Entrevista: KAZU
No último dia 13 de setembro, uma nova faceta de Kazu Makino chegou aos ouvidos do seu público. A artista, que integra a banda Blonde Redhead com os irmãos Amedeo e Simone Pace desde meados dos anos 1990, lançou o seu primeiro álbum solo.
Adult Baby – lançado sob o nome KAZU – é promovido no Brasil pelo selo LAB 344. O trabalho teve a co-produção da própria artista ao lado de Sam Griffin Owens, que já havia trabalhado com Blonde Redhead.
Nessa nova fase, Kazu imergiu na busca de uma sonoridade contemporânea, ao mesmo tempo que explorou sua maturidade vocal. Via e-mail, o Música Pavê falou com a artista para saber um pouco mais sobre Adult Baby e seu processo de produção.
Música Pavê: Você comentou que precisava fazer um álbum só seu, sem a dinâmica de uma banda. Agora que o trabalho foi lançado, como foi essa experiência?
KAZU: Eu ainda não sei. Eu acho que a força da minha banda [Blonde Redhead] está na performance ao vivo, então, preciso descobrir se ainda posso ser forte sem os gêmeos [Amedeo e Simone Pace].
MP: Desde a primeira audição do álbum, há uma enorme sensação de imersão, de entrar em um universo desconhecido. Foi assim que você se sentiu ao fazê-lo?
KAZU: Siiim! Muito mesmo! Fico feliz que você sinta isso. Eu senti como se estivesse tão longe no desconhecido, fazendo viagens à lua várias vezes. Às vezes, pensava “que tipo de música é essa?”.
MP: O que a motivou a escrever essas músicas – tanto musicalmente quanto liricamente?
KAZU: Para mim, pequenos detalhes da vida cotidiana parecem carregar significados valorosos. Também gosto de ver as coisas com uma lupa.
MP: Sua voz é grande parte desse álbum. Como usá-la de maneira não convencional abre novas possibilidades para as suas composições?
KAZU: Sim, gostaria disso e espero me sentir tão livre quanto me senti neste disco novamente. Mas, algo realista, como a falta de muitos instrumentos, me levou a usar minha voz para cobrir mais camadas, se você entende o que quero dizer.
MP: Como você imagina esse álbum ao vivo? Como está a montagem do show?
KAZU: Esta parte é tão excitante e, ao mesmo tempo, assustadora para mim no momento. Também espero conseguir resistência suficiente com o meu vocal para cantar todas as músicas de um show. Estou indo para Nova York para encontrar meus parceiros Sam Owens e Ian Chang e fazer isso acontecer.
MP: O clipe de Come Behind Me, So Good! acontece em uma igreja. Você acredita que música pode criar uma conexão espiritual com o ouvinte, assim como a religião?
KAZU: Sim, acho que a música pode levá-lo a um lugar espiritual. Neste vídeo, depois de ver o filme completo, você descobrirá por que acabo cantando a música na igreja. Mas a questão central é que eu vago pela igreja sem saber o que ela significa.
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