Dicas de Discos do Mês: Maio/2024

Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, fica aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.

Os pavezeiros indicam obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.

Eis as dicas de maio de 2024.

Kamasi Washington – Fearless Movement

No desafio de resumir em um parágrafo o que esta obra é: Entre colaborações de peso, como Andre 3000, Thundercat e BJ The Chicago Kid, o músico californiano nos relembra por que ele é uma dos maiores nomes do encontro do jazz contemporâneo com a música alternativa. Entre temas de espiritualidade e afrofuturismo, o disco nos transporta a quase uma hora e meia do que há de melhor na música de hoje. Que época para se estar vivo. (André Felipe de Medeiros)

Hana Vu – Romanticism

Mais um excelente disco para o gênero musical “mulheres tristes com guitarra”. Com uma voz que consegue exprimir a angústia pelas inseguranças de se tornar adulta, a estadunidense reflete sobre a passagem do tempo. No quarto álbum, a artista adota um tom íntimo e confessional, também refletido na produção. O disco foi totalmente escrito por Hana Vu e gravado com a participação de apenas um músico além dela, na maioria das faixas. Ao longo das canções, a cantora transita entre o pop rock e o dream pop, trabalhando bem entre guitarras e sintetizadores. (Guilherme Gurgel)

Melly – Amaríssima

Cada uma das doze faixas do disco é como um quadro diferente em uma exposição que nos conta quem é Melly – e não são esses os melhores álbuns de estreia? No caso da artista baiana, Amaríssima mostra a evolução de sua musicalidade, um pop brasileiro contemporâneo destemido que quer abraçar todas as suas possibilidades. Liniker e Russo Passapusso abrilhantam ainda mais a obra com suas vozes, mas o que nos conquista mesmo é a voz e a personalidade da cantora. (André Felipe de Medeiros)

Billie Eilish – HIT ME HARD AND SOFT

A união dos vocais suspirados de Billie com a produção maestral de seu irmão, Finneas, parece ser uma fórmula infalível para música boa. No terceiro álbum da artista, ela acerta mais uma vez. Após falar abertamente sobre sua bissexualidade na mídia, ela toma para si o controle da narrativa sobre suas paixões – que vive sob constante especulação pelo público, infelizmente. Com a já conhecida mistura entre baladas melancólicas e batidas dançantes, Billie alterna entre a voracidade e a vulnerabilidade. Talvez a fórmula soe repetitiva em algum momento, mas Finneas e Billie ainda não chegaram a esse ponto. (Guilherme Gurgel)

Erasmo Carlos (na voz de vários artistas) – Erasmo Esteves

É estranho pensar que um dos melhores discos da temporada seja um tributo póstumo, mas até mesmo a audição mais desatenta desta obra confirma sua qualidade. Xênia França, Tim Bernardes, Teago Oliveira, Marina Sena, Jota.pê e um dueto de Rubel e Emicida são apenas alguns dos nomes que emprestam suas vozes e personalidades a composições que mostram Erasmo para muito além da Jovem Guarda à qual ainda é tão associado. Para aplaudir de pé, pensando no sorriso que ele daria ao escutar essas gravações. (André Felipe de Medeiros)

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