Dicas de Discos do Mês: Julho/2020
Em um mês, uma grande quantidade de trabalhos musicais chegam ao mundo. Apesar de todo empenho da equipe do Música Pavê, nunca é possível contemplar tudo. A fim de chamar atenção para a impossibilidade de abraçar o mundo da música, começa aqui a seção Dicas de Discos do Mês, com álbuns que não deu tempo de comentar no momento exato de seu lançamento.
Mês a mês, os pavezeiros indicarão obras que não podem ficar de fora dos seus dias. Se deparar com um trabalho musical que mexe com você é muito prazeroso, então fica o incentivo de experimentar esses sons e ir além, se atentando às recomendações de outros veículos e até mesmo às sugestões de algoritmos. Nunca se sabe de onde pode surgir seu próximo disco favorito.
Eis as dicas de julho de 2020.
Lianne La Havas – Lianne La Havas
O disco autointitulado de Lianne La Havas proporciona uma imersão coesa e sensível em sua sonoridade. O álbum explora as cordas (violão e guitarra) e a bateria, criando ambientes acolhedores e lançando ao ouvinte um convite: olhar para si e para o que está ao redor; ver, com calma e carinho, o que nos dói e o que nos alegra. A voz da artista dá movimento e fluidez às composições poéticas e afetivas. Cinco ano após seu último lançamento, Lianne parece ainda mais radiante e consciente de si. (Letícia Miranda)
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Taylor Swift – folklore
O nome do disco é menos uma conformidade estilística, de gênero, e muito mais uma prévia do caráter de contadora de histórias que Swift vem amadurecendo. As letras ora caem em território familiar e pessoal, ora surpreendem por trazerem uma compositora confortável para habitar outros personagens. folklore faz uma ponte entre as origens de Taylor no country, passa por aspirações indie (com Bon Iver e Aaron Dessner, do grupo The National), acena ao seu lado pop (com Jack Antonoff) e entrega uma artista completa e cada vez mais madura. (Nathália Pandeló)
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Pedro Pastoriz – Pinge Pongue com o Abismo
Ao chegar ao seu terceiro álbum, Pedro Pastoriz deixa claro que cada um de seus lançamentos é diferente do anterior. Desta vez, ele traz seu bom humor para uma obra com ares quase surrealistas, no ineditismo de elementos eletrônicos em alguns arranjos. Mas o que fala mais alto é a melancolia de um eu-lírico que lida com saudades, desnorteios e novas perspectivas para manter-se vivo após uma grande perda. (André Felipe de Medeiros)
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Kamaal Williams – Wu Hen
Em Wu Hen, Kamaal Williams experimenta o teclado para além do jazz-funk que o consagrou como um dos nomes mais relevantes da cena de jazz da Inglaterra. A apresentação de elementos que emanam uma certa vibração vem, sobretudo, da escolha do time que o acompanha no disco – o sax e as orquestrações povoam o álbum proporcionando uma aura densa e livre. Nas faixas mais dançantes, como é o caso de Save Me, é possível perceber a veia eletrônica de Kamaal. O disco provoca o ouvinte a dar um passo de cada vez. (Letícia Miranda)