Entre Feridas e Cura, Stefanie Entrega seu Presente ao Mundo em “BUNMI”

foto por thales côrtes

Depois de mais de 20 anos de caminhada no rap, Stefanie finalmente estreia seu primeiro álbum solo – e ele chega dizendo muito. Lançado em abril, BUNMI é pessoal, direto e cheio de camadas. Não é só um disco com beats pesados e rimas afiadas: É uma entrega sincera, emocional e política. É sobre a artist, mas também sobre muita gente que vai se ver nas faixas. “A cultura hip hop e o rap foram as maneiras que encontrei para falar de questões que fico refletindo comigo mesma, sabe? Então, achei importante e quis trazer de uma forma simples e objetiva para pessoas que não conseguem entender”, contou Stefanie. 

O álbum foi viabilizado pelo edital Natura Musical e tem a produção assinada por nomes de peso como Daniel Ganjaman, Grou, Deryck Cabrera e a própria Stefanie. O disco passeia entre rap, soul, R&B e até batidas eletrônicas, sem perder a identidade em momento nenhum. Com participações de Emicida, Luedji Luna, Rashid, Mahmundi, Ana Tijoux e vários outros, Bunmi tem o coração de Stefanie do início ao fim e traz uma nuance sincera sobre o luto, maternidade, saúde mental e o racismo. 

Em entrevista ao Música Pavê, Stefanie dividiu detalhes de como suas histórias de vida levaram à construção de seu primeiro disco.

Música Pavê: “Bunmi”, em iorubá, carrega o significado de “meu presente”, que é uma palavra pequena, mas que parece conter tempo, herança e afeto, coisas que percebemos ouvindo o álbum. Em que momento esse nome te encontrou, e de que forma ele passou a prender não só a essência do disco, mas também toda a arquitetura sonora e emocional?

Stefanie: Quem trouxe essa palavra, e eu me identifiquei muito, foi Martinha Crioula. Quando ela trouxe esse nome, veio ao encontro comigo porque é exatamente o que você disse: Ela carrega, pelo menos para mim, muita história, sabe? Muitas memórias. Eu falo que Bunmi, por mais que eu tenha passado por situações que foram dolorosas — e todo mundo já passou, não só eu —, trouxeram muito aprendizado e riqueza. Esses dias, conversando com uns amigos, eu estava falando que infelizmente são das piores experiências que tiramos as melhores lições. É quando nos machuca. Ou até, de repente, falando de uma situação que você não conseguiu lidar, você pensa: “Caramba, poderia ter agido de uma maneira diferente”. E isso te incomoda tanto que você não que mais agir daquela maneira, né? Então, várias situações que aconteceram na minha vida, tenho certeza que se não tivessem acontecido dessa maneira, que me atingiu e me entristeceu, acho que eu não teria mudado. Acho que é assim para várias pessoas.

MP: As letras do álbum são extremamente pessoais, mas muitas pessoas acabam se identificando, principalmente quem vive realidades semelhantes à sua. Como você equilibrou o autobiográfico com o coletivo no processo de composição de uma maneira que as pessoas pudessem se identificar?

Stefanie: Gosto sempre de dizer que as minhas músicas são como uma troca de ideias, sabe? É como se você me fizesse uma pergunta e eu te apresentasse o meu ponto de vista. É um diálogo. Até mesmo se você mostrasse o seu ponto de vista também e o transformássemos em canção. Então, eu gosto de escutar músicas que eu me identifique, que eu escute e me traga essa reflexão. A música é livre, né? Podemos falar de diversos assuntos, mas eu carrego esse lado reflexivo, tento mostrar meu lado e convido as pessoas a refletir. E é muito legal, porque estou percebendo que as pessoas estão gostando muito do álbum, e estou muito feliz, só que tem pessoas que acabam indo ao encontro com uma música em específico e falam: “nossa, aquela música me pegou!”. Esses dias, fiquei muito feliz porque MV Bill me mandou uma mensagem falando que já tinha uma música preferida no álbum, que é Nada Pessoal. Isso tem acontecido também, sempre tento ver as mensagens que o pessoal manda, só que tem chegado muitos comentários, o que me deixa muito feliz. Um rapaz me mandou uma mensagem dizendo que se identificou com Mundo Dual porque a mãe dele desencarnou há seis meses… E, conversando com outro amigo meu, ele também me disse que se lembrou de Mundo Dual porque a irmã dele faleceu há quatro meses e a mãe está sofrendo por conta da perda. Então, cada um vai indo ao encontro com alguma [canção] e isso é muito bacana. Quero passar a minha visão sobre diversos assuntos. Já houve até pessoas que falaram que o álbum é pessoal, só que o processo de composição desse álbum foi de cura, em que consegui colocar para fora diversos assuntos e me enxergar bem resolvida com eles.

MP: A saúde mental é um dos temas que você aborda no álbum e, falando como uma pessoa preta, acho importante ver outra pessoa preta falando sobre isso também. No geral, por muito tempo essa questão da saúde mental foi estigmatizada, e com pessoas pretas foi mais ainda, considerando o estereótipo constante de resistência que carregamos. Ver você falando sobre isso é muito importante, muitas pessoas se veem representada nas músicas e é essencial trazer mesmo essa visão, você estando onde está, para outras pessoas.

Stefanie: Sim! Acho até legal falar sobre, mas na pandemia, eu tive uma crise… todo mundo teve, né? (risos). Tive uma crise muito forte de pânico e eu estava dormindo. É o lance de como as coisas começam a sair do controle, porque não é só aquele nervosismo, é o seu corpo. É involuntário. Eu tive uma explosão no peito, foi surreal, e eu senti essas dores por muito tempo. Então, vivemos ultimamente em um mundo onde recebemos muitas informações e sinto que preciso colocar na balança o que é prioridade e o que não é; o que vai me levar para frente e o que vai me atrasar. Nessa experiência que eu tive de sentir essas dores, passei a sentir o meu corpo mesmo, sabe? Dependendo da situação que acontece, começo a perceber o pescoço e as costas se contraindo, aí eu paro e pergunto: “O que está contraindo o meu corpo?” Então, paramos e começamos a observar e buscar o que é importante. Sou adepta à meditação, consigo encontrar uma paz quando medito. Em vários momentos em que não estou bem, percebo que a música me ajuda muito – acho que a ajuda todos, né? É como uma dose de um remedinho que dá uma aliviada e é necessário.

MP: Voltando para  o álbum, falando um pouco sobre a produção, você reuniu produtores com estilos e bagagens distintas, como Ganjaman, Grou e Mahmundi. Como foi unir esses encontros criativos de forma que cada faixa tivesse identidade própria, mas ainda assim refletisse sua essência?

Stefanie: A produção musical foi com o Grou, que conheci na época do [grupo] Rimas & Melodias, e eu sempre gostei dele por ser um produtor muito versátil. Depois, fizemos alguns singles juntos e eu sou muito sua fã. Tudo o que eu conversava com ele sobre as músicas, falando que uma música deveria seguir por tal caminho, ele sempre me trazia algo que eu falava: “É isso!”. Então, não foi diferente, fiquei pensando nele esse tempo todo. Pensei assim: Já trampei com Grou, ele já me conhece, eu conheço ele, sei que a cabeça dele vai longe e ele não entrega algo que não está satisfeito. Quero trabalhar com ele!”. Já Ganja é uma grande referência nossa. Tivemos uma conversa com ele e ele super topou fazer parte da produção do meu disco, dirigindo ele. Grou fez as produções musicais e Ganjaman dirigiu, e ele que falava para gente o caminho que tínhamos que ir, sugeriu colaborações e instrumentos. Foi um processo muito saudável onde nos respeitamos muito nas opiniões, os meninos são incríveis! Eu me sinto muito feliz porque tudo fluiu muito bem e da maneira que gostaríamos que tivesse fluído.

MP: Durante o álbum, transitamos por camadas de rap, R&B, neo-soul, e até elementos mais sutis da música eletrônica e afro-brasileira. Como foi pensar essa costura de gêneros?

Stefanie: Foi fluindo, foi um processo muito natural. Sempre gostei muito de escutar álbuns e o que me pegava mais eram esses momentos, de sobe e desce dos climas. Então, pensei que [queria] meu álbum dessa maneira. Tanto que, quando comecei a pensar em fazê-lo, me questionei sobre como faria isso. Lembro que estava ouvindo J Dilla, adoro escutar instrumentais, e aí pensei que era isso, que tinha que ir pelo caminho de onde me apaixonei por tudo isso. Então, fomos mesclando com os climas e estilos de músicas que gosto de escutar, que eu achava que ficaria bacana rimar ou fazer um verso.

MP: Teve algum artista que você pensou ali na hora que você pensou na hora da produção que serviu de referência?

Stefanie: Tivemos bastantes referências. Busta Rhymes foi uma referência para Desconforto, Thundercat foi para Nada Pessoal – porque estávamos indo para outro caminho e foi muito legal essa mudança que a gente trouxe. Eu também escutei muito Rapsody, que é uma das minhas MC’s favoritas, que adoro escutar e que me trouxe vários insights.

MP: O disco reúne vozes grandes como Luedji Luna, Emicida, Ana Tijoux e Rashid, entre tantos outros artistas de trajetórias e sonoridades muito próprias. Como foi reunir essa galera sentindo que cada participação reverberava na narrativa que você construiu em Bunmi?

Stefanie: Quando vou fazer uma música, não penso em uma pessoa específica de maneira aleatória. Penso muito no sentido da pessoa combinar com aquilo, sabe? Com [Rodrigo] Ogi, por exemplo, como eu estava contando uma história, ele traz toda essa narrativa, ele é um contador de história. Então, lembro quando estávamos no estúdio, eu, Grou e Ganja, pensamos: “Precisamos de uma pessoa para essa faixa [Por Um Fio]”, e ficamos pensando em quem poderia ser. Vários nomes surgiam e nada, mas, durante a gravação do disco, foi muito especial. Aconteceram coisas que acho que foi o universo mandando, sabe? Colaborando mesmo. Quando fui para o estúdio gravar essa música, eu estava de olho fechado e do nada veio: Ogi. Assim que terminei de gravar, cheguei para os meninos e falei que Ogi precisava estar nesse som. Eles concordaram imediatamente! E assim [também] foi com Jonathan Ferr, que gravou Mundo Dual, ele tem esse lance muito sensível e só somou. Pensávamos sempre em quem poderia estar, que combinasse com a faixa para deixar tudo redondo. Foi assim que pensamos em Mahmundi e o mesmo processo para todas as faixas: Com as meninas Cris, Nega Gizza e Iza Sabino, são pessoas que amo muito e são muito queridas; E a com os meninos, MAAT, trazer Kamau, Emicida, Rashid e Rincon, tem todo um porquê: fizemos Porque Eu Rimo, em 2018, e ter esse reencontro com eles seria muito bacana. Então, trouxe pessoas que amo e admiro. Tem muitas outras que eu gostaria de ter trazido para o álbum também, mas não ia dar, se não seria um álbum só de feat (risos).

MP: Desconforto é uma faixa intensa e importante. Me identifiquei com ela em vários aspectos. É uma música que escancara o peso do racismo em camadas muitas vezes invisíveis. Quando você diz “ter a pele preta às vezes é amargo, a nossa vida é muita treta, nos tratam sempre como subalternos”, toca em uma dor que muitos carregam em silêncio. Como foi o processo de transformar em arte um incômodo tão presente, e qual impacto você deseja causar em quem escuta?

Stefanie: Em Bunmi,  trouxe muitas histórias que podem ter passado anos, mas sempre lembramos delas, sabe? Quis trazer histórias que me marcaram ao longo da vida, enunca esqueci dessa de Desconforto. Mariana era pouca coisa mais clara do que eu, tinha cabelo chanel liso, bem liso, e usava óculos. Era a coisa mais linda! Ela era minha parceira. Até que chegou outra garota e falou exatamente aquilo. Essa história me marcou muito e lembro que, a partir disso, cheguei a voltar várias vezes para casa chorando. E é exatamente isso que você falou, essas situações que passamos ficam muito no silêncio, vamos levando ao longo da vida e precisamos parar para olhar para elas, se não nos paralisam. A cultura hip hop e o rap foram as maneiras que encontrei para falar de questões que fico refletindo comigo mesma. Então, achei importante e quis trazer de uma forma simples e objetiva para pessoas que não conseguem entender. Já ouvi comentários que estava buscando lacração, mas acho que algumas pessoas podem passar a entender que o racismo que vivemos está muitas vezes nos detalhes. Creio nisso, que seja uma música que traga essa mensagem que precisamos viver em um mundo de igualdade. Apresentei algumas situações nessa música, como a de NP, que é um amigo meu advogado, de Goiânia, e um super profissional. Só que ele me falou que evita ir ao shopping de terno porque o pessoal sempre o para e o tratam como segurança. Eu falo também “Saudades, Su!” e Suela foi uma das minhas melhores amigas. Ela faleceu há dois anos e lembro que ela me ligou uma vez, eu não estava em casa, e minha tia que atendeu me disse que ela precisava falar com alguém porque ela passou na OAB e queria me dar essa notícia. Lembro o quanto ela estudou e se dedicou. Alessandra também, que tem um currículo incrível, mas chegou para mim e disse: “Amiga, estou percebendo que as pessoas não estão me contratando. Vou tirar minha foto do currículo”. E, quando ela tirou a foto, começou a receber ligações de entrevistas. Só que, quando ela chegava ao escritório, as pessoas ficavam surpresas por ela ser uma mulher negra. Então, trouxe essas situações que eu não esqueci, que eu passei, meus amigos passaram e não esquecemos. São episódios que dão até uma minissérie, como falei. É muita gente e muita história.

MP: A faixa Outra Realidade é um hino de força feminina. Como foi construir esse espaço com outras mulheres pretas do rap brasileiro e quais conversas marcaram esse processo?

Stefanie: Essa também é uma música baseada em fatos reais (risos). Foram várias reflexões que tive. Lembro quando eu era pequena, a umas sete casas abaixo da minha, tinha uma faixa escrito “aulas de piano”. Sempre passava por lá e pensava que queria fazer aulas, mas não tinha como porque minha mãe não tinha condições. Por isso que falo “são tantos sonhos que alguns já tinha esquecido”. O lance de estudar, entrei em três faculdades e não consegui terminar por questões financeiras. Eu descia a pé, era longe, não tinha dinheiro para comer na faculdade ou tirar uma xerox para um trabalho. Tem gente que pensa que é má vontade ou falta de esforço – não, nos esforçamos sim! Mas, infelizmente, as circunstâncias não colaboram para darmos continuidade nos planos. E eu quis trazer as meninas porque tem muito esse lance: Elas são mulheres, e mulheres negras. Para nós, o buraco é muito mais embaixo, então queria que elas passassem a visão delas sobre esse assunto. E o que me pegou mais para escrever essa música também foi uma conversa com uma pessoa muito querida, em que eu estava tentando animar a fazer uma coisa. Eu falava: “Rose, por que você não faz isso? Você ia se dar tão bem, ia ser tão legal!”. E ela me disse: “Acabou já, não dá mais para mim. Minha vida é isso daqui”. E eu fiquei muito triste porque ela é uma pessoa maravilhosa que merecia viver tudo de bom, sabe? Aquilo me pegou tanto, tanto, tanto porque foi o mesmo que eu senti. Ela tinha sonhos, mas hoje ela desistiu deles. E eu quis trazer isso: Não é porque não queremos. Sei quantas vezes me esforcei, a ponto de entrar em furada e perder dinheiro. Não é reclamar à toa. Por trásm existem várias tentativas que não deram certo.

MP: Tem outro tópico que você canta nas canções que é a maternidade. Você conta que, quando teve seu filho, ele veio com uma luz, o que é muito bonito e sensível. Falando sobre a maternidade e a construção do álbum, você sente que ser mãe te deu uma nova lente para olhar para sua própria história e para o futuro que você deseja construir na música?

Stefanie: Total (risos). Eu sou uma Stefanie antes de ter meus filhos e outra depois que tive. As prioridades e preocupações são outras. É aquele lance que eu tava falando de você manter a sua saúde mental. Eu tenho meus filhos, não vou ficar me preocupando com qualquer coisa que só vai fazer eu gastar minha energia. Ter os meus filhos me trouxe o pensamento do que importa e do que não importa. Quando não temos, conseguimos nos doar para nós mesmos 100%. Depois que temos, já era. Depois, é 20% para você. Então, tem coisas para mim que já passaram, eu não consigo enxergar da mesma maneira que eu enxergava a vida. Eles são o foco. É o lance da responsabilidade, de pensar no futuro por eles e acabamos vivendo por eles. São essas coisas que escrevo. Todas essas mudanças e lições, devo muito a eles.

MP: Muitos artistas relatam que lançar um primeiro álbum solo é quase como parir uma versão de si mesma. O que você descobriu sobre você durante esse processo de criação que talvez só tenha compreendido quando o disco ficou pronto?

Stefanie: Acho que, muitas vezes, acabamos desacreditando em nós mesmos, né? Eu já tinha lançado vários singles, o que é totalmente diferente de lançar um álbum com as ideias amarradas. Hoje, sinto que sou totalmente capaz de sentar e pensar na produção de um novo álbum. Admiro e amo tanto a cultura hip hop e o rap que sempre fiquei pensando se estava preparada para entregar [um álbum]. Mas agora que coloquei a mão na massa e vi como é que faz, me sinto mais tranquila para executar novos projetos, sabe? Então, me trouxe autoconfiança. Converso muito com Grou, que, além de produtor, é meu grande amigo, e ele me diz que produzir esse trabalho foi diferente. É como se eu tivesse feito uma faculdade e agora comecei um mestrado, um doutorado. E foi diferente mesmo, um super curso de pensar em todos os detalhes. Esse trabalho foi um desatar de nós que me trouxe autoconfiança.

MP: E se Bunmi pudesse sussurrar algo no ouvido de quem o escuta com atenção, o que você imagina que ele diria?

Stefanie: Acho que é para ouvir sem romantizar nada, mas para acreditar nos seus sonhos. Demorei mais de vinte anos para fazer esse álbum e, por muitas vezes, pensei que não conseguiria. Então, é não desistir. Foi fundamental para mim e é fundamental para todas as pessoas terem as pessoas certas ao lado, sabe? Eu tive Grou, Ganja, a minha empresária – que é uma irmã -, a família Jambox, meu marido, enfim. Ter as pessoas certas, que sejam sinceras com você. Não adianta só ter pessoas legais ao redor, é importante ter pessoas que cutuquem suas feridas e faça você enxergar uma coisa que está te prejudicando e você não está vendo. São pessoas que te amam também e vão jogar limpo com você.

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