Em “Corar”, Rebeca se Descobriu Compositora e Arranjadora

foto por duda morteo

Rebeca Sauwen, ou apenas Rebeca, se tornou conhecida principalmente através de sua voz, que marcou os projetos Gragoatá e Oriente e a levou ao palco do The Voice Brasil. Em seu projeto solo, sua interpretação vocal permanece presente, mas seu trabalho ganhou outras novas dimensões.

“É meio estranho ser chamada de cantora”, disse ela por telefone ao Música Pavê, “porque as pessoas têm cada vez mais pulso e decisão sobre o que querem fazer. E a gente produz conteúdo para além do musical, como audiovisual e toda a estética da nossa identidade. O independente é mais artista mesmo, porque cumpre muitas funções”. 

Com o recém-lançado álbum Corar, Rebeca viveu intensamente esse processo. “Me descobri como compositora e como arranjadora”, conta ela, “as pessoas com quem trabalhei foram me mostrando que eu podia fazer isso. Eu deixei minha voz, minha personalidade e minha essência nos outros trabalhos que já fiz, mas, dessa vez, tive que reestruturar minha identidade”.

Para isso, ela contou com diversos amigos, principalmente da cena de Niterói (RJ) – “gente para quem eu me sentia segura de mostrar minhas coisas”, em suas palavras. Com produção de Rodrigo Martins (da banda Tereza), o processo criativo do disco se baseou nos dois juntos trabalhando em cima das letras a partir dos beats e da voz, o que moldou muito da estética eletrônica e pop presente na obra.

“O disco é fluido, eu sinto um clima bem atmosférico”, conta Rebeca, “existe uma linguagem por causa da produção que está em todas as músicas, embora elas sejam bem diferentes. Louro é uma poesia abstrata e a gente transformou num trap meio cult (risos),  Por Agora nasceu sendo um samba e a gente transformou em outra coisa também”. Sobre essas sonoridades, ela comenta que a intenção era “pegar a harmonia da música brasileira com roupagem de tudo o que eu estava ouvindo. Queria juntar tudo o que eu gosto”.

“Eu tentei buscar tudo o que eu vivi na sonoridade”, diz Rebeca sobre as vivências na MPB com Gragoatá e no hip hop com Oriente, “mas as letras são do momento que eu estava vivendo quando fizemos o disco. A gente nunca sabe quem a gente é, porque isso muda toda hora, e a música acaba sendo um fragmento de momentos da sua vida. Meu momento de 2017 a 2018 foi registrado”.

Curta mais de Rebeca e outras entrevistas no Música Pavê

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