Dicas de Discos do Mês: Setembro/2024
Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.
Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.
Eis as dicas de setembro de 2024.
Kaê Guajajara – Forest Club
Ela quer te colocar para dançar – e consegue. Cantando em português, zeeg’ete, inglês e espanhol, a artista nascida no Maranhão e criada em um morro do Rio une a mata e a cidade, a ancestralidade e o contemporâneo e nos entrega um álbum cosmopolita por excelência, e sempre muito divertido. Gaby Amarantos, Dino D’Santiago e Rincon Sapiência estão entre os convidados, deixando a experiência do disco ainda mais bacana. (André Felipe de Medeiros)
Tássia Reis – Topo da Minha Cabeça
“Refinamento” é um adjetivo bastante apropriado para se referir ao quinto álbum da cantora paulista. Trazendo um equilíbrio fluido entre gêneros como R&B, samba, soul e rap, a sensação é de estar ouvindo uma artista inspirada e madura. Tal qualidade se traduz na hábil transição de Tássia através das músicas, que oscilam emoções distintas e estéticas diversas. O elo soberano no universo de Tássia é sua imposição natural, na voz e na aura. (Eduardo Yukio Araujo)
Bruna Mendez – Nem Tudo É Amor
Conhecer a cantora goiana há muito tempo é vir com bastante sede ao pote de qualquer um de seus lançamentos. Nem Tudo É Amor é um disco de um gole só, uma refrescância romântica de produção caprichadíssima, belos vocais e toda uma ambientação que te faz querer escutar o álbum o dia inteiro. Bruna convidou Lay (Tuyo) e Bebé para duas das melhores faixas de uma obra que, mesmo sem elas, já seria ótima. (André Felipe de Medeiros)
Nilüfer Yanya – My Method Actor
No terceiro álbum, a voz marcante, lúgubre e única da cantora britânica ainda é a principal força de sua música. Mais melancólico e amargo do que os dois primeiros discos, My Method Actor apresenta um conjunto de faixas uniforme e coeso, capaz de envolver o ouvinte nas sutilezas. O álbum pode ser uma boa trilha de fundo para momentos introspectivos ou um mergulho profundo em canções emotivas carregadas de dúvida, arrependimentos e rancores. (Guilherme Gurgel)
Ale Sater – Tudo Tão Certo
O primeiro álbum do vocalista e baixista da banda Terno Rei não deixa de ser um exercício de fã. Explico: Para aqueles que se envolvem de forma inseparável com a música, sempre ficam ecos de artistas que admiramos. Sendo também um criador, Ale demonstra seu amor por searas acústicas, minimalistas e de clareza sônica. A manhã após uma noite insone, a reflexão e a esperança são temas presentes. Há Radiohead, Elliott Smith e Jeff Buckley por aqui, sempre com uma linha autoral forte sobre os ecos noventistas. (Eduardo Yukio Araujo)
Lila – Verana
Curtinho – tem nem meia hora -, o disco brinca com alguns conceitos que estão em nosso imaginário, seja o de música brasileira, ou mesmo do verão. Em altas temperaturas, Lila nos entrega músicas que brincam tanto de ser pop com alma experimental, quanto esse vice-versa. É divertido, imersivo e criativamente livre, uma experiência sempre muito caprichada para noites ensolaradas, dias estrelados e demais figuras de linguagem. (André Felipe de Medeiros)