendo com o que encontro. É uma pena essa galera não ter uma valorização tão grande para o seu talento. Tem tanta gente boa querendo gravar, tocar, se amostrar e tanto público querendo ser alcançado, precisando de novidade, que chega a surpreender. Por isso, valorizo tanto ações como a do Música Pavê, o Brasileiríssimos e tantos outros meios que querem mostrar essa novidade, além de tantos outros artistas que entregam sua vida pela sua arte.

MP:  Está diferente de quando você partiu?

Leo: Por enquanto, não vejo uma diferença tão grande, vejo diversos portais e mais espaços pela Internet para os artistas independentes apresentarem seus trabalhos e isso já se torna ótimo. Agora, falta a questão física.

MP: Como está sendo a receptividade do seu trabalho?

Leo: Na Argentina, eu tive uma excelente recepção. Pude apresentar meu trabalho em diversos meios de comunicação, tive um belo retorno dos hermanos e agora, neste ano no Brasil, estou começando a ter ótimos resultados também. As pessoas estão se identificando com as músicas e fico muito contente com isso.

MP: Apesar da pouca idade, 19 anos, suas canções são bem maduras. O que te fez amadurecer tão rápido?

Leo: Quando você quer entender o mundo, o universo faz de tudo para que você o entenda, dependendo de quão aberto você está. Eu sempre estive aberto a tudo, então só fiz recepção aos conhecimentos que chegavam.

MP:    O que esperar do futuro? Você vai fincar os pés no Brasil ou pretende sair em excursão pela América Latina?

Leo: Por este semestre, pelo menos, ficarei no Brasil, quero fazer acontecer, quero espalhar minha música por esse país e estarei esse tempo me dedicando a isso. Gostaria de partilhar a todos a minha música e mostrar o máximo possível, pela Internet ou pessoalmente.

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