Elza Soares: “A Mulher do Fim do Mundo” no Palco
Do alto do seu trono, Elza Soares brada por respeito à humanidade e é aplaudida por uma plateia de pé. Do alto do seu trono, Elza canta para que a deixem cantar até os seus últimos dias, é ovacionada e se emociona.
O espetáculo ao vivo de A Mulher do Fim do Mundo eleva ao máximo as emoções que o disco — lançado em outubro e considerado um dos melhores do ano em todas listas especializadas — já desperta em quem ouve. O álbum é resultado do encontro de músicos paulistas, sob a produção de Guilherme Kastrup, e Elza, muito mais que uma intérprete.
A Mulher do Fim do Mundo — tanto o show quanto o disco — traz uma mistura de sonoridades impressionante, passeando por várias vertentes. Contudo, é a voz da cantora que está acima de tudo. Com 85 anos e no seu 34º registro, esta é a primeira vez que Elza canta um repertório totalmente inédito e autoral. Feito para ela, feito por ela.
No show, Elza grita contra a violência as mulheres, lembra dos jovens negros mortos no Rio de Janeiro e da falta de respeito imposta na sociedade. No auge da briga pelos direitos das mulheres ou de qualquer manifestação, não prestar atenção à voz da cantora é deixar de lado uma figura única. A Mulher do Fim do Mundo é uma obra atual.
Muitos dizem que Elza faz o show sentada, no alto do seu trono, por causa da sua idade. Não importa. O que importa é que Elza Soares está no lugar que merece.
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