Dicas de Discos do Mês: Março/2021

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de março de 2021.

Rico Dalasam – Dolores Dala Guardião do Alívio

São muitos os álbuns que me carregam durante essa quarentena, e Dolores Dala Guardião do Alívio tem sido um deles. Cada canção traz uma história diferente, entrelaçadas com rimas e ritmos contagiantes. Toda música transborda verdades, sentimentos distintos e conseguimos perceber o quanto Rico ficou de peito aberto durante suas composições. Funcionaram como calmantes para mim durante esse período tão difícil. Ouçam essas histórias e sintam tudo que precisar ser sentido com essa obra linda. (Carolina Reis)

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Djonga – NU

13 de março tornou-se um período célebre para o rap, já que é a data em que Djonga escolheu há cinco anos para lançar os seus álbuns. Em 2021, não foi diferente e a tradição se concretizou religiosamente. O quinto álbum, Nu, está nas ruas e mostra um Gustavo mais reflexivo, inserindo à tona suas fragilidades e contradições, mas sem esquecer dos antigos hábitos de apontar o dedo para a hipocrisia social. Para esse lançamento, o rapper mineiro se ausentou por um período longo nas redes sociais, ressurgindo e deixando clara a sua importância e necessidade para a cena da música brasileira. Prova disso foram os alcances de grandes números em poucas horas nos streamings, motivos suficientes para torcermos para a pandemia acabar logo e termos o show de Djonga para ir e apreciar. (Rômulo Mendes)

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Jadsa – Olho de Vidro

Com um repertório em desenvolvimento desde 2015, a cantora, compositora, produtora e guitarrista baiana entregou um trabalho de grande personalidade. Sua força criativa é palpável em faixas que encurtam a rota entre o experimentalismo e a canção tradicional, evocando a preciosa linhagem musical brasileira da qual a artista faz parte, sem deixar de mirar em um futuro que, como diz o clichê, já começou. (André Felipe de Medeiros)

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Kings of Leon – When You See Yourself

Em When you See Yourself, Kings of Leon parece, de fato, voltar os olhos para si mesmo. O álbum traz uma sonoridade já conhecida, e que deu certo há pelo menos uma década atrás, com base no rock alternativo como, em The Bandit, e em algumas baladas, como Supermarket. O resultado é um trabalho mais consistente que o seu antecessor. Há quem chame de comodismo, há quem veja uma identidade musical do grupo. E tudo bem qualquer umas das opções. (William Nunes)

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Filipe Ret – Imaterial

Após o sucesso do álbum Audax (2018), Filipe Ret vem com um EP de cinco faixas e um conceito fechado, inserindo unidade às canções e percorrendo o lifestyle do trap. A intenção do disco fica ainda mais clara com todo o processo de colagens realizados nos videoclipes. Apesar da vibe festiva e de superação, o rapper carioca encontra frestas e solta o verbo em relação a questões sociais, quebrando o preconceito sobre o trap não pode ter um contexto social. Para quem já acompanha o trampo de Ret, o lançamento funciona muito bem também como uma continuação de Audax. (Rômulo Mendes)

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Noga Erez – KIDS

A cantora, compositora e produtora israelense acerta em cheio ao dissolver as fronteiras entre o pop e o alternativo em um disco cheio de timbres pesados, graves arrastados e charme de sobra. KIDS agrada tanto quem quer dançar com uma forte candidata a hit (como Story, No News on TV ou End of the Road) quanto quem quer deixar um som de respeito tocando ao fundo. Fãs de Gorillaz, inclusive, não terão do que reclamar. (André Felipe de Medeiros)

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